Política

Biden diz que Otan reagirá se Putin usar armas químicas





O presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou nesta 5ª feira (24.mar.2022) que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) vai reagir se o governo russo usar armas químicas contra a Ucrânia. “A resposta da Otan obviamente dependeria da natureza do uso dessas armas”, ponderou. Biden também anunciou a aplicação de mais sanções e disse que a expulsão da Rússia do G20 depende do bloco.

Biden disse que os Estados Unidos estão aliados com a UE (União Europeia) quanto a aplicação de mais sanções contra a Rússia. A medida será imposta a mais de 300 membros do Duma (Congresso russo), às oligarcas e famílias que “alimentam a máquina russa”. O presidente norte-americano afirmou que mais de 400 pessoas serão impactadas com a decisão.

“O mais importante é permanecemos unidos. O mundo continuar a focar em como [Putin] é brutal e em todas as vidas inocentes perdidas ou arruinadas. Isso é importante. Mas, se você for pensar que a Europa vai quebrar em 1 mês, em 6 semanas ou em 2 meses. Eles aguentam qualquer coisa por mais 1 mês, mas temos que administrar. Por esse motivo que pedimos as reuniões. Nós temos que permanecer completamente unidos”, declarou Biden ao fim da coletiva de imprensa desta 5ª feira.

REUNIÃO DA OTAN

O presidente dos EUA se reuniu com países-membros da Otan nesta 5ª para tratar sobre a guerra na Ucrânia. Biden disse que o bloco definiu 3 pontos essenciais para estarem em completa união. Foram eles:

  • Apoiar a Ucrânia com auxílio militar e humanitário;
  • Impor sanções mais significativas do que as em vigor para prejudicar a economia russa e suas ações militares no território ucraniano;
  • Ajudar os aliados.

Além disso, os EUA se comprometeram em:

  • Fornecer US$ 2 milhões em auxílio militar;
  • Fornecer US$ 1 bilhão em ajuda humanitária à Ucrânia;
  • Fornecer US$ 20 milhões para fortalecer a democracia ucraniana;
  • Receber mais de 100.000 refugiados ucranianos no país para reuni-los com suas famílias.

Os EUA trabalham junto ao G7 e à UE na segurança alimentar e de energia. Biden disse que trataram na reunião sobre como fornecer e abastecer o mercado de alimentos e como estabelecer os limites de exportações ao exterior. Contudo, o presidente norte-americano detalhará essas ações na 6ª feira (25.mar).

Outra questão que a Otan discutiu na reunião foi a necessidade de o bloco e da UE terem um sistema que aponte quem violou as sanções impostas contra a Rússia.

CONVERSA COM CHINA

Durante a coletiva de imprensa, questionaram Biden sobre a conversa que teve com o presidente chinês, Xi Jinping. “Deixei muito claro para ele de modo que entendesse as consequências caso continuasse a fornecer auxilio [à Rússia], como foi relatado”, disse.

No entanto, não detalhou quais consequências a China sofreria. “A China entende que o seu futuro econômico está mais correlacionado com o Ocidente do que com a Rússia. Espero que não se envolvam com eles”, afirmou.

 

Otan decide ampliar defesas no flanco oriental da aliança militar

Líderes da aliança militar do Ocidente estão reunidos hoje (24) em Bruxelas. Após o encontro, ficou definido que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vai incrementar o número de tropas em países ao Leste da aliança, mais especificamente na Eslováquia, Romênia, Bulgária e Hungria.

"Permanecemos unidos e decididos em nossa determinação de nos opormos à agressão russa, ajudar o governo e o povo da Ucrânia e defender a segurança de todos os aliados", diz o comunicado assinado pelos líderes dos 30 países que formam a aliança.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, fez novamente um apelo aos países do Ocidente por uma zona de exclusão aérea, para que aviões russos pudessem ser abatidos durante voos sobre a Ucrânia.

Os líderes da Otan, no entanto, seguem com o entendimento de não intervenção direta no conflito, para evitar uma escalada de tensão e uma guerra de maiores proporções.

