Política

Hezbollah faz ameaça e anuncia nova fase em conflito contra Israel





Hezbollah disse ter adotado novas diretrizes no conflito contra Israel, previstas para entrar em prática nos próximos dias

O Hezbollah anunciou a transição para uma “nova e escalonada fase” do conflito contra Israel, que levaram caos e insegurança no Líbano desde o fim de setembro. O comunicado foi divulgado pelo grupo

De acordo com o grupo libanês, a decisão foi tomada após lideranças do Hezbollah definirem novas diretrizes para a atual situação, que serão “refletidas em desenvolvimentos e acontecimentos nos próximos dias”. Maiores detalhes não foram fornecidos.

Além disso, a organização divulgou um balanço de suas últimas ações militares, e afirmou ter matado 55 soldados israelenses, e deixado mais de 500 feridos, desde que a violência aumentou na região. A informação, no entanto, não foi confirmada por Israel.

Desde outubro de 2023, o Hezbollah iniciou uma série de ataques contra posições de Israel na fronteira do Líbano em apoio ao Hamas. Além do conflito na Faixa de Gaza, o exército israelense também passou a realizar ofensivas em resposta as ações do grupo libanês.

Ao longo dos últimos meses, as agressões entre os dois lados culminaram em uma operação de Israel no Líbano.

Segundo o governo de Benjamin Netanyahu, a “caçada” israelense contra o Hezbollah no Líbano é a única forma de garantir o retorno de cidadãos do norte de Israel, que foram forçados a deixar a região após o início dos ataques do grupo às suas casas.

 

Confira outras notícias

-Hamas confirma morte de Yahya Sinwar por Israel, promete vingança e diz que não devolverá reféns até que guerra acabe

 

Membro do alto escalão do grupo terrorista falou pela 1ª vez desde morte de Sinwar, mentor dos ataques a Israel de 7 de outubro de 2023. Ele confirmou que o comandante do Hamas morreu em confronto com soldados israelenses em Rafah.

 

O Hamas confirmou nesta sexta-feira (18) a morte de Yahya Sinwar, que era o número 1 do grupo terrorista. Sinwar, que foi também o mentor dos ataques a Israel em 7 de outubro de 2023, morreu na quinta-feira (17), durante um confronto em terra na Faixa de Gaza. 

 

Este foi o primeiro pronunciamento do Hamas desde o anúncio da morte de Sinwar. A confirmação da morte foi feita por Khalil al-Hayya, membro do alto escalão do grupo terrorista — que está sem comando. 

Embora todos os membros da cúpula do grupo tenham sido mortos por Israel, al-Hayya, que é vice-líder do Hamas no Catar, afirmou que o Hamas continuará lutando e prometeu vingança. 

Ele disse que o Hamas não devolverá os reféns em poder do grupo terrorista enquanto a guerra em Gaza não acabar

“Esses prisioneiros não retornarão a vocês antes do fim da agressão a Gaza e da retirada de Gaza”, afirmou. 

Al-Hayya virou um dos nomes cotados para assumir a liderança do grupo. Ele liderou a delegação do Hamas durante várias rodadas de negociações de um cessar-fogo no Catar, mediadas pelos EUA, Catar e Egito. 

Em uma declaração, o Hamas anunciou Sinwar como um herói que “ascendeu como um mártir heróico, avançando e não recuando, brandindo sua arma, engajando e confrontando o exército de ocupação na vanguarda das fileiras”. 

A declaração pareceu se referir a um vídeo que o exército israelense circulou dos aparentes últimos momentos de Sinwar, no qual um homem se senta em uma cadeira em um prédio severamente danificado, gravemente ferido e coberto de poeira. No vídeo, o homem levanta a mão e arremessa um pedaço de pau em um drone israelense que se aproxima. 

Em comunicado, ele confirmou ainda que Sinwar morreu durante um combate com soldados israelenses, que o encontraram por acaso em uma casa em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. 

Vídeo mostra Yahya Sinwar momentos antes da morte 

As Forças Armadas de Israel anunciaram na quinta-feira (17) que mataram o número 1 do Hamas, mentor dos ataques de 7 de outubro de 2023, Yahya Sinwar. 

Ele era um dos principais alvos de Israel. Há um ano, quando começou a guerra contra o Hamas, o primeiro bombardeio israelense na Faixa de Gaza foi direcionado à casa de Sinwar. 

