Cotidiano

Amapá desperdiça 3 de cada 4 litros de toda água potável produzida, diz pesquisa





Estudo aponta que perda é resultado de ligações clandestinas e furto do produto. Caesa diz que prejuízos fazem empresa deixar de arrecadar R$ 3,5 milhões por mês.

De cada 100 litros de água tratada produzida pelos Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa), quase 75% se perde pelo caminho antes de chegar devidamente ao consumidor. O produto é desperdiçado, seja através de furtos na rede ou através de falhas nas tubulações. 

O indicador do estado, que perde 3 de cada 4 litros de água tratadaé o pior entre os estados do país, de acordo com estudo do Instituto Trata Brasil, divulgado nesta semana. 

Os dados, referentes a 2020, levam em consideração as informações do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).  

A perda no estado é quase o dobro da média nacional, que em 2020 ficou em 40,14%. A distância do Amapá é grande em relação ao segundo pior colocado: Acre, com 62,08%. 

Ainda nos dados de água tratada, o instituto fez um comparativo entre as 100 maiores cidades do país, e Macapá está na 99ª posição, entre as menos eficientes com distribuição de água

O serviço de saneamento básico foi concedido à iniciativa privada por 35 anos e o grupo responsável pela atividade deve assumir nos próximos meses.  

Até o momento, o tratamento de água e esgoto é operado pela Caesa, empresa pública fornecedora do serviço no estado. Além da perda do produto, o prejuízo é financeiro, pois a água perdida não é faturada, ou seja, não é cobrada e a empresa deixa de arrecadar. 

"É o que chamamos de perda técnica. Que é a somatória em função de canos quebrados, adutoras, águas vazando pela cidade, a falta de pagamento por inadimplência é muito alto, o que impacta nessa perda técnica. Cerca de 30 mil consumidores são interligados na nossa rede e não estão cadastrados", detalha Valdinei Amanajás, diretor-presidente da Caesa. 

Com o não pagamento, a empresa deixa de arrecadar cerca de R$ 3,5 milhões por mês com contas de água não quitadas pelos consumidores ou não cobradas daqueles que estão interligados à rede. 

Fonte: g1 AP - John Pacheco e Karina Rodrigues