Esporte

Hamilton dirige McLaren de Senna, pega bandeira do Brasil e emociona público em São Paulo





Sob chuva em Interlagos, britânico pilota a icônica McLaren MP4/5B que deu título ao brasileiro em 1990. Espectadores choram e fazem festa com cores da bandeira brasileira

Lewis Hamilton emocionou o público presente no GP de São Paulo em homenagem a Ayrton Senna. Fã declarado do ídolo brasileiro, o piloto britânico deu voltas em Interlagos com a icônica McLaren MP4/5B, máquina com a qual Senna conquistou o bicampeonato mundial, em 1990. Neste domingo, Hamilton dirigiu com cuidado por causa das condições da pista: a chuva, que era especialidade do tricampeão nas corridas, persiste desde o sábado. Nas arquibancadas, a homenagem emocionou o público e levou muitos espectadores às lágrimas.  

Depois de algumas voltas pelo circuito molhado de Interlagos, Hamilton decidiu pegar a bandeira brasileira e deu mais um giro com as cores do Brasil em punho, para delírio dos espectadores presentes. No final, a ginasta Rebeca Andrade deu bandeirada simbólica para o heptacampeão. 

Após o tributo a Senna, Hamilton afirmou em entrevista à "Band" que Ayrton é o "melhor de todos" e que reviveu os tempos de criança durante a homenagem: 

- É muito emocionante essa situação, eu estava revisitando minha infância assistindo ao Ayrton, vendo ele pilotar, vencendo corridas. Não posso acreditar que estou tendo essa oportunidade. Ele é o maior de todos. Fazer isso em frente a essa torcida, ficaram debaixo de chuva o dia inteiro. É um dia muito especial para mim - afirmou o britânico. 

Nas arquibancadas, quando Hamilton se aprontava na McLaren, o público cantou "ole, ole, ole, ole, Senna, Senna" e vibrou quando o britânico entrou na pista. O piloto retribuiu e também fez acenos para o público ao sair dos boxes. A torcida preparou faixas e balões com as cores do Brasil, e os espectadores do Setor A aplaudiram e gravaram com o celular a passagem do piloto.  

— Eu não tenho palavras para descrever a emoção que é estar no meio disso aqui. Hoje eu acompanho a Fórmula 1, o único esporte que eu acompanho, e é algo que não dá para descrever, o que é estar aqui e ver uma homenagem para o Senna, um herói nacional, um ídolo, um campeão. O "Rei da Chuva", e na chuva — comentou, emocionada, a advogada e empresária Rebeca de Fátima Araújo Pessôa, de 32 anos, de Fortaleza (CE). 

— Foi emocionante, não teve como não chorar. Foi uma pena que o Hamilton passou tão rápido, a gente queria ter filmado melhor o carro. Mas foi lindo, estava todo mundo aqui emocionado. Estou aqui com o rosto inchado ainda de chorar. Não tenho palavras. Valeu fila, valeu stress, valeu chuva, está valendo muito a pena — exaltou a coordenadora de suporte técnico Camila Quisinski Sousa Kolling, de 27 anos, que veio pela primeira vez ao GP de São Paulo por causa do marido, o contador Matheus Kolling, de 33 anos. Os dois são de Ibirama (SC). 

— Ele que ama Fórmula 1 e automobilismo. E por causa dele eu comecei a gostar, a assistir, a acompanhar. Então estar aqui junto dele hoje é um sonho! 

O analista sênior José Farias de Oliveira, de 57 anos, acompanhou a carreira de Senna desde o início e disse tê-lo como ídolo. No sétimo ano seguido em que assiste ao GP de São Paulo no Autódromo de Interlagos, o morador de Recife (PE) chorou com a homenagem. 

— Para mim desde o início foi choro e me arrepiando todinho. Fiquei emocionado demais. Eu não tive oportunidade de vê-lo correr, ao vivo, como eu estou tendo a oportunidade hoje de estar vendo o Hamilton. 

— Eu admiro porque o Senna, mesmo depois de 30 anos de falecido, a gente tem a mesma paixão como se ele estivesse vivo. 

Hamilton também se mostrou honrado com o carinho do público brasileiro e brincou dizendo que as voltas com a McLaren foram as melhores do fim de semana. O britânico teve uma classificação ruim e foi eliminado ainda no Q1. Ele larga na 15ª posição. 

- O carinho que recebo aqui tem sido uma surpresa muito grande para mim, somos muito gratos pelo carinho. Amo o Brasil, amo as pessoas, me sinto honrado por ter minha cidadania aqui. Espero que o Senna esteja orgulhoso, essa foi minha melhor volta no fim de semana inteiro (risos). Isso é um carro de corrida, se eu pudesse, correria com esse carro hoje - disse à "Band". 

Em coletiva de imprensa realizada na quinta-feira (31) em Interlagos, Hamilton já havia manifestado muita felicidade por poder pilotar o carro do tricampeão. Na ocasião, o britânico afirmou que "nunca imaginou" poder dirigir a máquina da McLaren.

Durante os dias do GP de São Paulo, Hamilton também mostrou a admiração por Senna e pelo Brasil por meio das roupas. Na quinta, primeiro dia de atividades em São Paulo, o britânico usou uma camisa com os dizeres "Descanse em paz, Ayrton Senna", além de uma calça com a bandeira nacional.

 

 

Fonte: ge