Política

Lula volta a defender a regulamentação da imprensa





O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender que exista algum tipo de “regulamentação da imprensa” no Brasil. A declaração foi durante uma entrevista concedida à Rádio Clube, de Pernambuco.

Para Lula, é preciso “estabelecer determinadas regras de civilidade nos meios de comunicação”, mas o petista negou que tal sugestão faça alusão à censura.

“Não falem de censura para mim, eu quero a liberdade de imprensa. Liberdade em que a imprensa fale o quiser, mas que também seja respeitado o direito de resposta”, argumentou.

O possível pré-candidato do PT nas eleições 2022 – e também líder das últimas pesquisas de intenções eleitorais – afirmou que a internet está virando uma “fábrica de fake news e provocações” e avaliou que o Brasil está “muito atrasado” em projetos do gênero em comparação com outros países.

“Não podemos deixar a internet do jeito que está, virando uma fábrica de fake news e provocações”, disse. “Estamos muito atrasados. Temos modelos na Inglaterra, na Alemanha, na França e em vários países”.

Essa não é a primeira vez que Lula menciona a regulamentação da imprensa. Mesmo que o ex-presidente ainda não tenha lançado oficialmente sua pré-candidatura, também há menções a outras propostas durante as entrevistas, como a revogação da reforma trabalhista.

Sobre o tema, o petista defendeu que haja uma reunião entre “empresários, o governo, os trabalhadores e as universidades”, mas não voltou a mencionar a revogação de uma lei trabalhista na Espanha como um modelo “a ser acompanhado de perto” – um comentário feito nas redes sociais que gerou ruídos mesmo entre aliados do PT.

Alianças políticas

Em relação à escolha do nome para vice-presidente, ainda associada ao ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, Lula disse que o ex-tucano “precisa fazer uma decisão partidária”, mas ponderou que ainda há tempo para o movimento final – inclusive com o PSD.

“Não sei se o companheiro do PSD quer o Alckmin, mas acho que o Alckmin tem uma boa relação com eles. É preciso que eles, e outros partidos que quiserem o Alckmin, conversem”, declarou.

O ex-presidente foi mais enfático ao opinar que o Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, deveria concorrer ao governo do estado, e afirmou que o PSB – que tem intenções de lançar Márcio França nesta corrida – terá “compreensão” da situação.

“Eu trabalho com a ideia de que Haddad vai ser governador em São Paulo. Acho que São Paulo está em uma situação extraordinária e Haddad está muito maduro e consciente”, afirmou.

Já sobre o movimento nacional de federação partidária, Lula declarou-se “simpático” à ideia, e defendeu que o PT faça o mesmo movimento para não passar uma “ideia de soberba” do partido. A sigla chegou a recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter mais tempo de concluir as negociações.

“Estou mais preocupado com a fotografia do PT, de trabalhar em aliança com os partidos de esquerda. O PT não tem decisão ainda, acredito que a decisão seja tomada na próxima reunião do diretório nacional”, avaliou Lula.

Eleições 2022

CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.

 

- PT celebra 42 anos em evento on-line com Lula e Dilma

 

Em 1º lugar nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República e enfrentando fantasmas do passado, o PT completa nesta 5ª feira (10.fev.2022) 42 anos. A comemoração, que seria realizada presencialmente em Belo Horizonte (MG), foi transformada em uma transmissão on-line de 12 horas. O evento começa às 9h e pode ser assistido aqui.

 

Ao longo do dia, integrantes do partido debaterão o que chamam de “vida partidária” para analisar a fotografia da legenda. A partir das 18h, começará o ato político com a presença dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, da presidente da sigla, Gleisi Hoffmann e do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. O ato será apresentado pela secretária nacional de Finanças, Gleide Andrade. 

 

Lula e Gleisi também lançarão os chamados comitês populares de luta e uma cartilha com 13 pontos com indicações para a criação deles. A estimativa é chegar a mais de 5.000 por todo o país. O foco será montar esses grupos nas regiões mais pobres e periféricas das cidades.

 

O partido quer reorganizar a base não apenas para a eleição, mas para um eventual novo governo Lula. Ao longo da campanha eleitoral, porém, eles poderão ser transformados em comitês eleitorais. Os comitês atuarão presencialmente, com a organização de debates e teatros, por exemplo, mas também servirão para ampliar a presença do partido nas redes sociais. 

 

“Queremos, através dos comitês, retomar o diálogo com a massa excluída, por exemplo, com os evangélicos ou a população das favelas. Eles são vítimas da exclusão e do bolsonarismo, mas não têm ideia disso. Queremos fazer um contra-ataque, retomar o contato com a luta do povo. Não é um comitê meramente eleitoral”, afirmou o ex-ministro Gilberto Carvalho. Ele atuou no governo de Dilma Rousseff entre 2011 e 2014.

 

Carvalho é o responsável pela organização dos comitês. De acordo com ele, o PT precisou fazer uma auto-crítica. “Está embutida uma autocrítica por esse distanciamento que foi sendo criado ao longo do tempo e essa visão de que, na periferia, as populações estão muito controladas, ou pelas igrejas, ou pelas milícias ou pelo tráfico. Então, a gente quer disputar esse povo”, disse.

 

Carvalho explicou que os integrantes destes grupos atuarão de forma voluntária e não receberão recursos do partido. A única coisa que o PT poderá fornecer será material de divulgação de campanha durante o período eleitoral. Os interessados em integrar esses grupos começarão a ser treinados a partir de abril. 

 

Os ex-ministros dos governos petistas Ideli Salvatti, Guido Mantega, Miriam Belchior e Tereza Campello discutirão, às 13h, o legado do partido no poder e o que pode ser apresentado no futuro. Mantega tem sido a voz para apresentar as pretensões econômicas de um eventual novo governo Lula.

 

Fonte: CNN Brasil