Cotidiano

EUA descartam envio de tropas para a Ucrânia e dizem não ter interesse em Terceira Guerra Mundial





"Não temos interesse em uma Terceira Guerra Mundial", avisou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, nesta segunda-feira (14), ao ser questionada por uma jornalista da Fox News sobre qual seria o limite dos EUA para entrarem, de fato, na guerra na Ucrânia contra as tropas russas.

Em um embate de perguntas e respostas, Psaki encerrou a discussão dizendo que "colocar tropas americanas na Ucrânia para lutar contra a Rússia" não é do interesse nacional americano. "Qualquer presidente precisa balancear como ele lida com o mundo, como ele deixa bem claro que aquelas ações [tomadas pelo presidente russo, Vladimir Putin] são horríveis e não aceitáveis, mas também levando em conta o nosso próprio interesse nacional", defendeu.

Até agora, disse Psaki, os americanos continuarão apoiando a Ucrânia apenas com ajuda econômica, humanitária e com o envio de armas. Além disso, a porta-voz afirmou que a Casa Branca tem apoiado as negociações entre russos e ucranianos, mas disse não ter evidências de que o Kremlin esteja agindo com "boa-fé" nas conversas para o fim da guerra.

"Nós não estamos vendo nenhuma evidência neste momento de que o presidente Putin esteja fazendo algo para parar o ataque ou desescalá-lo", afirmou.

Ainda na coletiva de imprensa, Psaki disse que a China sentirá "significativas consequências" caso resolva apoiar a Rússia militarmente ou economicamente. Ela, porém, não deu detalhes específicos de como a Casa Branca reagiria.

 

- Presidente da Ucrânia discursará ao Congresso dos EUA na quarta-feira

Informação foi dada pelo líder da maioria no Senado, Chuck Schumer

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, fará um discurso por vídeo ao Congresso dos Estados Unidos (EUA) na quarta-feira (16), disseram o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, e a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, em uma carta conjunta aos parlamentares dos EUA.

"O Congresso continua inabalável em nosso compromisso de apoiar a Ucrânia enquanto enfrenta a cruel e diabólica agressão de Putin, e de aprovar legislações para prejudicar e isolar a economia russa, bem como prestar assistência humanitária, de segurança e econômica à Ucrânia", escreveram ambos nesta segunda-feira (14).

Zelenskiy tem procurado obter apoio para a Ucrânia com discursos em vídeo ao público estrangeiro, incluindo o Congresso dos Estados Unidos e o Parlamento britânico. Zelenskiy falará às 9h da manhã (10h no horário de Brasília) de quarta-feira aos parlamentares norte-americanos.

Mais de 280 membros do Senado e da Câmara dos Deputados dos EUA participaram de uma videoconferência com Zelenskiy no dia 5 de março, na qual ele teria feito um "apelo desesperado" por aeronaves para combater os invasores russos.

Na terça-feira (15), ele deverá se dirigir ao Parlamento canadense e também ao Parlamento de Israel.

O Congresso dos EUA, controlado pelos democratas, aprovou na quinta-feira (10) um pacote de 13,6 bilhões de dólares em ajuda à Ucrânia como parte de um projeto de lei orçamentária de 1,5 trilhão de dólares para financiar as operações do governo dos EUA até 30 de setembro.

Os Estados Unidos, juntamente com seus aliados, impuseram amplas sanções à Rússia após a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro. Na última sexta-feira (11), o presidente Joe Biden tomou mais medidas para punir a Rússia economicamente, visando ao comércio e fechando os fundos de desenvolvimento, ao mesmo tempo em que anunciou a proibição da importação de frutos do mar, vodca e diamantes russos.

 

ONU se diz preocupada com possível 'conflito nuclear' com guerra na Ucrânia

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, disse hoje que está preocupado com um possível "conflito nuclear" por causa da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

"A proximidade de conflito nuclear, que era inconcebível, hoje está nas possibilidades das realidades", disse Guterres, em coletiva de imprensa.

No dia 27 de fevereiro, três dias após o início do conflito no leste europeu, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ter colocado as forças nucleares do país em alerta máximo. Durante a invasão à Ucrânia, os russos tomaram as usinas nucleares de Chernobyl (ao norte do país) e Zaporizhia (ao sul).

Sobre a decisão de Putin sobre suas forças nucleares, o governo dos Estados Unidos a classificou como "totalmente inaceitável" e o secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, chamou a atitude de Moscou de "irresponsável". O presidente norte-americano, Joe Biden, contudo, disse que os americanos não deveriam se preocupar com uma possível guerra nuclear.

"É hora de parar o sofrimento que está sendo lançado sobre o povo da Ucrânia e voltar à mesa diplomática. Outros países como Alemanha, França, Israel e Turquia estão moderando e mediando a guerra. Essa tragédia precisa parar. Nunca é tarde para voltar à diplomacia e ao diálogo. As negociações precisam ser retomadas de acordo com a carta da ONU e a lei internacional", pediu Guterres.

'Prudência' sobre zona de exclusão aérea

Perguntado se concorda com o pedido do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para que a Otan estabeleça uma zona de exclusão militarizada aérea incluindo o país, Guterres foi cauteloso. Para ele, essa é uma questão que precisa ser avaliada com "prudência".

"Essa é uma questão q está sendo analisada por vários países. Essa possibilidade é vista como um risco de intensificação da guerra que poderia levar a um conflito global. E é baseado nessa análise que acho que temos que ter prudência, mesmo que eu entenda a solicitação dramática que a Ucrânia faz", disse Guterres.

Zelensky tem pedido à Otan a adoção da zona de exclusão para que nenhuma aeronave militar russa sobrevoe o país. A organização militar, no entanto, reluta em aceitar o pedido, já que a medida poderia ser vista pela Rússia como uma declaração de guerra.

Neste domingo (15), citando o ataque aéreo a uma área militar em Lviv, a cerca de 30 km da fronteira com a Polônia, integrante da Otan, o presidente ucrnaiano afirmou que países membros da organização podem ser atacados pelos russos, caso a medida não seja adotada.

"Digo novamente, se não fecharem nossos céus, é só questão de tempo para os mísseis russos caírem sobre o seu território, sobre o território da Otan, nas casas de cidadãos de países da Otan", disse Zelensky.

Foto; Folha - Agência Brasil - UOL