Política

Itamaraty vive saia justa com possível encontro virtual de Bolsonaro e Putin





O Itamaraty vive uma saia justa diplomática por causa da realização do encontro dos líderes dos Brics, previsto para junho.

O evento, organizado pela China, terá formato virtual e poderá novamente reunir Jair Bolsonaro (PL) e Vladimir Putin, quatro meses após a controversa visita do brasileiro a Moscou.

Desde então, o russo virou um pária no mundo ocidental por ter invadido a Ucrânia. Mas ainda segue prestigiado pelo bloco de países emergentes, que reúne também Índia e África do Sul.

A torcida no Itamaraty é que o evento seja adiado, ou ao menos que Putin prefira mandar um representante. O próprio Bolsonaro também pode decidir não participar. Por enquanto, porém, a cúpula segue confirmada pelos anfitriões chineses.

Bolsonaro esteve na Rússia entre os dias 15 e 16 de fevereiro. Durante a visita, o presidente brasileiro chegou a expressar "solidariedade" à Rússia, o que teve repercussão negativa na comunidade internacional diante da escalada de tensão que já se anunciava.

Bolsonaro também fez uma ilação inexistente entre sua visita a Moscou e o anúncio da retirada de parte das tropas russas que se exercitavam em torno da Ucrânia, ainda antes da invasão.

"Alguns países achavam que não deveríamos vir. Mantivemos nossa agenda, por coincidência ou não, parte das tropas deixou a fronteira", disse o presidente, em 16 de fevereiro. "A leitura que eu tenho do presidente Putin é que ele é uma pessoa também que busca a paz."

Em 24 de fevereiro, a Rússia invadiu o território ucraniano, deflagrando o conflito que se estende até os dias de hoje.

Fonte: UOL - FOLHA