Política

Lula diz que acabará com bets se regulação não der certo





Presidente declara que seu governo não tem como ter controle sobre população mais humilde ou crianças que fazem apostas

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 5ª feira (17.out.2024) que, se a regulação das apostas esportivas virtuais, as chamadas bets, não for eficaz, ele poderá proibir o funcionamento dessas casas de apostas no país. O governo definiu critérios e tem feito um pente-fino na lista de empresas em atividade.

“Tínhamos uma opção: ou acabava definitivamente ou regulava. Nós optamos pela regulação. Me parece que nessa semana mais de duas mil bets já saíram de circulação. Vamos ver. Se a regulação der conta, está resolvido o problema. Se não der conta, eu acabo. Para ficar bem claro. Porque você não tem controle do povo mais humilde, de criança com celular na mão fazendo aposta. Não queremos isso”, disse o chefe do Executivo, em entrevista à rádio Metrópole, de Salvador (BA).

Pesquisa PoderData realizada de 12 a 14 de outubro de 2024 mostra que 24% dos brasileiros afirmaram já ter feito alguma aposta on-line, nas chamadas bets. Apesar disso, a maioria dos eleitores (73%) declarou nunca ter feito apostas on-line. Outros 3% preferiram não responder. É a 1ª vez que o PoderData faz essa pergunta aos entrevistados.

Os resultados da pesquisa evidenciam que o mercado de apostas no Brasil atinge parte considerável da população. Quando se projeta o percentual (24%) sobre o eleitorado brasileiro (quem tem mais de 16 anos), são 37,4 milhões de pessoas que jogam num mercado que atuava até pouco tempo atrás sem regulamentação.

Poder360 estratifica os dados por demografia (sexo, idade, região, escolaridade, renda e religião). Eis os destaques:

  • mais apostam – as taxas dos que afirmam apostar em bets são maiores entre os jovens de 16 a 24 anos (31%), os moradores das regiões Sudeste (26%) e Nordeste (25%) e os que cursaram o ensino fundamental (27%).
  • apostam menos – os que menos declaram realizar apostas on-line são as mulheres (20%), os moradores da região Sul (19%), os que recebem de 2 a 5 salários mínimos (19%) e mais de 5 salários mínimos (20%).

METODOLOGIA  

A pesquisa PoderData foi realizada de 12 a 14 de outubro de 2024. Foram entrevistadas 2.500 pessoas com 16 anos de idade ou mais em 181 municípios nas 27 unidades da Federação. Foi aplicada uma ponderação paramétrica para compensar desproporcionalidades nas variáveis de sexo, idade, grau de instrução, região e renda. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

As entrevistas foram realizadas por telefone (para linhas fixas e de celulares), por meio do sistema URA (Unidade de Resposta Audível), em que o entrevistado ouve perguntas gravadas e responde por meio do teclado do aparelho. O intervalo de confiança do estudo é de 95%.

Para facilitar a leitura, os resultados da pesquisa foram arredondados. Por causa desse processo, é possível que o somatório de algum dos resultados seja diferente de 100. Diferenças entre as frequências totais e os percentuais em tabelas de cruzamento de variáveis podem aparecer por conta de ocorrências de não resposta. Este estudo foi realizado com recursos próprios do PoderData, empresa de pesquisas que faz parte do grupo de mídia Poder360 Jornalismo.

 

- Lula diz que não irá interferir nas eleições do Congresso

Petista declara não querer “escolher” os presidentes da Câmara e do Senado; afirma ainda que irá manter uma relação “civilizada e institucional” com quem ganhar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta 5ª feira (17.out.2024) que não irá interferir nas eleições para presidente do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. O petista afirmou que, goste ou não, irá dialogar com os presidentes que forem eleitos.

“Eu tenho como prática política não me meter na escolha do presidente da Câmara, mas é uma coisa do Congresso Nacional. Como eu respeito a autonomia de cada Poder, o meu presidente será aquele que foi eleito. Aquele presidente, goste dele ou não, eu vou conversar e vou tratá-lo como o presidente da Câmara”, disse Lula em entrevista à Rádio Metrópole, da Bahia.

Segundo o chefe do Executivo, ele não quer “escolher” os presidentes do Congresso Nacional. Afirmou ainda que irá manter uma relação “civilizada e institucional” com quem ganhar as eleições nas duas Casas.

No entanto, embora Lula tenha falado em não interferir nas eleições, todos os principais envolvidos nas negociações passaram a submeter suas decisões ao governante.

Ele tomou a frente do processo ao realizar reuniões no Palácio do Planalto com os caciques de partidos e ao balizar movimentos estratégicos nos últimos dias. Em 8 de agosto, Lula disse a seus ministros que era preciso ter cautela para que a eleição na Câmara “não tenha nenhuma incidência no funcionamento do governo”.

ELEIÇÕES NO CONGRESSO

Os regimentos da Câmara e do Senado determinam que as eleições para as Mesas Diretoras sejam realizadas sempre em fevereiro de 2025, logo no retorno dos trabalhos, depois do recesso de fim de ano.  

As campanhas para a eleição da Câmara começaram a se intensificar neste 2º semestre. O atual presidente, Arthur Lira (PP-AL), deve oficializar em breve o deputado que apoiará como sucessor. O presidente da Casa Baixa não deve abrir mão de apoiar Hugo Motta (Republicanos-PB) para sucedê-lo.

O PT, partido de Lula, já sinalizou que deve apoiar a candidatura de Motta. No entanto, a legenda só deve definir o nome que apoiará de fato após o 2º turno das eleições municipais, marcado para 27 de outubro.

Envolvido na articulação que alçou Motta a favorito na disputa pelo comando da Câmara, Lula tem mantido conversas com Lira sobre a eleição na Casa. Já se reuniram 3 vezes para tratar do assunto (sempre fora da agenda oficial), sem contar os inúmeros telefonemas, para tratar do assunto. Ambos concordaram que deveriam chegar a um nome de consenso.

No Senado, onde o cenário está mais pacificado, as alianças e os nomes que disputarão a presidência aguardam a definição da Câmara. A Casa Alta tem Davi Alcolumbre (União-AP) à frente na disputa. O senador conta com o apoio de grande parte da oposição e do centro e é aliado do atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).  

 

Fonte: Poder360