Jane Nogara - Vatican News
No 4° Domingo de Páscoa (08/05) durante o Regina Caeli, Francisco falou sobre “o bom pastor”. Para recordar esta “terna e bela imagem” do pastor com suas ovelhas, o Papa usou três verbos, presentes no Evangelho de João, refletindo sobre eles: escutar, conhecer, seguir.
Escutar
“Antes de tudo, as ovelhas escutam a voz do pastor. A iniciativa vem sempre do Senhor; tudo parte da sua graça: é Ele quem nos chama à comunhão com Ele. Mas esta comunhão se realiza se nos abrirmos à escuta. Escutar significa disponibilidade, docilidade, tempo dedicado ao diálogo”. O Papa destacou que a escuta é fundamental para o Senhor, explicando:
“O Senhor é a Palavra do Pai e o cristão é filho da escuta, chamado a viver com a Palavra de Deus ao alcance da mão”
Recomendando que escutemos os outros, pois “quem escuta os outros também escuta o Senhor, e vice-versa”. "Hoje estamos sobrecarregados com palavras - disse ainda o Papa - e com a pressa de sempre ter que dizer e fazer alguma coisa, na verdade quantas vezes duas pessoas estão falando e uma não espera que a outra termine seu pensamento, ela o corta pela metade, ela responde... Mas se você não o deixa falar, não há escuta. Este é um mal do nosso tempo. Hoje estamos sobrecarregados pelas palavras, pela pressa de sempre ter que dizer algo, temos medo do silêncio".
Conhecer
“Escutar Jesus torna-se assim o caminho para descobrir que Ele nos conhece. Aqui está o segundo verbo, que diz respeito ao bom pastor: Ele conhece suas ovelhas”, explica Francisco. Enfatizando:
“Conhecer no sentido bíblico significa amar. Significa que o Senhor, enquanto ‘nos lê por dentro’, nos ama”
“Ele quer nos dar um novo e maravilhoso conhecimento – continua o Papa - o de saber que somos sempre amados por Ele e, portanto, nunca deixados sós, a nós mesmos”. Neste ponto o Papa adverte que devemos nos perguntar: “eu me deixo ser conhecido pelo Senhor? Eu lhe abro espaço na minha vida, levo-lhe o que eu vivo?”
Seguir
Ao refletir sobre o terceiro verbo sobre o bom pastor Francisco disse: “As ovelhas que escutam e se descobrem conhecidas seguem o seu pastor. E quem segue a Cristo, o que faz? Vai para onde Ele for, na mesma estrada, na mesma direção”. Recordando ainda que seguir significa interessar-se pelos que estão longe, carregar no coração a situação dos que sofrem, sabe chorar com os que choram, estender a mão ao próximo, carregá-lo sobre os ombros.
O Papa concluiu invocando:
“Que a Virgem Santíssima nos ajude a escutar Cristo, a conhecê-lo cada vez mais e a segui-lo no caminho do serviço”
- Papa suplica a paz a Nossa Senhora de Pompeia
Em suas saudações depois do Regina Caeli, o Papa recordou povos que sofrem as consequências da guerra e, com o olhar dirigido à Ucrânia, recordou a súplica a Nossa Senhora de Pompeia, pedindo a todos que rezem o terço todos os dias de maio pela paz
Jane Nogara - Vatican News
Depois da oração mariana do Regina Caeli, o Papa Francisco fez uma série de saudações recordando particulares eventos deste domingo, 8 de maio.
Inicialmente saudou a nova Beata peruana Maria Agustina, mais conhecida como Irmã Aguchita. “Religiosa Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor – disse o Papa - morta em ódio à fé em 1990. Esta heroica missionária, mesmo sabendo que estava arriscando sua vida, permaneceu sempre perto dos pobres, especialmente das mulheres indígenas e camponesas, dando testemunho do Evangelho da justiça e da paz. Que seu exemplo inspire em todos o desejo de servir a Cristo com fidelidade e coragem”. Pedindo aplausos para a nova Beata.
Em seguida, Francisco recordou que hoje é celebrado o “Dia Mundial de Oração pelas Vocações” que neste ano tem como tema “Chamados a edificar a família humana”. Acrescentando:
“Em todos os continentes, as comunidades cristãs invocam do Senhor o dom das vocações ao sacerdócio, à vida consagrada, à escolha missionária e ao matrimônio. Este é o dia em que todos nós, como batizados, nos sentimos chamados a seguir Jesus, a dizer-lhe sim, a imitá-lo para descobrir a alegria de dar nossas vidas, de servir o Evangelho com alegria e entusiasmo”.
E saudou os novos sacerdotes ordenados em Roma: “Neste contexto, gostaria de expressar meus melhores votos aos novos sacerdotes da diocese de Roma, que foram ordenados esta manhã na Basílica de São João de Latrão”.
Outra saudação foi a Nossa Senhora de Pompeia e da Súplica que brotava no coração do Beato Bartolo Longo, dedicada à Virgem.
Acrescentando em seguida:
“Ajoelhado espiritualmente diante da Santíssima Virgem, confio a ela o ardente desejo de paz de tantos povos que em várias partes do mundo estão sofrendo a calamidade sem sentido da guerra. À Santíssima Virgem eu apresento em particular os sofrimentos e as lágrimas do povo ucraniano. Diante da loucura da guerra, continuemos, por favor, a rezar o terço pela paz todos os dias. E oremos pelos líderes das nações, para que eles não esqueçam "da vontade do povo", que quer a paz e sabe que as armas nunca a trarão”.
Francisco também rezou pelas vítimas da explosão ocorrida em Havana, Cuba com a morte de várias pessoas desejando conforto aos familiares.
Depois de saudar os grupos presentes na Praça o Papa concluiu o Regina Caeli com a felicitação pelo Dia das Mães
“Hoje, em muitos países, celebramos o Dia das Mães. Recordamos nossas mães com afeto - um aplauso às mães - mesmo aquelas que não estão mais conosco aqui embaixo, mas vivem em nossos corações. Para todas as mães é a nossa oração, o nosso afeto e as nossas felicitações".
Fonte: Vatican News