Uma equipe habituada a vencer tem dificuldade a lidar com as frustrações. Quando as feridas acontecem na caminhada ao título, fica complexo encontrar motivação para seguir em frente com algo que não foi desejado. Mas o verdadeiro campeão é moldado a superação, muito trabalho e entrega. O Brasil valorizou a disputou a pelo no pódio neste domingo, apresentou um vôlei de alto nível e conquistou a inédita medalha de bronze no Mundial de vôlei masculino. Sem demonstrar abalo por ter ficado fora da grande final e com o ponteiro Lucarelli lesionado, a seleção brasileira venceu a Eslovênia por 3 sets a 1 - com parciais de 25/18, 25/18, 22/25 e 25/18.
O histórico do Brasil em jogos pelo terceiro lugar era totalmente desfavorável. A seleção já havia disputado a medalha de bronze outras três vezes em Mundiais e ficou na quarto posição em todas as ocasiões: em 1986, na França, em 1990, no Brasil, e em 1998, no Japão. A conquista deste domingo também marcou a nova despedida de Wallace, que teve uma grande atuação e deixou a quadra como maior pontuador com 22 acertos.
O campeão olímpico estava aposentado da camisa verde e amarela mas se colocou à disposição do técnico Renan Dal Zotto para jogar a competição quando soube da lesão do oposto Alan, que rompeu o tendão de Aquiles. Não houve sinalização por parte do jogador de que possa retornar à seleção para os Jogos de Paris, em 2024.
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O Brasil chegou desacreditado no Mundial, após resultados polêmicos e a eliminação nas quartas de final na Liga das Nações, mas fez uma campanha invicta até a semifinal. A seleção cresceu durante a competição, com a evolução do levantador Fernando Cachopa, mas perdeu o ponteiro Lucarelli no momento decisivo da partida contra a Polônia. O campeão olímpico sentiu dores na panturrilha esquerda e foi desfalque contra a Eslovênia.
Lucão conseguiu uma sequência de saques determinante para a vitória do Brasil na parcial. A seleção chegou a sofrer ameaça no terceiro set, mas Leal fez uma ótima partida, lembrando o jogador importante da fase de grupos.
Wallace - 22 pontos
Leal - 19 pontos
Stern - 17 pontos
Cebulj - 14 pontos
Pontos de ataque:
Brasil: 50
Eslovênia: 45
Pontos de bloqueio:
Brasil: 13
Eslovênia: 4
Pontos de saque:
Brasil: 8
Eslovênia: 5
Pontos em erros adversários:
Brasil: 26
Eslovênia: 25
1° set - Trocas dão parcial para o Brasil
Concentrado, o Brasil logo abriu vantagem no placar. Leal assumiu as ações ofensivas e foi o destaque da seleção no começo do jogo. Aos poucos, no entanto, a equipe foi perdendo a potência. A Eslovênia cresceu nos erros do adversário. O bloqueio brasileiro não subiu, e o ponteiro Cebulj conseguiu atacar. Com o placar apontando 12 a 8 para os eslovenos, o técnico Renan Dal Zotto fez trocas em quadra: colocou Adriano no lugar de Rodriguinho e Bruninho, na posição de Cachopa.
O Brasil melhorou. Lucão foi para o saque e anotou seis pontos seguidos. Ele colocou a seleção à frente no marcador e ainda deixou a margem de três pontos: 18 a 15. A sequência embalou a equipe, que segurou a reação da Eslovênia e ainda fez ótimas jogadas. Um bloqueio de Flávio fechou o set para o Brasil em 25 a 18.
2° set - Leal reaparece e faz a diferença
Ficou complicado para a Eslovênia encarar um Brasil confiante. Após a vitória no set anterior, a seleção encaixou as jogadas. Bruninho viu que Leal estava na partida e acionou o ponteiro, que colocou todas no chão. Wallace também apareceu bem, sendo ótima opção para fugir da marcação. Stern era um desafogo para os eslovenos, mas a vantagem colocada no começo da parcial garantiu a vitória do Brasil em 25 a 18.
3° set - Eslovênia reage com Stern e Cebulj
Parecia que o jogo estava resolvido, que o Brasil fecharia a partida em 3 sets a 0. Ainda com Leal e Wallace como bolas de segurança, a seleção mantinha uma ótima vantagem no placar: 15 a 9. Mas a Eslovênia reagiu e - de forma impressionante. Destaques do time, Stern e Cebulj se uniram e aplicaram a virada do set. O técnico Renan Dal Zotto ainda tentou algumas modificações, mas os eslovenos garantiram a parcial em 25 a 22.
4º set - Vontade e motivação do Brasil
A Eslovênia largou na frente, abrindo 4 a 0 no placar. O Brasil parou o jogo, o técnico Renan Dal Zotto pediu tempo para reorganizar a equipe. Aos poucos, a seleção se encaixou e voltou a jogar como nos primeiros sets. Lucão fez outra sequência avassaladora no saque, e Wallace virou todas as bolas levantadas por Bruninho. A seleção conseguiu ótima vantagem na parcial e, com tranquilidade, foi construindo a vitória. Após um ataque de Wallace, o Brasil garantiu o bronze: 25 a 18.
Fonte: GE