Política

Aras diz ao STF que abriu outras 8 apurações preliminares sobre conduta de Bolsonaro na pandemia





Procurador-geral enviou parecer após advogado ter acionado STF acusando o presidente de genocídio e a PGR de não buscar responsabilizá-lo. Bolsonaro não é formalmente investigado.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou um parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual informou ter aberto outras oito apurações preliminares para analisar a conduta do presidente Jair Bolsonaro na pandemia do novo coronavírus. 

Nesta quinta (4), foi aberta uma apuração sobre a conduta de Bolsonaro em relação à crise no Amazonas. O documento de Aras foi assinado na quarta (3). 

O presidente não é formalmente investigado. A PGR abre as apurações preliminares para avaliar os elementos apresentados em ações. 

Augusto Aras enviou o documento após um advogado ter acionado o STF, acusando Bolsonaro de genocídio. 

Na ação, o advogado também afirmou que a PGR tem deixado de buscar a responsabilização de Bolsonaro em diversas condutas supostamente omissivas e delituosas de conhecimento público, as quais teriam colocado em risco deliberado a vida dos cidadãos brasileiros. 

"Este órgão ministerial tem sido e continua sendo zeloso na apuração de supostos ilícitos atribuídos ao chefe do Poder Executivo federal, noticiados por meio de petições que cotidianamente dão entrada no sistema da Procuradoria-Geral da República", afirmou Aras ao Supremo. 

Segundo o procurador-geral, são avaliados "fatos manifestamente atípicos". 

Desde o início da pandemia, a Organização Mundial de Saúde (OMS), autoridades sanitárias e especialistas recomendam como formas de evitar a disseminação ainda maior do coronavírus o uso de máscara; a higienização das mãos; o distanciamento social; e evitar aglomerações, por exemplo. 

O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, critica o uso de máscara e participa de aglomerações, contrariando as orientações médicas. 

 

O documento enviado por Aras

 

A manifestação de Augusto Aras é dirigida ao ministro Marco Aurélio Mello, decano do STF. No documento, o procurador-geral afirmou que, ao todo, são oito procedimentos abertos, mas não detalhou quais são. 

Ao STF, Augusto Aras explicou que as apurações preliminares são voltadas "para a averiguação de irregularidades atribuídas ao presidente da República e concernentes ao enfrentamento da epidemia causada pelo vírus SARS-CoV-2”. 

O procurador-geral citou especificamente, no entanto, a análise sobre a conduta de Bolsonaro na crise sanitária no Amazonas, onde o aumento no número de casos de Covid-19 levou os hospitais a ficarem superlotados e sem oxigênio suficiente para os pacientes. 

A crise no Amazonas também resultou na abertura de um inquérito para investigar o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que prestou depoimentonesta quinta (4). 

Nesse caso, a apuração preliminar, segundo Aras, visa "apurar a prática dos crimes de prevaricação e de perigo para a vida ou saúde de outrem em razão de comportamentos relacionados à gestão da crise sanitária no Estado do Amazonas". Este procedimento surgiu a partir de um pedido de investigação do PCdoB.

Fonte: G1