Política

Aceitamos a escolha do país, diz Biden após eleição de Trump nos EUA





O presidente dos EUA, Joe Biden, garantiu ainda que “teremos uma transição pacífica” na posse de Trump, prevista para 20 de janeiro de 2025

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta quinta-feira (7/11), fez o primeiro discurso após a vitória do republicano Donald Trump contra a democrata Kamala Harris. Trump foi eleito presidente do país na madrugada dessa quarta-feira (6/11).

Biden afirmou que os Estados Unidos são um país democrático e que a transição entre a administração Biden-Harris para Trump-Vance será pacífica. A posse de Trump ocorrerá em 20 de janeiro de 2025.

“Por 200 anos, os Estados Unidos tiveram o maior experimento de governo da história do mundo. Nós votamos e escolhemos nossos líderes de forma pacífica. Em uma democracia, a vontade do povo sempre prevalece”, destacou Biden.

O presidente contou: “Ontem [quarta-feira, 6/11], eu falei com o presidente eleito Trump e o parabenizei por sua vitória. Eu também garanti a ele que todo o meu governo está disponível para realizar uma transição de governo pacífica e em ordem”.

“As lutas pela alma da América, desde sua fundação até hoje, sempre foram fonte de debates. Os resultados das eleições são a vitória de um e a derrota de outro. Nós aceitamos a escolha que o país fez. Você não pode amar seu país apenas quando você ganha, você não pode amar o seu vizinho apenas quando ele concorda com você. Não importa em quem você vota, nós precisamos buscar nossos adversários como americanos, compatriotas”, ressaltou Biden.

Joe Biden também conversou com a candidata derrotada na corrida presidencial Kamala Harris e destacou a admiração pela vice-presidente.

“Ela tem sido uma parceira e uma servidora pública admirável. Ela fez uma campanha inspiradora para todos, trazendo algo que eu respeito muito: caráter. Ela tem um grande caráter, trouxe todo o seu coração e todo o esforço com sua equipe, e fez um trabalho que tantos nos orgulha”, celebrou Biden.

O presidente dos EUA reforçou que “o sistema eleitoral norte-americano é justo, transparente e pode ser confiado, porque isso restaura o respeito por todos aqueles que trabalharam e se arriscaram nesta eleição”.

Segundo Biden, o “dever de presidente é honrar a Constituição. Em 20 de janeiro, nós teremos uma transição de poder pacífica”. “Temos 74 dias para terminar nosso mandato e vamos fazer com que cada dia valha a pena. Temos responsabilidade com o povo”

O presidente concluiu o discurso, afirmando que os democratas não podem se abalar com a derrota.

“Nós sofremos uma derrota, mas temos caráter para nos levantar muito rápido. Lembrem-se: uma derrota não significa que estamos derrotados. Nós perdemos essa batalha, não a guerra. Os EUA dos seus sonhos pedem que vocês sempre se levantem, essa é a história dos EUA há 240 anos”, concluiu Joe Biden.

Invasão ao Capitólio

Tanto Biden quanto Kamala, em discurso nesta quarta-feira (6/11), reforçaram aos democratas a importância de aceitar o resultado das eleições. As falas se inserem no contexto da invasão ao Capitólio ocorrida após a disputa eleitoral de 2020 entre o presidente e Donald Trump.

Em 6 de janeiro de 2021, o Capitólio, em Washington, foi invadido por apoiadores do ex-presidente Trump. Os invasores alegavam não aceitar o resultado da eleição que colocou Biden na Casa Branca.

A invasão do Congresso dos EUA provocou a morte de dois manifestantes e três policiais, além de ter deixado 140 feridos. O prejuízo, segundo estimativas de outubro de 2022, ultrapassa R$ 15,2 milhões. O montante engloba danos no edifício e nos terrenos do Capitólio, entre outros.

Neste ano, o Departamento de Segurança Interna dos EUA anunciou que o Serviço Secreto terá um esquema de proteção ao prédio em 6 de janeiro de 2025. Nesta data, serão feitas a contagem e certificação dos votos eleitorais em Washington.

Esta será a primeira vez que esse tipo de segurança especial é concedido para esse evento, em resposta a uma solicitação feita pelo prefeitura de Washington.

 

Confira outras notícias

- Putin parabeniza Trump por vitória e faz aceno aos EUA: 'Prontos para restabelecer relações'

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, parabenizou Donald Trump pela vitória nas eleições norte-americanas, nesta quinta-feira (7). Durante um discurso em Sochi, o presidente russo fez um aceno aos Estados Unidos e afirmou que está pronto para restabelecer as relações com o país. 

Durante a campanha, Trump disse que poderia acabar com a guerra na Ucrânia em pouco tempo, mas não deu detalhes sobre como faria isso. Ele afirmou ainda que tem um relacionamento "muito bom" com Putin. 

Já nesta quinta-feira, o presidente russo disse não saber como Trump agirá durante o segundo governo. No entanto, ele afirmou que qualquer desejo de restaurar relações com a Rússia e facilitar o fim da crise com a Ucrânia "merece atenção". 

"Não acho errado ter uma conversa com Trump. Se alguns líderes mundiais desejam restaurar contatos, não sou contra", disse. "Nós estamos prontos para restabelecer relações com os EUA, mas a bola está com eles."

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quinta-feira que fazer concessões a Putin seria inaceitável e representaria um suicídio para a Europa. No passado, Trump já deu indícios de que pode reduzir ou acabar com a ajuda militar à Ucrânia. 

Na quarta-feira (6), um porta-voz do Kremlin afirmou que as pessoas não deveriam se esquecer que os Estados Unidos são um país hostil em relação à Rússia. Por diversos momentos, nos últimos meses, o governo russo adotou um tom ameaçador em relação aos norte-americanos. 

Agora, Putin disse que precisa ver como o novo governo dos Estados Unidos vai abordar a estratégia para uma política nuclear estável. 

O presidente russo ainda elogiou a postura que Trump teve durante as duas tentativas de assassinato que sofreu durante a campanha presidencial. 

"Fiquei impressionado pelo comportamento de Trump durante a tentativa de assassinato. Ele é um homem corajoso e fez o certo, como um homem", afirmou.

Putin disse que teve a impressão de que Trump enfrentou ataques constantes e foi pressionado durante o primeiro mandato, entre 2017 e 2021. 

No passado, Putin e Trump já trocaram elogios. Além disso, recentemente, o próprio governo russo deu indícios de que tinha uma preferência pelo republicano. 

Em 2019, durante uma entrevista, Vladimir Putin disse que "simpatizava" com Trump desde antes das eleições presidenciais de 2016. Já em 2022, Trump afirmou que achava o presidente russo "genial" e "pacificador" em relação à Ucrânia. 

Em maio deste ano, o Kremlin criticou a condenação que Trump sofreu no julgamento que o acusava de fraude contábil. O caso envolvia a ocultação de um pagamento no valor de US$ 130 mil à ex-atriz pornô Stormy Daniels. Segundo o governo russo, os EUA perseguem rivais políticos. 

 

Fonte: Metropoles - g1