Cotidiano

PF investiga esquema de falsa escala de plantão médico que movimentou 3 milhões no AP





Operação Jaleco Fantasma cumpriu 13 mandados de busca e apreensão na Zona Sul e Centro de Macapá, além do Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima (Hcal), nesta quinta-feira (3).

Uma operação realizada nesta quinta-feira (3) pela Polícia Federal (PF) em parceria com o Ministério Público Estadual do Amapá (MP-AP) investiga um esquema de falsa escala de plantões médicos que teria movimentado R$3.043.000,00 desde abril de 2022 no Estado.

Durante a ação, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão nos bairros da Universidade, Santa Rita, Cabralzinho, Beirol, Laguinho e Centro, além do Hospital de Clínicas Dr. Alberto LIma (Hcal), local apontado como onde ocorriam as fraudes.  

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) foi procurada pelo g1, mas até o fechamento desta matéria não havia respondido.  

Como funciona o esquema?  

De acordo com a PF, para uma determinada área médica eram feitas duas escalas de plantões. Uma era publicada no site da secretaria e outra, ‘paralela’, não era publicada.  

A investigação apurou que, em ambas as escalas, os profissionais deveriam cumprir em média 24 plantões mensais de 12h cada. O que somando em pagamentos ao final de cada mês custava R$ 24 mil para os cofres públicos, já que por cada ‘dia’ de trabalho era pago cerca de R$ 1 mil reais.  

Segundo a polícia, ao invés desses servidores estarem prestando serviços médicos, de acordo com a escala prevista, eles estariam realizando atividades diversas, incluindo viagens ao exterior. Dessa forma, eles não compareciam aos plantões.  

A investigação destacou que esses médicos não cumpriam os horários regulares estabelecidos e publicados no site da secretaria.  

De acordo com a PF, o esquema ocorria desde abril de 2022, o que somando daria pelo menos R$ 3.043.000,00 pagos de forma indevida a esses profissionais.  Em razão disso, este valor em bens foi bloqueado judicialmente.  

Além disso, a Justiça determinou ainda o afastamento cautelar de dois servidores do cargo público. 

Os investigados podem responder pelos crimes de peculato, falsificação ideológica de documento público e organização criminosa. Se condenados, as penas podem chegar a 25 anos de reclusão, mais pagamento de multa, além da perda do cargo público.  

Fonte: g1 Amapá