Economia

Dólar fecha em queda de 1,41%, cotado a R$ 5,600, e Bolsa cai 0,02%





Com o clima geral positivo em meio a melhora de perspectivas econômicas globais, enquanto no Brasil o mercado segue de olho no impasse em torno do Orçamento, o dólar fechou hoje em queda de 1,41% ante o real, cotado a R$ 5,600 na venda.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Com as discussões relacionadas ao Orçamento no radar dos investidores, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, fechou em queda de 0,02%, a 117.498,87 pontos. Hoje, o índice teve mínima de 117.175,98 e máxima de 118.212,60 pontos.

As ações que lideraram os ganhos no dia foram da Sul América (SULA11.SA), com alta de 4,27% a R$ 34,92. Na outra ponta, os papéis que mais caíram foram do Carrefour (CRFB3.SA), com queda de 2,07%, cotados a R$ 23,17.

O que influenciou o mercado nesta terça-feira

O dólar caiu ante o real nesta terça-feira, movimento alinhado ao visto no exterior contra algumas moedas emergentes, com o clima geral positivo em meio a melhora de perspectivas econômicas globais, enquanto no Brasil o mercado seguia de olho no impasse em torno do Orçamento, em nova sessão de declarações do presidente do Banco Central e do ministro da Economia.

"Esta será uma semana majoritariamente de comportamento internacional", disse Raphael Figueredo, sócio-analista da Eleven Financial. "Tem um sentimento de uma sensação de recuperação, uma aposta do mercado, que procura apetite por recuperação do risco global. Isso vai impulsionando os mercados no mundo inteiro", completou.

O FMI (Fundo Monetário Internacional) novamente elevou sua perspectiva para o crescimento econômico global nesta terça-feira, projetando que a produção mundial aumentará 6% neste ano, taxa não vista desde a década de 1970, devido, principalmente, a respostas de política econômica sem precedentes à pandemia de covid-19.

Para o Brasil, o fundo aumentou o prognóstico para 3,7%, apenas 0,1 ponto percentual acima do previsto na estimativa de janeiro.

A melhora mais modesta no cenário para o país reflete percepção de um mercado sem convicção para apostas domésticas, sobretudo devido ao risco fiscal em meio a um ambiente político turvo.

"Paulo Guedes ontem novamente destilou seu famoso otimismo, como se nada tivesse acontecendo, como se não tivesse problema nenhum", afirmou Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. "Na verdade, sabemos que a situação política é muito mais delicada do que se mostra."

O imbróglio em torno do Orçamento não apenas causou mal-estar no mercado, com o texto visto como maquiado, como elevou a barreira entre Guedes e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), piorando a leitura de fraca interlocução do governo no Congresso, o que pode afetar as perspectivas para reformas.

Já o Ibovespa não mostrava uma tendência clara no começo desta terça-feira, refletindo certa hesitação, tendo de pano de fundo fraqueza também em Wall Street e com as discussões relacionadas ao Orçamento no radar dos investidores. O índice fechou praticamente estável, tendo uma queda de 0,02% no fim do dia.

A equipe da corretora XP destacou comentários do ministro da Economia na véspera no sentido de veto parcial das emendas como uma potencial solução jurídica e politicamente viável.

"Há expectativa de que um parecer do Tribunal de Contas da União sinalize os limites a que o governo pode chegar sem correr risco de ter as contas rejeitadas ou cometer crime de responsabilidade", observou a equipe da XP.

Fonte: UOL com informações da Reuters