Ciência

Vacina contra a Covid-19 da Novavax tem eficácia de 89%, aponta análise inicial





Mais de 15 mil pessoas participaram dos ensaios clínicos no Reino Unido de fase 3, última etapa de testes, mas resultados são preliminares e trazem informações de 62 voluntários. Vacina é menos eficaz, no entanto, contra a variante do coronavírus originada na África do Sul.

A empresa de biotecnologia Novavax, dos Estados Unidos, informou nesta quinta-feira (28) que a sua vacina NVX-CoV2373 contra a Covid-19 tem uma taxa de eficácia de 89,3%. O índice foi obtido por meio dos estudos clínicos de fase 3, última etapa de testes, que contou a participação de mais de 15 mil voluntários no Reino Unido. A análise, no entanto, é preliminar: 

  • Participantes tinham de 18 a 84 anos;
  • 27% tinham mais de 65 anos;
  • Esta primeira análise é inicial, com dados de apenas 62 pacientes; apenas 1 deles desenvolveu a versão grave da doença, e estava no grupo placebo (que não recebeu a vacina);
  • Contra a variante original do Sars CoV-2, a eficácia é ainda maior: 95,6%.

O método testado pela companhia americana se chama "vacina recombinante". A empresa usou engenharia genética para cultivar réplicas inofensivas da proteína que o novo coronavírus usa para entrar nas células do corpo, em laboratório. Os cientistas extraíram, purificaram a proteína e a embalaram em nanopartículas do tamanho do vírus. 

Em agosto do ano passado, a Novavax divulgou resultados de fase 2 da vacina, que é aplicada em duas doses. Os dados mostraram que a vacina induziu uma "resposta robusta" de anticorpos e foi "bem tolerada" pelos participantes da pesquisa. 

Variante da África do Sul

A vacina se mostrou menos eficaz, no entanto, contra a variante detectada na África do Sul, conhecida como B.1.351. A taxa foi inferior a 50%, índice mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Em entrevista ao "The New York Times", Erck disse que a Novavax deverá produzir uma vacina sob medida para a variante B.1.351. O ensaio clínico coordenado na África do Sul foi relativamente pequeno, com 4,4 mil voluntários, mas os resultados já foram suficientes para a empresa estimar a criação de um novo imunizante.

Nesta quinta-feira, duas pessoas nos Estados Unidos foram infectadas com a variante sul-africana do Sars-Cov-2, segundo informações de autoridades de saúde do estado da Carolina do Sul. Os pacientes não viajaram para o país e não têm relação entre si. Esses dados sugerem que esse vírus já circula entre os americanos. 

No Brasil, uma portaria do governo federal publicada nesta terça-feira (26) proibiu a entrada de passageiros vindos da África do Sul. A medida foi tomada, entre outras razões, para evitar o impacto da nova variante. Os viajantes vindos do Reino Unido também estão impedidos de entrar no país.

Fonte: G1