 

- Apesar de apoio à Ucrânia, UE se divide sobre energia da Rússia

A aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ofereceu à Ucrânia mais assistência militar e destacou mais tropas para seu flanco oriental nesta quinta-feira (24), enquanto Reino Unido e Estados Unidos impuseram novas sanções à Rússia em uma demonstração de união do Ocidente contra a guerra russa na Ucrânia.

Líderes da Otan, G7 e UE que se reúnem em Bruxelas, no entanto, não chegaram a satisfazer os pedidos do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, por um aumento significativo do auxílio militar e por sanções mais duras contra o presidente russo, Vladimir Putin.

A União Europeia discutiu sobre cortar ou não as ligações energéticas da Rússia com a Alemanha, principal opositora a um embargo, embora líderes da Otan tenham concordado em ajudar a Ucrânia a se proteger contra ataques químicos, biológicos ou nucleares.

Uma autoridade norte-americana disse que Washington e seus aliados também estão trabalhando para oferecer a Kiev mísseis de defesa marítima.

O Reino Unido aplicou sanções a mais credores russos e os Estados Unidos destinaram suas medidas contra dezenas de empresas russas do setor de defesa e a membros da elite do país. Se pronunciando aos 27 estados-membros, a Letônia exigiu uma proibição às importações de energia russa.

"As sanções energéticas são uma maneira de interromper o fluxo de dinheiro para os cofres da guerra de Putin", disse o primeiro-ministro da Letônia, Arturs Karins.

"Os setores mais lógicos para agir são os de petróleo e carvão. Precisamos parar Putin. Se não impedirmos Putin, Putin não vai parar", acrescentou.

A liderança da Estônia optou pelos setores de petróleo e gás para impedir que a receita das vendas energéticas financiem a guerra. Mas o bloco não recebeu o apoio unânime para realizar novas sanções.

O primeiro-ministro de Luxemburgo disse que o bloco precisa manter algumas opções abertas caso a crise se agrave, e seu equivalente holandês disse que nenhuma das sanções seria acordada nesta quinta-feira.

A UE tem reduzido sua dependência em energia russa muito lentamente, e o setor tem sido amplamente excluído das sanções. Não fosse por essa brecha nas medidas, a Rússia estaria praticamente isolada do comércio mundial.

É esperado que os líderes europeus, no entanto, concordem em reunião a comprar gás de maneira conjunta, esperando por um acordo com o presidente norte-americano Joe Biden para garantir suprimentos adicionais de gás natural liquefeito dos Estados Unidos.

O bloco já teve dificuldades para implementar sanções já definidas aos patrimônios de oligarcas russos que quase não foram afetados desde a invasão da Ucrânia.

 

- Biden acredita que Rússia deve ser removida do G20

Presidente dos EUA disse ainda que cabe à Ucrânia decidir se é necessário ceder parte do território para alcançar um cessar-fogo

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quinta-feira (24) que acredita que a Rússia deve ser removida do G20 e que cabe à Ucrânia decidir se é necessário ceder parte de seu território para alcançar um cessar-fogo.

“Minha resposta é sim”, disse Biden durante uma entrevista coletiva quando perguntado se a Rússia deveria ser removida.

“Depende do G20. Isso foi levantado hoje, e eu levantei a possibilidade de que, se isso não puder ser feito – se a Indonésia e outros não concordarem – então deveríamos, na minha opinião, pedir que a Ucrânia pudesse participar das reuniões, sendo capaz de participar e observar.”

A Casa Branca havia se recusado a opinar publicamente sobre relatos de que os EUA e aliados querem que a Rússia seja removida do grupo, mas deixou a porta aberta para a possibilidade.

E após relatos nesta semana sugerindo que a Rússia pode ser removida, o embaixador da Rússia em Jacarta disse na quarta-feira (23) que o presidente russo Vladimir Putin “quer ir” para a cúpula do G20 na Indonésia em novembro.

Além disso, quando perguntado durante a entrevista coletiva de quinta-feira sobre se o presidente ucraniano Zelensky precisa ceder algum território para obter um cessar-fogo com a Rússia, Biden disse que a decisão cabe aos ucranianos.

