Cotidiano

Otan diz que vai aumentar defesa no Leste Europeu





A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) anunciou que reforçará a defesa militar no Leste Europeu nos países da região que fazem parte da Aliança.

A declaração foi dada pelo secretário-geral Jens Stoltenberg após reunião nesta 5ª feira (24.mar.2022) com os líderes dos EUA, Canadá e de países da Europa.

Segundo o secretário-geral, a Otan aprovou 4 agrupamentos na Bulgária, Romênia, Eslováquia e Hungria, além da proteção nos países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia). Disse ainda que há 40.000 soldados da Aliança na parte leste da Europa.

“Os líderes da Otan concordaram em aumentar a nossa defesa no longo prazo para enfrentar uma nova realidade de segurança. Teremos mais forças na parte leste em alto alerta. Teremos mais aviões e uma integração maior da defesa de mísseis. No mar, teremos submarinos e navios de combate”, disse. 

Stoltenberg também afirmou que a Otan irá aumentar os exercícios militares das tropas para defesa coletiva. 

Os integrantes da organização concordaram ainda em dar mais apoio à Ucrânia. Na 4ª feira (23.mar), a Aliança anunciou que fornecerá ao país equipamentos de defesa contra armas de destruição em massa.

O auxílio anunciado nesta 5ª feira (24.mar) inclui suplementos militares, defesas antitanques, proteções antiaéreas e drones, além de ajuda econômica e humanitária.

 

 

- Temor de guerra com a Rússia faz Otan limitar ajuda militar à Ucrânia

Aliança repete receita de sanções e aumento de entrega de armas mais leves, além de advertir a China

Após dias falando grosso, a Otan moderou o tom e manteve um receituário convencional na sua reunião realizada nesta quinta-feira (24) para discutir o primeiro mês da guerra de Vladimir Putin na Ucrânia.

"Temos responsabilidade de assegurar que o conflito não escale", disse o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg, sem usar o termo Terceira Guerra Mundial. Assim, foram repetidos anúncios feitos ao longo das duas últimas semanas. Haverá um incremento no envio de armas mais leves, como mísseis antitanque, à Ucrânia, além de mais ajuda financeira a Kiev para tocar seu esforço de guerra.

O esperado protocolo de ação em caso de Putin usar armas de destruição em massa (nucleares, químicas ou biológicas) contra os ucranianos não foi divulgado. O norueguês apenas repetiu que tal uso causaria risco de contaminação a países da Otan vizinhos à Ucrânia, o que "teria grandes consequências".

Foi o mais próximo de uma ameaça a Moscou em sua fala, apesar de declarações anteriores mais duras. No mais, a Otan irá enviar a Kiev equipamentos de detecção e descontaminação contra o eventual uso dessas armas, seguindo a ativação de regimentos especializados que os usam em todo o Leste Europeu.

O motivo da cautela é o temor dos membros mais ocidentais da Otan de que a crise escale para um conflito mundial. A Ucrânia não pertence à aliança, mas um ataque a um país do clube ou o envolvimento direto dele nos combates poderia levar, como disse o presidente americano, Joe Biden, à Terceira Guerra.

"Seria mais devastador do que agora", disse Stoltenberg, algo óbvio, sem nem incluir o fato de que Rússia e EUA detêm 90% das armas nucleares do mundo —na Otan, França e Reino Unido também têm as suas.

Ainda assim, ele citou algo que será ouvido em Moscou: a promessa de colaborar com o planejamento de defesa de países como Geórgia, onde Putin lutou uma guerra com sucesso para evitar a entrada da nação na aliança em 2008, e na Bósnia, que se vê ameaçada pelos aliados do russo na Sérvia.

Duas reuniões subsequentes do G7 (grupo de países ricos) e da União Europeiadiscutirão mais sanções à Rússia, o outro instrumento usado pelo Ocidente e aliados até aqui para pressionar Putin. Biden, por sua vez, desembarcou com uma promessa de receber 100 mil refugiados nos EUA e de doar US$ 1 bilhão em ajuda humanitária a Kiev, que já viu mais de 3,5 milhões de cidadãos fugirem do país.

Antes do começo da reunião, a aliança ouviu por vídeo o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em seu enésimo pronunciamento para pedir mais ajuda ocidental e alertar para os riscos que a Otan corre.

Ele havia trazido como cartão de visitas um ataque inédito a navios russos em um porto ocupado no sul de seu país, enquanto um aliado de Putin, o norte-coreano Kim Jong-un, causou surpresa ao fazer seu maior teste de míssil nuclear capaz de atingir dos EUA até aqui.

