Nesta segunda-feira (20/11), o bloco europeu declarou que as negociações têm sido “extremamente construtivas” e que o plano é de que o processo seja encerrado até o fim de 2023. A declaração está em um comunicado publicado hoje pela União Europeia.
Milei é conhecido por “ameaçar” deixar o Mercosul, caso fosse eleito presidente da Argentina. A saída do bloco econômico sul-americano teria um impacto no comércio entre os países-membro: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela (suspensa).
A declaração desta segunda indica o fim de uma negociação que dura mais de duas décadas. Tal acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia é uma das apostas do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que chegou a pressionar o andamento das trativas entre os blocos.
Durante um encontro de cúpula do G20, na Índia, o petista disse: “Nos próximos meses, a gente tem que chegar num acordo: ou sim ou não. Ou parar de discutir o acordo, porque, depois de 22 anos, ninguém acredita mais”.
Em nome do bloco sul-americano, Lula cobrou dos europeus “uma postura mais clara em torno da real possibilidade de acordo”. O petista também chegou a conversar pessoalmente com o presidente da França, Emmanuel Macron, sobre o tema.
O Mercosul foi criado em 2000, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, mas as bases do acordo de livre comércio entre o bçloco e a UE só foram fechadas em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Porém, ainda depende da assinatura final de ambas as partes.
O texto final abrange a eliminação de tarifas de importação para quase todos os produtos, além de medidas sanitárias e regulatórias, propriedade intelectual e outras frentes.
Após Javier Milei ser eleito presidente da Argentina, o assessor de assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou ao jornal O Globo que uma das preocupações do governo é “salvar o Mercosul”.
“Temos que respeitar o resultado da eleição, por um lado, manter as relações como dois Estados e, se possível, salvar o Mercosul. A relação entre Brasil e Argentina é a base do Mercosul e tem reflexo em toda a América do Sul”, declarou Amorim.
O assessor de assuntos internacionais reforçou que o Brasil pretende manter uma relação de dois Estados com a Argentina, mesmo com as falas incisivas de Javier Milei sobre o atual governo brasileiro. Em uma das ocasiões, o futuro chefe da Casa Rosada descreveu o presidente Lula como “corrupto e comunista” e disse que não se encontraria com ele
Fonte: Metropoles