“Esse é um julgamento total baseado na Ucrânia. Nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia. Não acredito que eles tenham que fazer isso, mas há um julgamento”, disse Biden, acrescentando que há discussões em andamento das quais ele não participou.

“É o julgamento deles a fazer”, acrescentou.

 

- China reconhece gravidade de situação humanitária na Ucrânia

Na ONU, Zhang Jun, embaixador da China, disse que a situação na Ucrânia é grave, mas pontuou países não devem ser forçados a escolher um lado

O embaixador da China nas Nações Unidas, Zhang Jun, disse aos países membros da Assembleia Geral da ONU que a situação humanitária na Ucrânia está se tornando cada vez mais séria, mas que os países não devem forçar outros a “escolher um lado” no conflito.

“O desenvolvimento da situação na Ucrânia até o estágio atual desencadeou amplas preocupações internacionais, e também é algo que a China não quer ver.

Na Ucrânia, a China sempre sustentou que a soberania e a integridade territorial de todos os países devem ser respeitadas”, disse Zhang em comentários traduzidos na quinta-feira.

“Os países em desenvolvimento, que compõem a maior parte do mundo, não são partes deste conflito. Eles não devem ser atraídos para a questão e forçados a sofrer as consequências de conflitos geopolíticos e rivalidade de grandes potências… Os países relevantes não devem adotar uma abordagem simplista de amigo ou inimigo, preto ou branco, e não devem forçar nenhum país a escolher um lado,” ele adicionou.

Zhang acrescentou que a China desempenhará “um papel construtivo na facilitação das negociações de paz”.

A Assembleia-Geral está ouvindo discursos sobre a situação humanitária na Ucrânia. A resolução da Ucrânia na Assembleia-Geral condena a Rússia por não permitir o acesso à ajuda humanitária é apoiada por mais de 20 países, incluindo os Estados Unidos.

Na quarta-feira (23), a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, disse aos países membros da Assembleia-Geral da ONU que, ao votar a favor da resolução que pede, em parte, a cessação imediata das hostilidades da Federação Russa na Ucrânia, eles estão “votando por uma fim da guerra”.

Zhang disse na quinta-feira que a China reconhece o propósito do projeto de resolução. “Ao mesmo tempo, está claro que alguns elementos do projeto de resolução vão além do contexto humanitário”, disse ele.

As resoluções da Assembleia Geral não são vinculativas, mas têm peso político.Na quarta-feira, China e Rússia foram os únicos países a votar a favor de um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU proposto pela Rússia sobre a situação humanitária na Ucrânia, que não foi aprovado no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Thomas-Greenfield falou antes dessa votação, afirmando que a Rússia estava mais uma vez tentando usar o Conselho de Segurança para “dar cobertura para suas ações brutais”.

Falando antes da votação da AGNU nesta quinta-feira (24), Zhang disse: “As preocupações legítimas de segurança de todos os países devem ser levadas a sério e todos os esforços conducentes à resolução pacífica da crise devem ser apoiados”.

“É de cortar o coração ver a deterioração contínua da situação humanitária na Ucrânia, bem como as vítimas civis e o deslocamento em massa de pessoas causado pelo conflito.

A principal prioridade agora é que as partes envolvidas mantenham o máximo de restrições, evitem mais baixas civis e cheguem a um cessar-fogo negociado o mais rápido possível, especialmente para evitar uma crise humanitária em maior escala”, acrescentou.

 

-  Boris Johnson: Fracasso de Putin é fundamental para prosperidade de todos

Primeiro-ministro do Reino Unido falou à imprensa após reunião da Otan, em Bruxelas

Após a reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) realizada nesta quinta-feira (24), o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou em entrevista coletiva que espera por “fracasso de Putin” por invasão da Ucrânia.

“O fracasso de Putin na Ucrânia é fundamental para a paz e prosperidade de todos nós e a sua invasão tem levado toda a comunidade à ação coletiva”, disse.

