Política

Putin afirma que só encerrará guerra se Ucrânia parar de resistir





Em ligação com presidente da Turquia, russo disse que demandas de Moscou precisam ser cumpridas e espera abordagem mais "construtiva" de negociadores ucranianos

O presidente russo Vladimir Putin alertou a Ucrânia neste domingo (6) que a operação militar da Rússia só seria interrompida se Kiev parasse de resistir e cumprisse todas as exigências do Kremlin.

Putin disse ao presidente turco Tayyip Erdogan por telefone que os negociadores da Ucrânia deveriam adotar uma abordagem mais “construtiva” nas conversas com Moscou para levar em conta a realidade em solo ucraniano.

Putin, cujos comentários foram publicados em um comunicado do Kremlin sobre a ligação, disse que sua “operação militar especial” na Ucrânia estava indo de acordo com o planejado e o cronograma.

“Foi sublinhado que a suspensão da operação especial só é possível se Kiev interromper as operações militares e cumprir as conhecidas exigências russas”, disse o Kremlin.

A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, chama suas ações em seu ex-vizinho soviético de “operação especial” que busca destruir as capacidades militares da Ucrânia, expurgar o país do que diz ser nacionalistas e torná-lo um estado neutro.

O líder do Kremlin disse a Erdogan que Moscou está aberta ao diálogo com as autoridades ucranianas, mas que espera que os negociadores ucranianos adotem uma abordagem mais construtiva na próxima rodada de negociações.

“[…] chamou-se a atenção para a futilidade de qualquer tentativa de prolongar o processo de negociação, que está sendo usado pelas forças de segurança ucranianas para reagrupar suas forças e recursos”, disse o Kremlin.

“Espera-se que durante a próxima rodada de negociações planejada, os representantes da Ucrânia mostrem uma abordagem mais construtiva, levando plenamente em conta as realidades emergentes”, concluiu o governo russo.

Rússia e Ucrânia realizarão uma terceira rodada de negociações na segunda-feira (7) sobre um possível cessar-fogo, disse o negociador ucraniano David Arakhamiya em um post no Facebook neste sábado (5), sem fornecer mais detalhes. A Rússia ainda não confirmou a nova data.

 

- Zelensky diz que ataque russo destruiu aeroporto no oeste da Ucrânia

Em vídeo publicado no Twitter, presidente ucraniano afirmou que oito mísseis atingiram o aeroporto civil de Vinnytsia

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que oito mísseis russos destruíram completamente o aeroporto civil de Vinnytsia, na região oeste do país, neste domingo (6).

Ele divulgou a informação em um vídeo publicado em seu Twitter oficial.

“Acabei de receber um relatório sobre um ataque contra Vinnytsia. Oito mísseis contra nossa cidade, contra nossa pacífica e adorável Vinnytsia, que nunca representou nenhuma ameaça para a Rússia”, disse Zelensky.

“Um ataque de foguete duro e cínico. O aeroporto foi completamente destruído. Eles continuam destruindo nossa infraestrutura, nossa vida que nós, nossos pais, nossos avós e avós, toda a geração de ucranianos construímos”, acrescentou o presidente.

Mais cedo, as autoridades disseram que os serviços de emergência estavam trabalhando para apagar incêndios no aeroporto causados ​​por ataques de foguetes.

Zelensky ainda pediu novamente que seja introduzida uma zona de exclusão aérea na Ucrânia. “Somos seres humanos e este é o seu dever humanitário de nos proteger, de proteger as pessoas. Vocês conseguem”, disse.

Também neste domingo (6), Zelensky que as forças russas estão se preparando para bombardear a cidade de Odessa, na costa ucraniana do Mar Negro.

“Foguetes contra Odessa? Isso será um crime de guerra”, disse ele em um discurso televisionado.

Neste domingo um ponto de passagem de saída para civis que tentavam escapar do distrito de Irpin, a oeste de Kiev, capital da Ucrânia, foi atacado . A mídia internacional estava filmando no local quando o que parece ter sido um projétil de artilharia pousou. Na ocasião, um fluxo de pessoas estava passando pelo posto de controle. Ainda não há detalhes imediatos de vítimas.

Um ponto de passagem para saída para civis que tentavam escapar do distrito de Irpin, a oeste de Kiev, capital da Ucrânia, foi atingido na manhã deste domingo (6). A mídia internacional estava filmando quando o que parece ter sido dois projéteis de artilharia ou morteiros atingiram o local. O impacto das explosões foi ouvido pelas equipes da CNN em Kiev e nas áreas rurais a sudoeste. Três pessoas foram mortas, dizem autoridades ucranianas, incluindo duas crianças.

