O Brasil registrou 37.339 casos e 318 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas. Os dados foram divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) nesta segunda-feira (21).
A média móvel de casos está no 12º dia seguido de declínio, chegando a 101.007. Já a média móvel de mortes marca 824 — acima de 800 desde 8 de fevereiro de 2022.
Médias móveis levam em consideração as médias dos números dos últimos sete dias e são utilizadas para evitar distorções causadas por eventuais subnotificações aos finais de semana.
Ao todo, já são 28.245.551 casos de Covid-19 e 644.604 óbitos registrados desde o início da pandemia.
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- Estudo mostra desigualdade em casos de covid em trabalhadores da saúde
Uma pesquisa realizada no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz), mostrou que fatores ligados à desigualdade social influenciaram a contaminação dos trabalhadores da unidade pelo SARS-CoV-2 entre junho e julho de 2020.
O vírus infectou mais os trabalhadores não brancos, os de menor escolaridade e renda e os que não trabalham diretamente na assistência em saúde, como recepcionistas, guardas e agentes de limpeza. A pesquisa analisou testes sorológicos realizados em 1.154 trabalhadores, e os resultados foram publicados na revista científica Lancet Regional Health - Americas.
O artigo relata que 30% dos trabalhadores do hospital tiveram anticorpos contra o vírus detectados em seus exames, percentual muito superior à taxa de contaminação da população em geral, que foi de 3% a 5%.
O percentual médio de 30%, porém, esconde disparidades, que aparecem quando os dados são cruzados com informações como cor da pele, escolaridade, renda, área de atuação e forma de locomoção.
A pesquisa mostrou que 23,1% dos trabalhadores que se identificam como brancos tiveram resultado positivo no inquérito sorológico, enquanto entre os não brancos o percentual foi de 37,1%.
Os profissionais que atuam na assistência, como técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos tiveram um percentual de positividade de 25%, enquanto para os cargos administrativos, recepcionistas, seguranças e agentes de limpeza essa proporção chega a 40,4%. A maior taxa de contaminação foi dos profissionais da limpeza, com 47,5%.
A Fiocruz aponta ainda que a forma de deslocamento da residência para o trabalho influenciou nos percentuais de contaminação, já que os trabalhadores que usaram transporte coletivo (trem, metrô e ônibus) tiveram resultados positivos com mais frequência do que aqueles que foram trabalhar caminhando, de carro, motocicleta ou táxi.
Em entrevista à Agência Fiocruz de Notícias, a primeira autora do artigo, a aluna de doutorado e fisioterapeuta do IFF/Fiocruz, Roberta Fernandes Correia, destacou que a "desigualdade é o vírus mais letal do mundo".
"Os achados deste trabalho não divergem da desigual contaminação da população brasileira e países afins, em especial os da América Latina. Apesar do IFF/Fiocruz ser uma instituição pública de vanguarda na atenção à saúde da população, também sofre inevitavelmente os reflexos da economia de seu país, o que afeta na contaminação pelo Sars-CoV-2 entre seus trabalhadores. É provável que a solidariedade seja o antídoto e precise urgentemente ser incorporada às políticas sociais, econômicas, de saúde, educação, ambientais e de afeto".
A orientadora da pesquisa, a professora e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e do IFF/Fiocruz Elizabeth Artmann, ressalta que o estudo reforça o papel de determinantes sociais nas taxas de contaminação em trabalhadores da saúde.
"Em um país com tanta desigualdade como o nosso, estes resultados são muito relevantes e mostram a importância de pesquisas que possam ancorar a tomada de decisões, neste caso, a priorização dos grupos mais vulneráveis".
- Boris Johnson anuncia fim das restrições contra a Covid no Reino Unido
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou hoje (21), que as restrições sanitárias terminarão na Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte – que compõem o Reino Unido – nesta quinta-feira (24). No dia 1 de abril, testes gratuitos para a Covid-19 deixarão de ser fornecidos à população em geral.
Segundo um levantamento da agência CNN, outros 14 países europeus anunciaram a flexibilização das medidas de combate à pandemia neste ano. São eles: Suíça, França, Noruega, Lituânia, Dinamarca, Áustria, Irlanda, Holanda, Espanha, Bélgica, Alemanha, Suécia, Portugal e Finlândia.
O plano “vivendo com a Covid”, anunciado por Johnson, ainda estabelece que a exigência legal de autoisolamento para aqueles que testem positivo será abandonada.
Segundo o premiê, os esforços de combate à pandemia realizados nos últimos dois anos permitem que agora as restrições deixem de ser determinadas pelo governo e se tornem uma questão de responsabilidade pessoal.
As medidas levantaram objeções de que o país estará vulnerável ao surgimento de novas variantes do coronavírus. A estratégia do primeiro-ministro deve focar no oferecimento de doses de reforço da vacina, especialmente para grupos mais suscetíveis à doença.
O fim das restrições era uma prioridade para muitos integrantes do Partido Conservador, do qual o primeiro-ministro faz parte.
Líderes da Escócia e do País de Gales, que são fortemente críticos ao governo de Johnson, disseram que a política dificulta o enfrentamento das variantes do coronavírus.
Fonte: Agência Brasil - CNN Brasil