"Tenho certeza de que vocês sabem que a Rússia não pretende parar na Ucrânia. Membros orientais da Otan [serão os próximos]. Estados Bálticos e a Polônia, com certeza", afirmou, atiçando nações do clube militar que mais temem Moscou. Com efeito, ele não citou o pedido pela implantação de uma zona de exclusão aérea sobre seu país, que equivaleria a uma declaração de guerra à Rússia —e o temor, explicitado por Biden mas não muito compartilhado por exemplo pelos poloneses, de um conflito mundial.

Zelenski lembrou, contudo, a rejeição dos Estados Unidos à oferta de Varsóvia de entregar jatos de combate MiG-29 para Kiev. "Vocês podem nos dar 1% dos seus aviões, Um por cento de seus tanques. Um por cento!", disse, lembrando a necessidade de sistemas antiaéreos mais potentes.

A aliança tem 3.890 caças e aviões de ataque e 9.460 tanques de guerra principais. Antes da guerra, a Ucrânia tinha 116 jatos de combate e 858 tanques, e a Rússia, 1.021 e 3.300, respectivamente, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos. Por óbvio, os números dos dois beligerantes já mudaram.

O ucraniano não falou sobre a questão da entrada de seu país na Otan, possibilidade que é motivo central declarado por Putin para sua guerra. Ele já admitiu que isso não deve ocorrer, ainda que Stoltenberg tenha citado que a política de "portas abertas" da aliança segue valendo.

Até aqui, a Otan manteve um fluxo de armas para a guerrilha empreendida por Kiev: mísseis antitanque e antiaéreos portáteis, de fácil manuseio e boa eficácia. Stoltenberg seguiu o que Biden fizera na semana passada e advertiu a China a não apoiar, nem militarmente, nem economicamente, a aliada Rússia na guerra. Não elaborou, contudo, quais sanções Pequim enfrentaria neste caso.

Ele reafirmou que a Otan deverá dobrar a capacidade militar no seu flanco leste, que hoje tem cerca de 40 mil soldados sob comando da aliança, e falou em aumentar o número de unidades multinacionais com novas bases na Bulgária, na Eslováquia e na Romênia.

Também citou a presença de dois grupos de porta-aviões, um britânico e outro norte-americano, nas águas em torno do continente e prometeu mobilizar mais caças e sistemas antiaéreos.

Ele, que deixaria o cargo que ocupa desde 2014 neste ano e teve o mandato prorrogado até setembro do ano que vem, não deu números ou prazos exatos para esses movimentos, que alimentarão o discurso de Putin de que o Ocidente está tentando cercar a Rússia desde que se expandiu sobre o antigo espaço da União Soviética após o fim da Guerra Fria, há 30 anos.

O Kremlin ainda não fez comentários. Na quarta (23), uma reunião do seu Conselho de Segurança foi coalhada de falas duras, com o ex-presidente Dmitri Medvedev ameaçando o Ocidente com uma escalada, talvez nuclear. O tema está na praça por cortesia de Putin.

Cinco dias antes da guerra, ele comandou um grande exercício de forças estratégicas, e seu pronunciamento anunciando a invasão sugeriu que quem se intrometesse no conflito poderia sofrer um ataque atômico. Três dias depois do início das hostilidades, colocou suas forças nucleares em prontidão.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, repetiu a doutrina nuclear russa à rede CNN na terça: se houver um risco existencial, e um confronto com a Otan qualifica para tal, o botão atômico pode ser acionado.

 

- Zelensky pede mais apoio militar à Otan: “Nos deem 1% do que vocês têm”

Presidente ucraniano não chegou a emitir seus apelos habituais por uma zona de exclusão aérea ou adesão à Otan, disse fonte

Em reunião com líderes da Otan nesta quinta-feira (24), o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que o país precisa de apenas uma fração do poder de fogo combinado da aliança. “Vocês podem nos dar 1% de todos os seus aviões, um por cento de todos os seus tanques. Um por cento!”, pediu o ucraniano, em um apelo efusivo por mais assistência militar, segundo um alto funcionário do governo dos Estados Unidos que ouviu os comentários.

Mas Zelensky, no discurso feito virtualmente, falou “muito eloquentemente” para descrever os esforços de seus militares para defender os cidadãos ucranianos e os valores democráticos, disse a autoridade.

“Você tem milhares de caças, mas ainda não recebemos um… pedimos tanques para que possamos desbloquear nossas cidades, vocês tem pelo menos 20 mil tanques, mas ainda não temos uma resposta clara”, disse Zelensky.