Está prevista para este domingo (6) a reabertura dos corredores humanitários para a saída de civis. Os corredores foram desativados no sábado (5) por conta da quebra do cessar-fogo pela Rússia, acusou a Ucrânia.

De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 1,5 milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia para países vizinhos.

 

- Ataques em hospitais deixam mortos e feridos na Ucrânia, diz OMS

Diretor-geral da Organização, Tedros Adhanom, relembrou que ataques a sistemas de saúde são violações do direito internacional

A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou que “vários ataques a centros de saúde” na Ucrânia foram realizados. A entidade ainda afirmou que investiga outras ofensivas militares contra hospitais no país.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou através das redes sociais neste domingo (6) que os ataques causaram várias mortes e feridos.

“Ataques a instalações de saúde ou trabalhadores violam a neutralidade médica e são violações do direito internacional humanitário”, pontuou ele.

Em seu breve post, Tedros não mencionou nominalmente a Rússia, que iniciou uma invasão na Ucrânia em 24 de fevereiro.

Logo após as primeiras tropas russas chegarem à Ucrânia, a OMS manifestou preocupação com uma possível emergência de saúde no país.

“A OMS Europa está trabalhando em estreita colaboração com todos os parceiros da ONU para aumentar rapidamente a prontidão para responder à emergência de saúde esperada desencadeada pelo conflito, protegendo nossa equipe e minimizando interrupções na prestação de serviços críticos de saúde”, disse a entidade em um comunicado à época.

 

- Mais de 1,5 milhão de pessoas fugiram da Ucrânia por causa da guerra, diz ONU

"É a crise de refugiados que mais cresce na Europa desde a Segunda Guerra Mundial", disse chefe de agência das Nações Unidas 

Mais de 1,5 milhão de refugiados da Ucrânia cruzaram a fronteira para países vizinhos nos últimos 10 dias, disse neste domingo (6) o comissário da agência de refugiados da ONU, Filippo Grandi.

Em uma publicação no Twitter, Grandi chamou de “a crise de refugiados que mais cresce na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”.

Enquanto isso, o Ministério do Interior da Alemanha disse à CNN que quase 38 mil pessoas chegaram ao país da Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro.

A Polícia Federal Alemã registrou 37.786 refugiados do país devastado pela guerra até domingo, disse um porta-voz do Ministério do Interior à CNN.

No entanto, dada a ausência de verificações de fronteira entre a Polônia e a Alemanha, o número real de pessoas que chegam pode ser significativamente maior, disse o ministério.

A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, disse ao jornal alemão “Bild am Sonntag” que a Alemanha acolherá refugiados que fogem da guerra na Ucrânia, independentemente de sua nacionalidade.

“Queremos salvar vidas. Isso não depende do passaporte”, disse Faeser ao jornal alemão.

Últimas notícias da guerra

Está prevista para este domingo (6) a reabertura dos corredores humanitários para a saída de civis. Os corredores foram desativados no sábado (5) por conta da quebra do cessar-fogo pela Rússia, acusou a Ucrânia.

Também neste domingo, um posto de retirada de civis foi atingido por disparo perto de Kiev. Ainda não há informações sobre feridos. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 1,5 milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia para países vizinhos.

Diante da troca de acusações sobre um cessar-fogo para permitir a evacuação de civis, a Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou neste domingo (6) que ataques a hospitais foram realizados na Ucrânia.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que as ofensivas militares aos centros de saúde “causaram várias mortes e feridos”. A entidade ainda afirmou que investiga outros ataques a hospitais na região.

“Ataques a instalações de saúde ou trabalhadores violam a neutralidade médica e são violações do direito internacional humanitário”, pontuou o diretor-geral da OMS.

Em seu post nas redes sociais, no entanto, Tedros não mencionou nominalmente a Rússia, que realiza uma invasão à Ucrânia há 11 dias.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que é o garantidor da evacuação de civis com o cessar-fogo da Rússia contra a Ucrânia, informou que a retirada de pessoas Mariupol e Volnovakha, ambas na Ucrânia, não começou no sábado (5), como havia sido inicialmente anunciado, por causa do conflito.

A Ucrânia acusa a Rússia de violar o cessar-fogo e anunciou o adiamento da retirada de civis de Mariupol.

Já o Ministério da Defesa da Rússia alega que “forças russas foram atacadas depois de estabelecer os corredores humanitários” e acusou “nacionalistas ucranianos” de impedir a retirada de civis.

Fonte: CNN Brasil