Política

Israel confirma morte de Hashem Safieddine, possível sucessor de Nasrallah, chefe do Hezbollah





Safieddine era da mesma família que Nasrallah e comandava o conselho executivo do grupo extremista, que cuidava de assuntos financeiros e administrativos, antes dos ataques israelenses contra o Líbano. Não está claro quando a morte ocorreu, já que ele estava desaparecido desde o início de outubro.

Israel confirmou a morte de Hashem Safieddine, tido como sucessor de Hassan Nasrallah na chefia do grupo extremista libanês Hezbollah. 

Safieddine, que era primo de Nasrallah, estaria incomúnicável desde bombardeios no Líbano ocorridos no início do mês, segundo as Forças de Defesa de Israel. Não está claro, porém, quando ele morreu. 

Nasrallah morreu após um ataque aéreo israelense contra instalações do Hezbollah em Beirute em 27 de setembro. Ele era o chefe do grupo extremista desde 1992, e o principal rosto do grupo. 

Safieddine era da mesma família que Nasrallah e comandava o conselho executivo do grupo extremista, que cuidava de assuntos financeiros e administrativos, antes dos ataques israelenses contra o Líbano. Ele também participava do conselho da Jihad, responsável pelas atividades militares do Hezbollah. 

Safieddine assumiu um papel mais proeminente no grupo ao falar em nome do Hezbollah durante o último ano de troca de agressões com Israel, em funerais e outros eventos que Nasrallah costumava evitar por razões de segurança.

Ele foi a primeira autoridade do Hezbollah a falar em público depois que o Hamas, aliado palestino do grupo, atacou o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, desencadeando a guerra em Gaza que levou o grupo libanês a um conflito paralelo contra Israel. 

Safieddine, que vem de uma proeminente família xiita libanesa, nasceu no sul do país, uma região predominantemente xiita. Ele estudou em seminários religiosos na cidade iraniana de Qom antes de regressar ao Líbano na década de 1990 para assumir responsabilidades de chefia no grupo. 

Ele manteve fortes laços com os apoiadores do Hezbollah no Irã. Seu filho, Rida, é casado com a filha do general iraniano Qassem Soleimani, chefe da Força Quds da Guarda Revolucionária do Irã morto por um ataque de drone dos EUA em Bagdá em 2020. Seu irmão, Abdullah, atua como representante do Hezbollah em Teerã. 

 

- Autoridades de Israel confirmam que drone do Hezbollah atingiu casa de Netanyahu

Grupo assumiu responsabilidade pelo ataque em Cesareia no sábado (19); premiê e a esposa não estavam no local

O Hezbollah assumiu “responsabilidade total” por um ataque com drone que teve como alvo a casa do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na cidade de Cesareia, em Israel, no sábado (19).

As autoridades israelenses confirmaram nesta terça-feira (22) que o drone realmente atingiu a residência.

“A Resistência Islâmica assume total e exclusivamente a responsabilidade pela operação na Cesareia e pelo ataque contra a casa de Netanyahu”, anunciou o chefe de relações com a mídia do Hezbollah, Mohammad Afif, em um comunicado nesta terça.

“Se ainda não chegamos até você, saiba que entre nós e você estão os dias, as noites e o campo de batalha”, alertou.

O porta-voz do primeiro-ministro de Israel confirmou o ataque no sábado, destacando que Netanyahu e a esposa não estavam no local no momento. O premiê respondeu que os “agentes do Irã” por trás da ação pagariam pelo ato.

No domingo (20), o Irã negou envolvimento no ataque de drones, afirmando que a operação foi “realizada pelo Hezbollah”.

Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio

O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.

São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.

Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.

O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.

As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.

No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.

Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.

Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.

Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.

Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.

O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah. 

Fonte: g1 - CNN e daReuters