Ele apelou aos líderes para que tomem as decisões necessárias para que isso aconteça. “Não podemos simplesmente comprar esses itens. Tal suprimento depende diretamente das decisões da OTAN, das decisões políticas”, disse Zelensky.

Ele também disse que os líderes da Otan devem reconhecer o que as forças armadas da Ucrânia demonstraram na guerra contra a Rússia.

“Por favor, nunca mais nos diga que nosso exército não atende aos padrões da OTAN. Mostramos quais padrões podemos alcançar. E mostramos o quanto podemos dar à segurança comum da Europa e do mundo”, disse Zelensky.

O discurso virtual de Zelensky deu início à cúpula, que acontece de forma privada. O presidente dos EUA, Joe Biden, falou em seguida, apresentando a abordagem coordenada do Ocidente sobre as sanções, reiterando o forte apoio à Ucrânia e reforçando o compromisso dos EUA com a Otan.

Biden “expôs uma série de questões com as quais a aliança terá que lidar” nos próximos meses antes da aliança da Otan se reunir novamente no final de junho, na Espanha, disse o funcionário.

Isso inclui finalizar as mudanças na postura da força no flanco leste da Otan.

O clima dentro da cúpula da Otan era “sóbrio, resoluto e incrivelmente unido”, disse o funcionário.

“Houve uma sensação muito forte de que estamos enfrentando um momento histórico significativo e um apoio muito forte de todos os líderes que falaram sobre a necessidade de defender nossa democracia”, disse o funcionário.

Outros tópicos que surgiram incluíram a China e um desejo coletivo de evitar que Pequim apoiasse a Rússia em sua invasão.

E os líderes discutiram contingências caso a Rússia use uma arma química ou nuclear no campo de batalha na Ucrânia.

“Acho que há um reconhecimento de que a Otan precisa continuar muito do bom trabalho em andamento para estar preparada a responder a várias contingências”, disse o funcionário.

 

- Guerra na Ucrânia deixa 4,3 milhões de crianças deslocadas

População infantil no país é estimada em 7,5 milhões

Mais da metade das crianças ucranianas, cerca de 4,3 milhões, deixaram suas casas para fugir da insegurança e dos combates desencadeados pela invasão da Rússia, iniciada em 24 de fevereiro, informouhoje (24) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

"Um mês de guerra na Ucrânia deslocou 4,3 milhões de crianças, mais da metade da população infantil do país, estimada em 7,5 milhões", disse a instituição em comunicado. 

Cerca de 1,8 milhão de crianças cruzaram a fronteira da Ucrânia para buscar refúgio em países vizinhos e 2,5 milhões estão deslocadas internamente.

"A guerra causou um dos deslocamentos de crianças em larga escala mais rápidos desde a Segunda Guerra Mundial", afirmou a diretora-geral do Unicef, Catherine Russell.

"É uma triste realidade que corre o risco de ter consequências duradouras para as próximas gerações. A segurança das crianças, o bem-estar e o acesso a serviços essenciais estão ameaçados por uma violência horrível e ininterrupta", declarou.

Pelo menos 81 crianças foram mortas na Ucrânia e 108 ficaram feridas, segundo balanço divulgado nessa quarta-feira (23) pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). Os números reais são provavelmente muito maiores.

A guerra também teve consequências devastadoras na infraestrutura civil e no acesso a serviços básicos, sendo que 1,4 milhão de pessoas não têm acesso à água potável.

O Unicef informou ainda que mais de 450 mil crianças de seis a 23 meses precisam de apoio alimentar adicional.

A agência da ONU observou uma redução na cobertura vacinal de rotina e infantil, incluindo sarampo e poliomielite, e teme que isso leve rapidamente a epidemias, especialmente em locais lotados, onde as pessoas se refugiam para escapar da violência.

"Em apenas algumas semanas, a guerra causou devastação nas crianças da Ucrânia", lamentou a diretora.

"As crianças precisam urgentemente de paz e proteção, dos seus direitos. O Unicef continua a pedir cessar-fogo imediato e proteção das crianças. A infraestrutura crítica da qual elas dependem, incluindo hospitais, escolas e prédios que abrigam civis, nunca deve ser atacada", disse Catherine. 

O Fundo das Nações Unidas para a Infância e seus parceiros trabalham para levar ajuda humanitária às crianças na Ucrânia e nos países vizinhos. A agência já entregou material médico a 49 hospitais em nove regiões, incluindo Kiev, Kharkiv, Dnipro e Lviv, e continua a distribuir água e produtos de higiene em comunidades sitiadas.

