Política

Bolsonaro diz que não vai abrir mão de liberdade; Lula critica indulto a Silveira





Pré-candidatos, que participaram de em eventos em Minas Gerais e São Paulo, fizeram referência ao caso envolvendo o deputado federal

Os pré-candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva(PT) discursaram neste sábado (30) e fizeram referência ao caso envolvendo o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) – condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e que depois recebeu um perdão do presidente da República.

Em Uberaba (MG), Bolsonaro citou os atos marcados a favor de Silveira neste domingo (1º), em São Paulo e outras cidades do país. Segundo o presidente, a manifestação não é um protesto, mas os apoiadores devem passar a imagem de “que o Brasil quer que todos joguem dentro das quatro linhas da Constituição”. “Não abrimos mão da nossa liberdade”, disse.

Lula, por sua vez, participou de um encontro com mulheres na Brasilândia, zona norte de São Paulo, e criticou Bolsonaro, dizendo que o presidente “resolveu dar indulto para um amigo seu, que tinha cometido a barbaridade de ofender a Suprema Corte”.

Presidente fala em “liberdade” e diz que atos não serão protesto

A fala de Bolsonaro em Uberaba (MG) ocorreu durante a abertura da feira de pecuária Expozebu. Diante de um público de apoiadores, que reagiam às falas do presidente com palmas e gritos favoráveis, Bolsonaro discursou ao lado de ministros, do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do governador mineiro, Romeu Zema (Novo).

“Tenho certeza que esse Brasil verde e amarelo, que estou vendo aqui, veio para ficar. Queria dizer a todos vocês que porventura vão às ruas amanhã, não para protestar, mas para dizer que o Brasil está no caminho certo, que o Brasil quer que todos joguem dentro das quatro linhas da Constituição. E dizer que não abrimos mão da nossa liberdade”, afirmou.

“Amanhã não será dia de protesto, será dia de união do nosso povo, para um futuro cada vez melhor para todos nós”, completou o presidente.

No discurso em Minas, Bolsonaro ainda fez elogios ao governador Romeu Zema, a quem considerou “um exemplo para todos nós”, e a Arthur Lira. “Temos aqui um deputado federal que é muito importante para mim lá na Câmara. Não é fácil conduzir os trabalhos na Câmara”, disse Bolsonaro. “É difícil agradar a todo mundo, mas o apoio que temos na Câmara em especial vem do seu presidente, Arthur Lira.”

O evento fez referências religiosas, com os convidados rezando a oração do Pai Nosso antes da fala de Bolsonaro. O locutor Cuiabano Lima fez elogios ao chefe do Executivo, dizendo que “o presidente Jair Messias Bolsonaro é um predestinado e escolhido por Deus para estar no comando da nação”.

No fim de seu discurso, Bolsonaro também falou sobre religião, voltou a citar o presidente da Câmara e fez referência a “outros Poderes”.

“Aqui é um país quase totalmente cristão, que acredita no Criador, e que, com ele, reza para o bem de todos nós. Queria dizer que, pela primeira vez na história, temos mais que um presidente, um governo e alguns e outros Poderes – como um que está aqui, o presidente da Câmara –, que acredita em Deus, respeita os militares, defende a família brasileira e deve lealdade para o povo”, disse. 

O presidente ainda fez acenos a Minas Gerais, elogiou o ex-ministro da Defesa Braga Netto, que é mineiro, e fez referência ao fato de que o estado, segundo maior colégio eleitoral do país, é determinante para o resultado das eleições presidenciais.

“É um estado referência para todos nós. Tanto é verdade que, para ser presidente, tem que ganhar em Minas.

Bolsonaro “resolveu brigar com a Suprema Corte”, diz Lula

Também neste sábado (30), Lula voltou a fazer críticas a Bolsonaro pelo perdão dado ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) durante o evento na capital paulista. Segundo o petista, Bolsonaro “agora resolveu brigar com a Suprema Corte”.

“Está cheio de menino de 17, 18, 19 e 20 anos que foram presos, e nem se sabe o crime que cometeram. [Eles] não têm advogado porque não podem pagar”, afirmou.

“E esse presidente, ao invés de visitar uma cadeia e dar indulto para quem merece indulto, resolveu dar indulto para um amigo seu, que tinha cometido a barbaridade de ofender a Suprema Corte”, criticou Lula.

 

- Presidente diz que cumprirá pedido da OMC de mais alimentos

O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje (30), durante visita à ExpoZebu, em Uberaba, que o pedido da Organização Mundial do Comércio (OMC), feito pela diretora geral Ngozi Okonjo-Iweala, de produzir mais alimentos será atendido. “Terão mais alimentos com toda certeza, porque ano após ano, aumenta a nossa produtividade, quer seja na agricultura, quer seja na pecuária. Isso é o trabalho de todos vocês, povo brasileiro que trabalha, que investe, que acredita, tem fé e quer o seu país cada vez melhor”, afirmou o presidente durante a abertura do evento.

Bolsonaro lembrou também que mais de 30 navios com fertilizantes estão a caminho da Rússia para o Brasil, resultado da viagem que fez em fevereiro ao país para tratar da compra desses produtos. “A nossa agricultura não para, muito menos a nossa pecuária”, disse.

Para uma plateia de produtores rurais, Bolsonaro afirmou que o Brasil venceu a pandemia da covid-19 e que espera em pouco tempo o fim da guerra da Rússia contra a Ucrânia para o país voltar à normalidade. “Vencemos a pandemia. Se Deus quiser, até o final do mês que vem, acaba essa guerra do outro lado do mundo, e nós voltaremos à nossa normalidade.”

O presidente disse esperar que o país caminhe em direção à modernidade. “O que nós queremos é fazer com que o Brasil, cada vez mais, marche para a modernidade e esteja ao lado daqueles que produzem em nossa pátria. Não há orgulho melhor ou maior do que aquele ao visitar outros países, sempre acompanhado dos meus ministros, ser recebido, lá sim, com tapete vermelho”, afirmou.

Bolsonaro pediu uma manifestação pacífica amanhã, 1º de maio, Dia do Trabalhador. "Amanhã não será dia de protestos. Será dia de união do nosso povo para um futuro cada vez melhor para todos nós”.

Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil