Política

Derrubada de veto causa tensão entre Guedes e senadores; governo tenta mediar





A decisão da maioria dos senadores pela derrubada dos vetos presidenciais na possibilidade de reajuste de servidores até 2021 causou uma guerra entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e congressistas.

Após votação no Senado na quarta-feira (19), que rejeitou o veto, Guedes afirmou que o impacto potencial da medida era de até R$ 120 bilhões e classificou a decisão dos senadores de “desastre” e “crime contra o país”. Após articulação, a Câmara reverteu o resultado e manteve o veto.

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-TO), disse ao Congresso em Focoque trabalha para distensionar o atrito e negou que isso vai atrapalhar projetos do governo. “Estamos trabalhando para retomarmos um clima de respeito e de diálogo que sempre prevaleceu entre o ministro Paulo Guedes e o Senado Federal”, disse.

Bezerra também disse ser contra a punição de senadores governistas que votaram contra o veto. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF), vice-líder do governo foi um dos votos contrários. “Não se cogitou hora nenhuma qualquer punição. Respeitamos as posições dos colegas. Vamos construir para frente. Teremos uma grande agenda para aprovarmos e precisaremos da ajuda de todos os companheiros.”

O Planalto pretende avançar no Senado nas próximas semanas uma série de iniciativas, como a proposta de emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo, que permite corte de despesas obrigatórias, como no salário de servidores, e que vai servir para financiar parte do Renda Brasil, reformulação do Bolsa Família.

A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS),  e um dos votos contra o veto, negou que vai trabalhar contra o governo. “O Senado é a casa da experiência e da responsabilidade. Acima do ministro e do governo está nosso compromisso com o país”.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) comentou o caso em um artigo publicado noCongresso em Foco.

"A pior forma de começar um debate é desqualificar o interlocutor. Especialmente no debate legislativo, quando os protagonistas são eleitos pelo voto popular. O atual Congresso já se provou reformista e não tem faltado ao país, como se viu na resposta ágil às necessidades impostas pela pandemia, com a aprovação de medidas essenciais — entre elas o auxílio emergencial aos mais pobres", escreveu.

Fonte: Congresso em foco

Por: Lauriberto Pompeu