Nas próximas semanas, a organização pretende começar a entregar transferências em dinheiro para as famílias mais vulneráveis e criar espaços para crianças em locais especiais por todo o país.

No entanto, "apesar dos intensos esforços para garantir acesso humanitário seguro, rápido e sem obstáculos, continuam a existir dificuldades nas zonas mais afetadas", lembrou a diretora.

 

- Putin cruzou linha vermelha da barbárie, diz premiê britânico

Para Boris Johnson, Ocidente precisa apertar cerco

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, acusou nesta quinta-feira (24) a Rússia de cruzar uma linha vermelha da barbárie em sua guerra com a Ucrânia. Acrescentou que o Ocidente precisava "apertar o cerco" com sanções para pôr fim ao conflito.

"Vladimir Putin já cruzou a linha vermelha da barbárie", disse Johnson a repórteres ao chegar a Bruxelas. Ele participa de reunião de cúpula sem precedentes entre os membros da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), do G7 e da União Europeia.

Segundo o premiê, sanções precisam ser impostas a Moscou. "É muito importante que trabalhemos juntos para que isso seja feito. Quanto mais duras forem nossas sanções, mais podemos fazer para ajudar a Ucrânia e mais rápido essa guerra pode acabar".

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviou tropas à Ucrânia no que chama de "operação militar especial" para desmilitarizar e "desnazificar" o país. Moscou nega ter como alvo os civis.

 

Confira outras notícias 

- Coreia do Norte retoma teste com míssil balístico intercontinental

A Coreia do Norte realizou, nesta quinta-feira (24), o que se acredita ser o maior teste de míssil balístico intercontinental (ICBM), disseram militares sul-coreanos e japoneses, marcando o fim de moratória autoimposta sobre testes de longo alcance.

Seria o primeiro lançamento de capacidade total dos maiores mísseis do Estado com armas nucleares desde 2017. Representa passo importante no desenvolvimento de armas da Coreia do Norte, que pode ser capaz de lançar ogivas nucleares em qualquer lugar dos Estados Unidos (EUA).

A retomada de grandes testes de armas pela Coreia do Norte também significa nova dor de cabeça para o presidente dos EUA, Joe Biden, em meio à invasão da Ucrânia pela Rússia, e representa desafio para o novo governo conservador da Coreia do Sul.

"Este lançamento é uma violação descarada de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU, aumenta desnecessariamente as tensões e corre o risco de desestabilizar a situação de segurança na região", disse a secretária de Imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, em comunicado condenando o lançamento.

"A porta não se fechou para a diplomacia, mas Pyongyang precisa cessar imediatamente suas ações desestabilizadoras", afirmou.

A Coreia do Norte suspendeu os testes nucleares e de mísseis balísticos intercontinentais desde 2017. Tem defendido, no entanto, as armas como necessárias para autodefesa e afirmado que as aberturas diplomáticas dos EUA não são sinceras enquanto Washington e seus aliados mantiverem "políticas hostis", como sanções e exercícios militares.

O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, que está de saída e fez do envolvimento com a Coreia do Norte um dos principais objetivos do governo, condenou o lançamento como "violação da moratória sobre lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais que o próprio presidente Kim Jong-un prometeu à comunidade internacional".

Também é uma séria ameaça à península coreana, à região e à comunidade internacional, e uma clara violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU, acrescentou Moon, que deixará o cargo em maio.

O mais recente lançamento de míssil foi "ato de violência inaceitável", disse o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

O lançamento do ICBM levou a Coreia do Sul a testar uma saraivada de seus próprios mísseis balísticos e ar-terra menores para demonstrar que tem "capacidade e prontidão" para atacar com precisão locais de lançamento, instalações de comando e apoio e outros alvos na Coreia do Norte, se necessário, disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul em nota.

O lançamento seria pelo menos o 11º teste de míssil norte-coreano este ano, uma frequência sem precedentes.

As autoridades japonesas disseram que o lançamento parecia ser um "novo tipo" de ICBM, que voou por cerca de 71 minutos a uma altitude de cerca de 6 mil km e alcance de 1.100 km de seu local de lançamento. Pousou dentro da zona econômica exclusiva do Japão (ZEE), 170 km a oeste de Aomori, segundo a guarda costeira.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul colocou a altitude máxima do míssil em 6.200 km e seu alcance em 1.080 km.

Isso é mais do que o último teste de ICBM da Coreia do Norte em 2017, quando lançou míssil Hwasong-15, que voou por 53 minutos à altitude de cerca de 4.475 km e alcance de 950 km.

Fonte: Poder360 - Folha - CNN Brasil - Agência Brasil