Educação

Tema da redação do Enem 2023 é 'Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil'





Quase 4 milhões de pessoas se inscreveram para realizar as provas, que acontecem neste domingo (5) e no próximo (12).

O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 é: "Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. 

A redação faz parte do primeiro dia de prova do exame. Na avaliação de professores ouvidos pelo g1, o tema é a "cara" do Enem por tratar de um problema social relevante e exigir uma boa proposta de intervenção

"O aluno precisa ir atrás da relação de causas e consequências, principalmente porque o tema fala de desafios. É preciso pensar, então, nas causas que levam à invisibilidade desse trabalho”, afirma Daniella Toffoli, coordenadora de linguagens do Curso Anglo.

A professora do Anglo ainda comenta que:

A questão da "economia do cuidado" foi objeto de um episódio do podcast "O Assunto", que tratou, entre outros pontos, do fato de que, na média, mulheres passam o dobro do tempo que homens em funções domésticas e de cuidado com filhos e/ou demais familiares (ouça o episódio abaixo). Além disso, em setembro, o podcast tratou de "burnout materno - o colapso da maternidade ideal". 

Como fazer a redação do Enem?

A prova de redação do Enem exige a produção de uma dissertação, em que o candidato precisa defender um ponto de vista. 

Além da redação, os candidatos fazem as provas de linguagens e ciências humanas neste primeiro dia de Enem. 

Veja aqui exemplos de redação que tiraram nota mil no exame 2022, que teve como tema "Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil".

 

- Enem: Lula afirma que problema de falta de energia está 100% resolvido

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu, neste domingo (5), que todas as escolas do país participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023 realizarão as provas neste primeiro dia, mesmo aquelas unidades que registraram falta de energia, afetadas pelas fortes chuvas no estado de São Paulo.

"Liguei para o ministro Alexandre [Silveira, de Minas e Energia], ele está em São Paulo garantindo que 100% das escolas estão com os problemas de energia resolvidos. Portanto, as crianças e os nossos jovens vão ter a possibilidade de fazer a prova. Pode ser [que] em alguma cidade, por conta da chuva, no Paraná ou em Santa Catarina, tenha algum problema. Mas se tiver problema, esses meninos e meninas serão beneficiados na outra prova do Enem." De acordo com o Ministério da Educação (MEC), as novas datas serão 12 e 13 de dezembro.

O presidente deu a declaração no fim da manhã, durante visita à sala de situação na sede do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em Brasília, cerca de uma hora antes do fechamento dos portões dos locais de aplicação das provas do Enem, marcado para as 13h, no horário de Brasília. Na sala de situação, são monitoradas as possíveis ocorrência durante a aplicação das provas.

Lula detalhou a articulação do governo federal desde que os problemas foram identificados: "Ontem, nós estávamos um pouco preocupados com a informação de que por volta de 400 escolas não poderiam ter o Enem por causa da chuva e da falta de energia, em algumas escolas. Eu conversei com o ministro de Minas e Energia, que conversou com o Camilo [Santana, ministro da Educação], que conversou com a Agência Nacional [de Energia Elétrica, Aneel]. Eles se comprometeram que, hoje, todas as escolas estariam prontas para fazer o Enem ou estariam prontas com energia consertada, ou aquela que não estivesse pronta, teria gerador."

No primeiro Enem, após o retorno de Lula à Presidência da República, o presidente destacou que o número de inscritos no Enem 2023 voltou a crescer. "Nós tínhamos quase 9 milhões de [inscritos], em 2014. Depois, caiu para menos de 3,5 milhões [de inscritos], no ano passado e no ano retrasado. Ele [o Enem], agora, voltou a 3,9 milhões de jovens que se inscreveram, uma demonstração do apetite dos nossos meninos e meninas que voltaram a estudar e quem sabe concluir o seu curso na universidade."

Ele ressaltou que, nesta edição, 63% dos participantes do exame são mulheres. "Uma boa notícia é saber que as mulheres estão batendo um recorde atrás de recorde, na tentativa de se informar, de se transformar em mulheres independentes com profissão. Isso é muito bom para que a gente possa pensar nesse país mais democrático, mais igualitário e sem preconceitos de gênero no país". Lula ainda observou a maior participação de pessoas pardas e de moradores da Região Nordeste.

“Daqui para frente, nós temos que criar a consciência no Brasil de que a gente continuará investindo muito em educação e ter em mente que sem educação esse país não dará o salto de qualidade que nós sonhamos. Eu sempre digo que investir em educação não é gasto. É investimento. A gente vai caminhar para que as pessoas não tenham sequer que pagar a taxa do Enem. A gente vai ter que fazer uma combinação para que a gente torne mais atrativo a esses jovens para se inscreverem para fazer o seu Enem e para poderem entrar na universidade”, declarou Lula.

O presidente ainda lembrou que. na quarta-feira (1º), anunciou a renegociação de dívidas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e comparou a iniciativa ao Programa Desenrola Brasil, de pagamento de dívidas. "As pessoas que estão devendo o Fies vão poder colocar sua dívida em ordem, vão poder limpar o seu nome, vão poder fazer acordo, é uma espécie do Desenrola. Então, as pessoas que estão com problemas de dívida [com o Fies] terão que falar com o MEC [Ministério da Educação], com a Caixa Econômica para legalizar a sua dívida. Porque vai ser um Desenrola para equacionar os problemas de muita gente que chegou a ficar com a dívida muito alta e as pessoas não têm o que pagar e nem conseguem dormir à noite."

Na visita ao Inep, o presidente Lula esteve acompanhado do ministro Camilo Santana; do presidente do Inep, Manuel Palácios; do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta; e da primeira-dama, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja.

 

Fonte: g1 - Agência Brasil