Política

No Pará, Bolsonaro diz se orgulhar do indulto concedido a Daniel Silveira





Afirmação foi feita na entrega de títulos de terra nesta quinta-feira (28/4), em Paragominas, no interior do Pará

Durante em discurso nesta quinta-feira (28/4) na cerimônia alusiva à regularização fundiária em Paragominas, no Pará, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que se sente orgulhoso do perdão constitucional concedido ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por estimular atos antidemocráticos e incitar ataques a integrantes da Corte.

Em referência ao ato promovido no Palácio do Planalto, ontem, pela bancada evangélica e da segurança pública, “Liberdade de Expressão”, em prol do deputado condenado, Bolsonaro disse que todos acompanharam “o ato do presidente da República a uma pessoa injustiçada. Não fiz apenas a um deputado, mas a todos vocês”, afirmou.

Segundo ele, a liberdade não pode ficar ameaçada. “Eu me senti orgulhoso pela decisão tomada”, reforçou. Ao finalizar, foi aplaudido pelos presentes que diziam “mito” repetidas vezes.

por ameaçar as instituições e membros ministros da corte e perdoado constitucionalmente pelo presidente

 

Confira outras notícias 

- Em protesto, policiais pedem a Bolsonaro que cumpra palavra sobre reajuste

Carreiras de policiais da União protestam nesta quinta-feira (28/4) pelo não cumprimento de promessa do presidente e por reestruturação e reclamam de silêncio do governo

Policiais federais de diversas carreiras participaram de uma manifestação em frente à Sede da Polícia Federal, em Brasília, na manhã desta quinta-feira (28/4). Também ocorreram protestos em capitais de outras Unidades da Federação. Os policias cobram reajustes salariais e a reestruturação da PF.

Os agentes cobraram do presidente Jair Bolsonaro (PL) que cumpra o reajuste prometido para a carreira. Após negociações no ano passado, foi reservado R$ 1,7 bilhão no Orçamento da União, mas, após outras categorias protestarem por reajuste, o governo recuou e anunciou um reajuste linear (para todas as categorias da União) de 5%.

A sinalização de descumprimento iniciou mobilizações em diversas categorias. Eles cobram de Jair Bolsonaro, promessa da campanha eleitoral de 2018, quando o então candidato tinha a segurança pública como sua principal bandeira.

"Estamos há mais de 800 dias sem reajuste. Indo e voltando, conversando com parlamentares, e nada é feito. Ora, estamos em um governo que tem a bandeira da segurança pública", reclamou Gilvan Albuquerque, policial penal federal e presidente do Sindicato dos Policias Penais Federais do DF.

Gilvan disse também que uma polícia desvalorizada "só interessa ao crime" e cobrou do presidente da República o cumprimento da promessa, questionando se a categoria terá de esperar um outro governo que não tenha as polícias como bandeira para promover reajuste.

"Nenhuma política pública consegue prosperar sem segurança pública. Presidente Bolsonaro, não há ilegalidade, cumpra sua promessa! A valorização é precisa e necessária. Cumpra, regulamente. Crie a polícia penal federal com impacto mínimo aos cofres públicos e tenha ganhos enormes na sociedade. Será que vamos ter que esperar um governo que não tem como bandeira a segurança pública para nos valorizar? Presidente Bolsonaro, não dê as costas. Estamos pedindo, quem quer um policia desvalorizada? Só o crime!", complementou em discurso aos presentes.

Valorização

Já o diretor parlamentar da Federação Nacional de Policiais Federais (Fenapef) avaliou os ganhos que a Polícia Federal traz aos cofres da União ao recuperar recursos oriundos de crimes e disse que o R$ 1,7 bilhão que a categoria pede representa menos de 20% de valores retomados aos cofres públicos em um ano.

"É a primeira vez que a gente está ganhando mais, recebendo um salário melhor no início de um governo do que no final. Veja só. Então, a gente quer que a polícia federal continue forte, a gente quer que ela continue atraente, a gente quer que o policial esteja motivado. Nós lidamos com coisas extremamente sensíveis, é extremamente importante valorizar o seu policial, cujo o efetivo é até muito pequeno, se comparado com outros órgãos", disse.

Decepção

Marcus Firme, presidente da Penapef, lamentou também a falta de diálogo com o governo e argumentou que o reajuste linear de 5% não agrada a outras categorias e ainda descumpre o acordo com a PF.

"Quando soubemos dessa notícia, recebemos com muita ansiedade e decepção. Até mesmo as categorias que não esperavam, não ficaram satisfeitas com reajuste de 5%, que nem cobre a inflação", disse. "Nós não fomos chamados para negociar, falamos com o governo por meio de nossos parlamentares, mas essa falta de conversa com as entidades e com o próprio policial federal é muito ruim."

Sobre as mobilizações, Marcus diz que vai avaliar o avanço das negociações com o governo e deliberar com a categoria antes de caminhar para uma intensificação dos protestos.

"Nós estamos planejando. Logicamente, vai ser feito de acordo com o andamento das negociações e do que tivermos de resposta do governo, e com o que será deliberado pela própria categoria. Estamos em permanente movimentação."

Fizeram parte da manifestação Federação Nacional dos Policiais Federai (Fenapef), Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Associação Nacional dos Peritos Criminais da Polícia Federal (ADPF), Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) e Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol).

 

- Lira avisa ministros do Supremo que Daniel Silveira não ficará na CCJ

CCJ é considerada a comissão mais importante da Câmara; o deputado bolsonarista foi indicado como membro titular deste colegiado nesta quarta-feira

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), procurou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (27) para informá-los que o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) não permanecerá na composição da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

O contato de Lira com os magistrados aconteceu horas depois de a indicação de Silveira ter se tornado pública. De acordo com relatos feitos à CNN, Lira acionou o PTB para que o partido retire a indicação do deputado.

Arthur Maia (União Brasil-BA), presidente eleito para a CCJ nesta quarta-feira (28), afirmou a Daniel Adjuto que não foi avisado oficialmente sobre isso, mas, caso seja concretizado, o partido do parlamentar indicará um novo nome.

CNN procurou Arthur Lira para comentários, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. A assessoria do PTB afirma que o deputado segue na comissão.

Daniel Silveira foi indicado como membro titular da CCJ também na quarta-feira, o que acontece após o Supremo tê-lo condenado a 8 anos e 9 meses de prisão por ataques a ministros da Corte. Um dia após a decisão, o deputado recebeu indulto pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), ou seja, não precisará cumprir a pena.

A Comissão de Constituição e Justiça é considerada a mais importante da Câmara porque delibera se os projetos de lei seguem a Constituição ou não. Se não forem aprovadas por este colegiado, as propostas não são apreciadas no Plenário.

Silveira e Bolsonaro se encontram

O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu o deputado Daniel Silveira com abraços durante encontro com o parlamentar em um evento no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (27).

O encontro aconteceu um dia após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinar que a defesa de Silveira se manifeste em 48 horas sobre o parlamentar estar descumprindo uma série de medidas restritivas impostas pela Corte, entre elas usar tornozeleira eletrônica e não comparecer a eventos públicos.

Fonte: Correio Braziliense - CNN Brasil