Cotidiano

Rússia não usará armas nucleares na Ucrânia, diz ministério





A Rússia não usará armas nucleares na Ucrânia, disse nesta sexta-feira (6) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Alexei Zaitsev.

Em entrevista, Zaitsev afirmou que o uso de armas nucleares pela Rússia - um risco que as autoridades ocidentais discutiram publicamente - não é aplicável ao que Moscou chama de operação militar especial na Ucrânia.

"Nenhum de nós pode encarar de ânimo leve a ameaça representada por um potencial recurso a armas nucleares táticas ou armas nucleares de baixo rendimento", disse o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos, William Burns,citando os reveses que a Rússia sofreu na Ucrânia, 

 

- Bush disse que Zelensky é “Churchill dos nossos tempos”

O líder ucraniano e o ex-presidente dos EUA conversaram por vídeo chamada

Bush disse que Zelensky “garantiu que eles não vacilarão em sua luta contra a barbárie e a violência de Putin” Poder360 06.maio.2022 (sexta-feira) - 9h25O ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush conversou por vídeo chamada na 5ª feira (5.mai.2022) com o líder ucraniano Volodymyr Zelensky.Comparou o presidente da Ucrânia com ex-primeiro-ministro do Reino Unido Winston Churcill. 

“Tive a honra de passar alguns minutos conversando com o presidente Zelensky — o Winston Churchill do nosso tempo — esta manhã”disse o ex-presidente norte-americano em seu perfil no Twitter.

“O presidente Zelensky me garantiu que eles não vacilarão em sua luta contra a barbárie e a violência de Putin. Os americanos são inspirados por sua coragem e resiliência. Continuaremos a apoiar os ucranianos enquanto eles defendem sua liberdade”, disse o ex-presidente.

Em comunicado depois da vídeo chamada, o governo ucraniano agradeceu os norte-americanos pelo apoio e convidou Bush para visitar o país.

“Nossa conversa é importante para mim porque você é um exemplo de líder forte”, disse Zelensky ao ex-presidente.

 

Combates mantêm civis presos em siderúrgica na Ucrânia

ONU lança nova operação de retirada

Dezenas de civis ucranianos, incluindo mulheres e crianças, estavam presos nessa quinta-feira (5) em abrigos subterrâneos em uma siderúrgica de Mariupol, abalada por fortes explosões, enquanto forças russas lutam pelo controle do último reduto da Ucrânia na cidade portuária em ruínas.

A Organização das Nações Unidas (ONU) disse que uma nova operação está em andamento para retirar mais pessoas de Mariupol e da siderúrgica de Azovstal, onde cerca de 200 civis ainda estão escondidos em bunkerssubterrâneos com pouca comida ou água.

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou ao primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, em conversa por telefone, que Kiev deveria determinar que os soldados ucranianos que defendem a siderúrgica sitiada baixassem as armas, acrescentando que a Rússia ainda está preparada para fornecer passagem segura aos civis.

Ucranianos que defendem o local estão resistindo desesperadamente há semanas, e embora alguns civis tenham conseguido sair de maneira segura por meio de corredores humanitários, aproximadamente 200, segundo autoridades ucranianas, permanecem na parte de dentro, com pouca comida, água e remédio.

O Kremlin negou anteriormente que as forças russas estavam invadindo a siderúrgica da era soviética. Citou uma ordem de 21 de abril, de Putin, de que elas deveriam fechá-la, mas não entrar no seu labirinto de túneis subterrâneos.

Mas um soldado ucraniano que estava preso no grande complexo - a última parte da cidade ainda nas mãos da Ucrânia - acusou as forças russas de violar a defesa de siderúrgica pelo terceiro dia, desobedecendo promessa anterior de Moscou de pausar suas atividades militares para permitir a retirada de civis.

“Combates sangrentos e pesados estão em andamento”, disse o capitão Sviatoslav Palamar, vice-comandante do regimento Azov da Ucrânia, em vídeo publicado online.

“Mais uma vez, os russos não cumpriram a promessa de cessar-fogo e não deram oportunidade aos civis que buscam abrigo nos porões da siderúrgica para que possam evacuar”, disse. A Reuters não conseguiu verificar o relato de maneira independente ou de onde ele estava falando.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, informou ao Conselho de Segurança que uma terceira operação está em andamento para retirar civis de Mariupol e Azovstal. Em esforço conjunto com a Cruz Vermelha, a ONU ajudou quase 500 civis a fugirem da área na semana passada.

"Espero que a coordenação contínua com Moscou e Kiev leve a mais pausas humanitárias para permitir a passagem segura dos civis dos combates, e que ajuda possa alcançar aqueles em necessidade crítica", afirmou Guterres.

"Devemos continuar a fazer todo o possível para tirar as pessoas desse cenário infernal". Guterres se recusou a dar detalhes sobre a nova operação "para evitar minar um possível sucesso".

O Exército da Rússia prometeu pausar as atividades em Azovstal durante dessa quinta-feira e nos próximos dois dias, para permitir que civis sejam retirados, após lutas impedirem a saída deles da siderúrgica na quarta-feira. O Kremlin informou que foram formados corredores humanitários a partir da siderúrgica.

Em discurso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que a Ucrânia estava pronta para garantir um cessar-fogo.

“Demorará para simplesmente tirar as pessoas daqueles porões, daqueles abrigos subterrâneos. Nas atuais condições, não podemos usar equipamentos pesados para retirar os destroços. Precisa ser feito com a mão”, afirmou Zelenskiy.

Expansão da Otan

A defesa teimosa da Ucrânia em Azovstal mostrou a falha da Rússia de tomar grandes cidades em uma guerra de dez semanas, que levou potências ocidentais a enviarem armas a Kiev e punir Moscou com sanções.

No que pode ser uma grande mudança histórica que, com certeza, deixará Moscou furiosa, Suécia e Finlândia podem em breve decidir se juntar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Suécia e Finlândia, que têm fronteira de 1.300 quilômetros com a Rússia, ficaram fora da Otan durante a Guerra Fria, mas a invasão de Moscou à Ucrânia levou ambas a repensarem suas necessidades por segurança.

 

- Relatório da Anistia Internacional atribui crimes de guerra à Rússia

A organização não governamental (ONG) Anistia Internacional divulgou hoje (6) as conclusões de “extensa investigação” feita na região de Kiev. Os  dados reforçam o coro internacional de acusações de crimes de guerra atribuídas às tropas russas. A organização de defesa dos direitos humanos afirma ter documentado “ataques aéreos ilegais em Borodyanka”, além de “execuções extrajudiciais” em localidades como Bucha, Andriivka, Zdvyzhivka e Vorzel.

O relatório da Anistia Internacional – intitulado Ele não vai voltar: crimes de guerra nas áreas do noroeste do Oblast de Kiev - é baseado em dezenas de entrevistas feitas na área e em “revisão extensa de provas materiais”.A delegação da ONG enviada à Ucrânia foi liderada pela secretária-geral da organização. Foram ouvidos sobreviventes, familiares de vítimas e autoridades ucranianas.

“O padrão de crimes cometidos por forças russas que documentamos inclui ataques ilegais e mortes deliberadas de civis”, afirmou Agnès Callamard, em entrevista. 

“Estivemos com famílias cujos entes queridos foram mortos em ataques horríveis e cujas vidas mudaram para sempre por causa da invasão russa. Apoiamos sua exigência de justiça e apelamos às autoridades ucranianas, ao Tribunal Penal Internacional e a outros para que garantam a preservação de provas que possam suportar futuras acusações de crimes de guerra”, acrescenta. “É vital que todos os responsáveis, incluindo o topo da cadeia de comando, sejam levados à Justiça”.

