Cotidiano

Covid-19: usina de oxigênio chega ao Amapá para abastecer UPA de Laranjal do Jari





Montagem do maquinário demora 48 horas e deve começar a partir de segunda-feira (15). Equipamento funciona para retaguarda em caso de colapso e falta de oxigênio.

Uma das duas usinas geradoras de oxigênio medicinal doadas ao Amapá pelo Ministério da Saúde, após pedido do governo estadual, chegou em Laranjal do Jari neste sábado (13). O maquinário será instalado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, a 265 quilômetros de Macapá

O reforço foi pensado como retaguarda para ser usado em situações de colapso e falta de oxigênio para casos graves da Covid-19, se houver. 

A usina de produção de oxigênio chegou hoje por volta de 16h30 no aeroporto de Monte Dourado no Pará, cidade que faz divisa com Laranjal do Jari. Ela foi trazida pela Força Aérea Brasileira (FAB). 

Após o desembarque o equipamento foi levada para UPA do município amapaense, que é referência no tratamento da Covid-19 no Vale do Jari. 

A usina será montada por uma equipe do Rio de Janeiro que deve chegar ao município na segunda-feira (15). O processo demora até 48 horas e o equipamento deverá começar a funcionar na próxima semana.

Conforme o Ministério da Saúde, a usina geradora de oxigênio - modelo BRG 251 - tem 40 metros cúbicos por hora. 

A outra usina, que tem capacidade para gerar 13 metros cúbicos de oxigênio por hora - modelo BRG 140 -, será entregue para o Hospital Estadual de Oiapoque

A aeronave da FAB saiu de Monte Dourado para buscar a usina, que se encontra no município de Anápolis, em Goiás. A expectativa é que o equipamento seja deixado em Oiapoque no domingo (14). 

O pedido foi feito em fevereiro, quando Laranjal do Jari registrou ocupação de 100% dos leitos clínicos no município. Na época, houve baixa disponibilidade de oxigênio. 

Oiapoque também é beneficiada em função da dificuldade de acesso terrestre ao município. Em período de inverno na Amazônia, o único acesso por terra, a BR-156, sofre com atoleiros.

Na terça-feira (9), o senador Davi Alcolumbre (DEM) anunciou pelas redes sociais que o governo federal havia autorizado o envio e instalação do maquinário no estado. 

Na última semana, o estado também recebeu 30 concentradores de oxigênio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Os equipamentos são autossuficientes, capta o oxigênio do ar ambiente e devolve ao paciente de forma filtrada e pura, com capacidade para manter a saturação em níveis aceitáveis (acima de 90%). 

Na quarta-feira (10) e na quinta-feira (11), os gestores afirmaram que não havia registro de falta de oxigênio nas unidades hospitalares destinadas a casos de Covid-19. Por isso, as usinas são preventivas, para evitar o que aconteceu no Amazonas em janeiro

Na quinta-feira, o secretário de estado da saúde descreveu que o Amapá está à beira do colapso em função dos casos confirmados da doença, da quantidade de pacientes graves e ainda de evoluções para óbitos. A declaração aconteceu após a confirmação da variante brasileira (P1) estar em circulação no estado

A população foi convocada a evitar aglomerações, usar máscara, manter o distanciamento social e higienização das mãos. 

O Amapá enfrenta um toque de recolher a partir das 21h e lei seca todos os dias (só é permitida a venda de bebidas alcoólicas). Além disso, os serviços não essenciais só podem funcionar até 20h. Essas e outras restrições foram estabelecidas em decreto do Estado.

 

Fonte: G1 Amapá