Cotidiano

Conselheiro do TCE vira réu por lavagem de dinheiro





 

Pela segunda vez, o conselheiro do Tribunal de Contas do Amapá (TCE-AP), Júlio Miranda, virou réu pelo crime de lavagem de dinheiro. O conselheiro e ex-presidente do TCE já responde pelo mesmo crime em outra ação penal.

A denúncia foi aceita, por unanimidade, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), na última segunda-feira (23). A relatora do processo, ministra Nancy Andrighi, concluiu que há provas suficientes para condenar Miranda. O voto foi acompanhado pelos demais ministros.

Em contrapartida, a defesa de Júlio Miranda alega que não há fundamentos na denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF).

Segundo a denúncia, Júlio desviou cerca de R$ 100 milhões do TCE no período de 2001 a 2010. Investigações apontam que o dinheiro desviado foi lavado com compra de bens em outros estados com ajuda de outras pessoas. 

A denúncia aponta, ainda, que José Miranda respaldava contratos supostamente fraudulentos do governo do Amapá. Ele também teria realizado saques em espécie no valor de R$ 7,57 milhões das contas do TCE. O inquérito detalha que o conselheiro era dono de várias empresas no estado.

Ele chegou a ser preso na Operação Mãos Limpas, em 2010, quando era presidente da Casa. Na época, a Polícia Federal apreendeu carros de luxo, casas e até um avião que supostamente teriam sido adquiridos com o dinheiro desviado.

Em 2017, Júlio Miranda conseguiu uma liminar para reassumir o cargo no TCE, porém, em maro de 2018 foi afastado novamente.

Em junho deste ano, o STJ recebeu uma outra denúncia contra o conselheiro o acusando de fraudar a origem de bens que teriam também sido comprados com o dinheiro desviado.