De Bucha a Dmytrivka

Em Borodyanka, informa a organização, foi documentada a morte de pelo menos 40 civis “em ataques desproporcionais e indiscriminados, que devastaram um bairro inteiro e deixaram milhares de pessoas sem casa”. Em Bucha e outras cidades e vilas localizadas a noroeste de Kiev, a Anistia registrou 22 casos de assassinatos pelas forças russas, a maior parte aparentes execuções extrajudiciais.

Uma das testemunhas de Bucha citada no relatório é Oleksii Sychevky, que perdeu a mulher e o pai quando a coluna de veículos civis em que seguiam foi alvejada por forças russas.

“A coluna era de civis em fuga. Quase todos os carros tinham crianças. Quando o nosso carro alcançou uma linha de árvores, ouvi tiros – primeiro tiros isolados, depois uma explosão de disparos”, contou Sychevky.

“Os disparos atingiram o primeiro veículo da coluna e pararam. Estávamos no segundo veículo e tivemos de parar. Fomos então atingidos. Pelo menos seis ou sete disparos. O meu pai foi morto instantaneamente por uma bala na cabeça. A minha mulher foi atingida por estilhaços de metal e o meu filho foi também atingido”, descreveu

A investigação da ONG durou 12 dias. Os membros enviados à Ucrânia recolheram os depoimentos de “moradores de Bucha, Borodyanka, Novyi Korohod, Andriivka, Zdvyzhivka, Vorzel, Makariv e Dmytrivka”. Visitaram também outros locais em que ocorreram muitas mortes.

Foram ouvidas 45 pessoas que testemunharam ou tinham conhecimento, em primeira mão, de mortes de familiares e vizinhos por soldados russos. Mais 39 viram ou tinham conhecimento, em primeira mão, de ataques aéreos que atingiram oito edifícios residenciais.

A Anistia Internacional relaciona, em seu portal, toda a documentação de violações de direitos humanos e internacional humanitário cometidas durante a guerra na Ucrânia.

“Todos os responsáveis por crimes de guerra deveriam ser  responsabilizados por suas ações. Considerando a responsabilidade de comando, superiores hierárquicos – incluindo comandantes e líderes civis como ministros e chefes de Estado – que tenham conhecimento de crimes cometidos por suas forças, mas que não tentaram travá-los ou punir os responsáveis, deveriam também ser criminalmente responsabilizados”, disse a organização.

 

- Alemanha fornecerá à Ucrânia sete obuses autopropulsados

Governo alemão e o chanceler Olaf Scholz foram pressionados pela Ucrânia e por políticos internos pela falta de fornecimento de armamento pesado contra a Rússia

A Alemanha chegou a um acordo para fornecer à Ucrânia sete obuses blindados autopropulsados ​​2000, anunciou a ministra da Defesa, Christine Lambrecht, nesta sexta-feira (6) durante uma visita a Silac, na Eslováquia.

O sistema de artilharia, que se assemelha a um tanque, tem um alcance de tiro relatado de até 40 quilômetros, de acordo com os militares alemães. Lambrecht disse que a Alemanha também oferecerá treinamento nos obuses blindados para as tropas ucranianas.

Nos últimos meses, o governo alemão e o chanceler Olaf Scholz foram pressionados pela Ucrânia e por políticos internos por não terem feito o suficiente para fornecer equipamento militar pesado para ajudar a Ucrânia a se defender contra a invasão russa.

No final do mês passado, a Alemanha concordou em entregar veículos antiaéreos rastreados Gepard para a Ucrânia — uma medida que destacou uma grande mudança em sua abordagem para fornecer ajuda militar a Kiev.

 
- Kremlin diz que “chegará a hora” de celebrar o Dia da Vitória em Mariupol

Governo russo negou que iria declarar oficialmente guerra à Ucrânia em 9 de maio

O Kremlin disse, nesta sexta-feira (6), que não sabe se haverá um desfile em Mariupol em 9 de maio para comemorar a vitória da União Soviética na Segunda Guerra Mundial, mas que chegaria a hora de celebrar o Dia da Vitória.

