Política

Pazuello desabafa, bate na mesa e diz que só sai do Ministério da Saúde porque não entrou no jogo político





Pressionado pelo Centrão, Jair Bolsonaro já busca um substituto para o general

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, está contrariado com a possibilidade de sair da pasta.

A demissão dele já é dada como certa, e creditada à pressão que políticos do chamado Centrão têm feito sobre Jair Bolsonaro.

O Congresso ameaça até mesmo abrir uma CPI para investigar a gestão do general no ministério. Nesta segunda (15), o Senado aprovou a convocação dele para informar sobre oxigênio nos estados.

Em um desabafo feito a pelo menos dois interlocutores no fim de semana, o ainda ministro afirmou que está saindo porque não entra no jogo político. E por isso querem vê-lo pelas costas.

De acordo com relatos, ele chegou a bater na mesa em um momento de maior contrariedade.

O ministro afirma que é honesto, conhece os números e está fazendo uma boa gestão na Saúde, que vive uma crise sem precedentes por causa da epidemia do novo coronavírus.

Na semana passada, quando surgiram notícias dizendo que ele estava doente e iria sair, o ministro desmentiu e emitiu nota afirmando: "Não estou doente, o presidente não pediu o meu cargo, mas o entregarei assim que o presidente pedir".

Pazuello tem bom relacionamento com Jair Bolsonaro, e sempre seguiu as determinações do presidente.

O desgaste pela nova onda da Covid-19 no país, e a pressão por sua saída, no entanto, fizeram Bolsonaro passar a sondar outras pessoas para assumirem a pasta.

No domingo (14), o presidente conversou com a cardiologista Ludhmila Hajjar e perguntou se ela gostaria de assumir o cargo. Pazuello participou da conversa.

A médica se entusiasmou em um primeiro momento.

A reação e os ataques de bolsonaristas a ela nas redes sociais, e a falta de um consenso com o presidente sobre as políticas a serem adotadas para o enfrentamento da epidemia, levaram Ludhmila a recusar a possibilidade.

Outros médicos estão sendo agora cotados, como os cardiologistas Marcelo Queiroga, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, José Antonio Franchini Ramires, professor titular do Incor (Instituto do Coração) e o deputado federal Luiz Antônio Teixeira Jr. (PP-RJ), ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro e atual presidente da Comissão de Seguridade Social da Câmara.

 

Fonte: Folha de São Paulo