Política

Arthur Lira critica Petrobras e fala em privatização





O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta 3ª feira (5.mar.2022) que é necessário discutir a privatização da Petrobras. O deputado fez diversas críticas à empresa, e também falou em alterar a Lei das Estatais.

A Petrobras é um assunto politicamente sensível por causa dos preços dos combustíveis. Nessa semana, o economista Adriano Pires, especialista no setor, desistiu de ser indicado a presidente da empresa.

O empresário Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, desistiu na mesma época de presidir o Conselho de Administração da Petrobras.

“Quando a gente tem a oportunidade de ter pessoas que entendam elas são crucificadas porque prestaram assessoria para essa ou aquela empresa em sua atividade pessoal e privada, é um absurdo isso”, disse Lira.

“O complience que existe na Lei das Estatais e principalmente na questão da Petrobras inviabiliza qualquer pessoa do ramo a atuar como presidente da Petrobras e agir com sabedoria, com firmeza na gestão desse processo”, declarou o presidente da Câmara.

A Lei das Estatais foi criada no governo de Michel Temer com regras para gerir empresas públicas. Impede que um executivo dessas firmas tenha parentes atuando no mercado para empreendimentos que possam ser concorrentes.

Adirano Pires é fundador do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), empresa de consultoria que ficaria sob responsabilidade de seu filho.

“Eu não tenho, como foi ventilado na imprensa, nenhum tipo de relação com o Adriano Pires”, afirmou Lira. O deputado disse que apenas tirou dúvida sobre o setor com o economista na época da votação da Lei do Gás.

“Você não pode partir da premissa de que um cara, porque dá assessoria do ramo privado para a empresa privada, ele não pode assumir o comando de uma empresa pública”, declarou o presidente da Câmara.

“A regra é difícil de ser cumprida porque ela foi feita para isso. Para travar a Petrobras e ela se tornar isso que ela é hoje, causando esse inconveniente para todo o Brasil”, disse Lira.

“A partir daí eu acho que há a necessidade sim, clara, de o Congresso debater para ver a possibilidade de mudar alguns tópicos da Lei das Estatais inclusive tratando claramente da privatização dessa empresa”, disse Arthur Lira.

“Ela [Petrobras] é uma empresa estatal. Se ela não tem nenhum benefício para o Estado nem para o povo brasileiro, que vive reclamando todo dia do preço dos combustíveis, que seja privatizada e que a gente trate isso com a seriedade necessária”, declarou Arthur Lira.

“Hoje eu pergunto aos senhores: a quem serve a Petrobras? Não dá satisfação a ninguém, não produz riqueza, não produz desenvolvimento”, disse Lira.

O presidente da Câmara já vinha criticando a empresa por causa dos preços dos combustíveis.

“Tem uma lei de política de preços que quando aumenta o dólar e quando aumenta o petróleo ela dá aumento. Quando baixa o dólar para R$ 4,60 a gente não tem reflexo nenhum”, afirmou o presidente da Câmara.

“O governo não pode ser responsabilizado por tudo o que ela faça de errado, sem explicações. A Petrobras não deve explicação a ninguém”, declarou o deputado. Lira é aliado do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que sofre desgaste político por causa do aumento dos preços.

 

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- Sucessão na Petrobras abre disputa entre Centrão e militares

Os dois grupos têm sugerido ao Palácio do Planalto nomes para substituir a indicação do economista Adriano Pires, que desistiu na segunda-feira (4) do posto

A desistência do economista Adriano Pires na indicação para o comando da Petrobras abriu uma disputa entre o bloco do Centrão e o segmento militar pelo posto de presidente da empresa estatal.

Nesta terça-feira (5), dia seguinte à carta do economista oficializando a desistência, os dois grupos enviaram sugestões ao Palácio do Planalto de nomes que poderiam substituir a indicação de Pires.

No segmento militar, o nome do presidente dos Correios, o general da reserva Floriano Peixoto, passou a ser defendido por assessores do governo. O argumento é que, em mais de dois anos à frente da empresa, o militar demonstrou experiência em gestão pública.

Além dele, nas Forças Armadas, há integrantes do governo que pregam a manutenção do atual presidente, Joaquim Silva e Luna, que poderia ter seu mandato renovado por mais um ano.

Já o bloco do Centrão, responsável pela indicação de Adriano Pires, levou à sede do governo duas alternativas: o nome do já atual conselheiro da empresa Márcio Weber, que já foi diretor da Petroserv S.A. –empresa que atua na distribuição de petróleo–, e da diretora-presidente da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), Cynthia Silveira.

O argumento de integrantes do bloco partidário é que ambos já passaram pelo crivo do governo federal e têm qualificação para ocupar o cargo.

Mais cedo, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse à CNN que não chegou a um nome para apresentar ao presidente Jair Bolsonaro. “Estou trabalhando em perfis adequados para assumir o conselho de administração e a empresa neste momento. Depois, chegarei aos nomes que preenchem esses perfis”, disse.

O governo federal pretende definir um nome até a quarta-feira da próxima semana, quando será promovida assembleia geral para a escolha dos acionistas da empresa estatal.

Fonte: Poder360 - CNN Brasil