As forças russas dizem que capturaram Mariupol apesar da resistência contínua das forças ucranianas na usina siderúrgica Azovstal, na região do Donbass.

“Chegará a hora de marcar o Dia da Vitória em Mariupol”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres em uma entrevista na sexta-feira, quando questionado sobre os planos para 9 de maio em território recentemente tomado por forças apoiadas pela Rússia.

A Rússia negou recentemente especulações de que o presidente Vladimir Putinplaneja declarava guerra à Ucrânia e declarar uma mobilização nacional em 9 de maio.

O Dia da Vitória de 9 de maio é um dos eventos nacionais mais importantes da Rússia – uma lembrança do enorme sacrifício soviético feito para derrotar a Alemanha nazista no que é conhecido na Rússia como a Grande Guerra Patriótica.

Estima-se que 27 milhões de cidadãos soviéticos foram mortos na guerra de 1941-45, que deixou a União Soviética devastada e quase todas as famílias soviéticas de luto.

Putin usou discursos anteriores do Dia da Vitória para atrair o Ocidente e mostrar o poder de fogo das forças armadas pós-soviéticas da Rússia.

Quarteirões arrasados em Mariupol confirmam forte bombardeio

A invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro matou milhares de pessoas, deslocou outros milhões e aumentou o medo do confronto mais sério entre a Rússia e os Estados Unidos desde a crise dos mísseis cubanos de 1962.

Putin diz que a “operação militar especial” na Ucrânia é necessária porque os Estados Unidos estavam usando a Ucrânia para ameaçar a Rússia e Moscou teve que se defender contra a perseguição de pessoas de língua russa.

 

- Mulher apontada como namorada de Putin entra em lista de sanções da UE, dizem fontes

Alina Kabaeva estaria incluída no sexto pacote proposto pela União Europeia contra a Rússia em retaliação à invasão da Ucrânia

Alina Kabaeva, uma mulher que já foi romanticamente ligada ao presidente russo Vladimir Putin, está incluída no sexto pacote proposto de sanções da União Europeia contra a Rússia por sua invasão da Ucrânia, segundo duas fontes diplomáticas europeias ouvidas pela CNN.

Nesta fase, os nomes podem ser retirados ou adicionados a critério do estado-membro, disse uma fonte da Comissão da UE à CNN.

A UE não assinou oficialmente a proposta, mas pode fazê-lo nesta sexta-feira em uma reunião de embaixadores – atualmente em andamento na sede da UE em Bruxelas, Bélgica.

“As discussões estão acontecendo. Não é fácil, mas temos que esperar para ver”, disse uma das fontes diplomáticas à CNN na manhã de sexta-feira, horário local.

Kabaeva, nascida em 1983, foi ligada pela primeira vez a Putin há mais de uma década, quando era uma ginasta vencedora de medalhas. Putin negou um relacionamento com ela.

Em abril, o Wall Street Journal noticiou que autoridades norte-americanas estavam debatendo se deveriam ou não impor sanções a Kabaeva devido a preocupações de que a medida pudesse aumentar ainda mais as tensões porque poderia ser um golpe pessoal extremo para Putin.

O chefe da Igreja Ortodoxa Russa, Patriarca Kirill, também está entre os indivíduos que estão incluídos na proposta de sexta rodada de sanções da UE, segundo duas fontes que viram os documentos completos.

A UE vem intensificando sua ação econômica contra a Rússia desde o início da guerra na Ucrânia. Mais recentemente, o bloco propôs a proibição das importações de petróleo russo, algo que teria um grande impacto na economia da Rússia, embora a Hungria, um estado-membro da UE com laços estreitos com Putin, provavelmente frustre tais planos.

Fonte: Agência Brasil - Poder360 - CNN Brasil