Segundo o premiê, o Reino Unido fornecerá mais 6 mil mísseis e 25 milhões de libras à Ucrânia.

“Trabalharemos com os nossos aliados para fornecer auxílio à Ucrânia com grande escala. Auxiliando o presidente Zelensky com a qualidade e quantidade que necessita para proteger o seu país do seu vizinho agressor.”

A reunião da Otan aconteceu no mesmo dia que se completa um mês do início da Guerra na Ucrânia. O encontro ocorreu em Bruxelas e contou com a presença do presidente dos EUA, Joe Biden.

Johnson reiterou que está “ao lado do povo de Kiev, de Mariupol, de Lviv e de Donetsk. E, como disse o presidente Zelensky: o povo da Ucrânia prevalecerá e Putin deve fracassar, e fracassará”, defendeu.

 

- ONU aprova resolução que culpa Rússia pela crise humanitária na Ucrânia

Foram 140 votos a favor, 5 contra e 38 abstenções. O Brasil votou a favor da resolução.

A Assembleia-Geral da ONU aprovou a resolução que responsabiliza a Rússia pela crise humanitária na Ucrânia – o texto prevê ainda o envio de ajuda humanitária ao país.

Foram 140 votos a favor, 5 contra e 38 abstenções. O Brasil votou a favor da resolução.

A segunda resolução, que eximiria a Rússia da crise, proposta pela África do Sul, não chegou a ser votada após ser rechaçada por 67 países na Assembleia, seguindo pedido da Ucrânia.

O texto aprovado pelos países-membros exige “a cessação imediata das hostilidades por parte da Rússia contra a Ucrânia, em particular de quaisquer ataques contra civis e instalações civis.” Também exige que civis, incluindo pessoal humanitário, jornalistas e pessoas em situação de vulnerabilidade, incluindo mulheres e crianças, sejam plenamente protegidos pelos dois países.

A resolução exige ainda o fim de cercos a cidades na Ucrânia, em particular Mariupol, pois essa estratégia “agrava ainda mais a situação humanitária da população civil e
dificulta os esforços de evacuação.”

A proposta aprovada também convoca os países-membros a financiar integralmente o programa de ajuda humanitária à Ucrânia, bem como o plano regional de resposta aos refugiados para Ucrânia e os seus países vizinhos.

Por fim, o texto aprovado encoraja fortemente “as negociações contínuas entre todas as partes, e insta mais uma vez a resolução pacífica imediata do conflito entre a Rússia e Ucrânia através do diálogo político, negociações, mediação e outros meios pacíficos.”

Embora não vinculativas, as resoluções da Assembleia Geral têm peso político.

Resoluções antagônicas

A Assembleia-Geral da ONU e seus 193 membros teriam de analisar dois projetos de resolução antagônicos – ambos exigindo acesso à ajuda e a proteção de civis, pessoal médico e trabalhadores humanitários na Ucrânia.

Mas apenas um texto, escrito pela Ucrânia e apresentado por México e França, e que foi votado nesta quinta-feira (24), criticava o papel da Rússia na criação da crise.

O segundo rascunho da África do Sul, que não fazia menção à Rússia, foi derrubado antes de ir à votação.

O projeto de resolução da África do Sul era semelhante a uma proposta de resolução da Rússia sobre o conflito da Ucrânia que não foi aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira (23).

Apenas o embaixador russo e o chinês votaram a favor do texto russo; todos os outros 13 membros se abstiveram, incluindo o Brasil.

O texto elaborado falava sobre acesso à ajuda e proteção civil na Ucrânia, mas não mencionava o papel de Moscou na crise. Para que o texto passasse, nove membros precisavam apoiar a resolução.

O embaixador da China nas Nações Unidas, Zhang Jun, disse aos países membros da Assembleia Geral da ONU que a situação humanitária na Ucrânia está se tornando cada vez mais séria, mas que os países não devem forçar outros a “escolher um lado” no conflito. A China vem sendo pressionada pelo Ocidente a condenar a agressão russa.

Fonte: Poder360 - Agência Brasil - Poder360 - Reuters