O terrorista já ficou preso por 23 anos em Israel e teve papel de governante dentro da Faixa Gaza. Ele foi eleito o chefe do Hamas após a morte de Ismail Haniyeh, que foi assassinado por Israel no Irã em julho. 

Com apenas dois meses de mandato, Sinwar foi o comandante que chefiou o grupo terrorista por menos tempo. Ele era o único remanescente do principal escalão à frente do Hamas. Todos morreram por ataques de Israel desde o início da guerra na Faixa de Gaza. 

De acordo com as autoridades, o terrorista morreu durante um confronto com soldados israelenses dentro de uma residência em Rafah, no sul de Gaza. A região foi onde Sinwar nasceu e cresceu. 

Em pronunciamento, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou Sinwar de "destruir suas vidas" e disse que a morte do terrorista "não significa que a guerra acabou"

A caçada por Sinwar durou mais de um ano e motivou "dezenas de ações realizadas pelas Forças Armadas e pelo Shin Bet [o serviço secreto israelense]", segundo o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari. 

O conselheiro de Segurança dos EUA, Jake Sullivan, afirmou nesta quinta que "Inteligência americana ajudou Israel a rastrear e caçar líderes do Hamas, inclusive Sinwar". 

Nascido e crescido na Faixa de Gaza, Sinwar era o líder do Hamas que mais conhecia o território, o que dificultou as operações de Israel. A estratégia, segundo o porta-voz, foi cercá-lo a partir de ataques ao redor de áreas onde o serviço de inteligência identificava que ele poderia estar.  

Arcada dentária identificou terrorista

Na mesma operação, soldados israelenses mataram outros dois integrantes do Hamas, que ainda não haviam sido identificados até a última atualização desta reportagem. Após a troca de tiros, os militares suspeitaram que o terceiro combatente era Sinwar. 

Eles colheram amostras de DNA e, após uma análise por peritos, confirmaram que se tratava do terrorista. Segundo a imprensa israelense, exames de arcada dentária também foram feitos. 

Sinwar é considerado o principal mentor do ataque de 7 de outubro de 2023 em Israel, quando o Hamas invadiu Israel e matou cerca de 1.200 pessoas, além de sequestrar outras 230. Israel jurou Sinwar de morte no dia seguinte. 

O atentado foi o início da guerra na Faixa de Gaza entre Hamas e Israel. Atualmente, os militares israelenses abriram uma nova frente de batalha contra o grupo extremista Hezbollah, no Líbano. 

Tanto o Hamas quanto o Hezbollah são apoiados pelo Irã. O conflito de Israel com esses grupos tem irritado o governo iraniano. 

Em 1º de outubro, o Irã lançou uma chuva de mísseis contra Israel. À época, Teerã disse que o ataque foi uma retaliação ao assassinato, pelas forças israelenses, dos então líderes do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e do Hamas, Ismail Haniyeh. 

O governo israelense prometeu vingança, e o caso gerou temores de uma grande escalada do conflito no Oriente Médio. 

Depois de seis anos sendo o chefe do Hamas na Faixa de Gaza e o número 2 na hierarquia do grupo, Sinwar foi nomeado em agosto o comandante máximo do grupo terrorista, após a morte de Haniyeh. 

Desde que virou comandante o paradeiro de Sinwar era secreto. No entanto, o perfil do terrorista deu pistas a Israel, já que ele tinha uma relação de proximidade com moradores do território

Eleito por meio de votações secretas, Yahya Sinwar governou a Faixa de Gaza por seis anos. Antes disso, ele passou 23 anos em prisões israelenses, condenado a quatro penas de prisão perpétua pela morte de dois soldados e de quatro palestinos ligados a Israel. 

O terrorista foi libertado em 2011, com mais 1.026 prisioneiros palestinos. Em troca, Israel recebeu de volta o soldado Gilad Shalit, que havia sido sequestrado cinco anos antes pelo Hamas. 

Sinwar falava e escrevia hebraico fluentemente — ele disse que, enquanto esteve preso, dedicou-se a estudar o inimigo. 

Em 2018, durante as negociações para um cessar-fogo com Israel, ele redigiu, à mão e em hebraico, uma mensagem ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu com apenas duas palavras: “risco calculado”.

 

 

Fonte: Poder360 - g1