Saúde

Taxa de mortalidade infantil é maior no Amapá





 

De acordo com o levantamento, no estado houve um aumento de 20,8% nas mortes por diarreia em menores de 5 anos.

 

A taxa de mortalidade infantil subiu em todo o Brasil em 2016, essa é a primeira vez, desde 1990, que a taxa atinge um número alto. De acordo com o Ministério da Saúde, os principais motivos para o aumento da mortalidade estão relacionados a epidemia vírus da Zika e a crise econômica.

Dados do Ministério da Saúde foram analisados pelo jornal Folha de S. Paulo e concluiu-se que no Brasil aconteceram 14 óbitos de crianças a cada mil nascimentos em 2016. O que condiz a um aumento de 5% se comparado com o ano anterior. Na América Latina, nos anos de 2013 e 2014, a taxa era de 18 mortes infantis a cada mil nascimentos. Em 1990, o Brasil registrou uma redução, fechando a taxa anual em 4,9%.

Segundo a Folha de S. Paulo, foi considerada na pesquisa a taxa de mortalidade sendo o número de mortos até um ano a cada mil nascidos vivos. Ainda foi levado em conta, a taxa de mortalidade na infância, que considera o número de crianças de até cinco anos mortas a cada mil nascidos vivos.

Os dados apontam que 36.350 crianças morreram em 2016, sendo que, somente nos sete primeiros dias do ano foram 19.025 vítimas. A pesquisa revela também que 20 estados brasileiros apresentaram crescimento no número de crianças mortas.

O Amapá, junto com outros 5 estados da região Norte e Nordeste, somam um aumento de 19,6% e de 14,6% frente a 2015, equivalendo três vezes a alta nacional.

O Amapá foi também o estado com o maior aumento da taxa de mortalidade infantil em 2016, apresentando 18%. No estado houve um aumento de 20,8% nas mortes por diarreia em menores de 5 anos. Nas regiões Norte e Nordeste concentraram 62% dos casos, somando 369 casos.

Os números são reflexos da queda em 5,3% na taxa de nascimentos devido à epidemia de Zika. No entanto, a pesquisa mostrou que os maiores casos foram de mortes infantis evitáveis não relacionadas ao vírus. Além disso, aumentou para 11% o número de mortes de crianças de um a quatro anos, contra 2% de bebês de um mês a um ano.

Outro número que chamou a atenção foi o aumento em 12% entre 2015 e 2016 de casos de mortes de menores de cinco anos por causa de diarreia. Segundo a Fundação Abrinq, os indicadores são reflexos da crise econômica e, consequentemente, dos cortes de verbas e limitações orçamentárias de programas sociais, como o Bolsa Família e a Rede Cegonha.

As principais causas de mortes infantis são ligadas a prematuridade, malformação, asfixia e infecções nas primeiras semanas de vida. Sem um sistema de saúde defasado, o pré-natal de mulheres gestantes fica sem os cuidados necessários. Um em a cada quatro municípios do país tem cobertura abaixo do ideal em todas as vacinas obrigatórias para bebês e crianças.

Redação