Cotidiano

Biden vê possibilidade clara de invasão russa à Ucrânia em fevereiro





O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vê "possibilidade clara" de uma ação militar russa contra a Ucrânia já a partir do mês de fevereiro, segundo informação divulgada pela agência de notícias AP (Associated Press). O alerta de Biden foi feito ao presidente ucraniano, Vladimir Zelenski, por meio de um telefonema.

O presidente Biden disse que há uma possibilidade clara de que os russos possam invadir a Ucrânia em fevereiro. Ele disse isso publicamente e estamos alertando sobre isso há meses. Porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Emily Horne

No telefone, Biden citou a Zelenski o alto grau de probabilidade as forças russas atacarem o território ucraniano ao norte de Kiev, segundo duas pessoas familiarizadas com a conversa à Associated Press.

Os Estados Unidos e a União Europeia veem o envio de tropas russas para a fronteira com o país vizinho como preparação para uma guerra com o intuito de evitar que a Ucrânia entre para a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança militar que constitui em um sistema de defesa coletiva através de seus Estados-membros.

Moscou nega a intenção de iniciar uma ofensiva, mas, em contrapartida, exige garantias de que a Ucrânia não venha a se tornar membro da Otan. Além disso, Moscou insiste que os aliados renunciem à presença militar em algumas partes do leste da Europa.

Em contrapartida, os Estados Unidos seguem aumentando a pressão sobre a Rússia, na esperança de impedir um possível ataque militar a Ucrânia, e colocaram milhares de soldados americanos de prontidão.

O porta-voz do Pentágono, John Kirby, por exemplo, havia dito que os 8.500 militares estavam sendo notificados sobre as ordens de prontidão para que pudessem integrar as fileiras de resposta rápida da Otan, caso a aliança os chamem para a missão.

Já as forças armadas russas lançaram uma nova série de exercícios perto da fronteira com a Ucrânia e na Crimeia —península invadida pela Rússia oito anos atrás.

 

- Rússia diz que prefere diplomacia à guerra

 

A Rússia quer resolver a crise sobre a Ucrânia por via diplomática sem recurso à guerra, mas não permitirá que seus interesses sejam violados ou ignorados, disse hoje (28) o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov. 

 

"Se depender da Rússia, não haverá guerra. Não queremos guerras. Mas não permitiremos que nossos interesses sejam grosseiramente violados, ignorados", afirmou Lavrov, em entrevista transmitida por várias estações de rádio e televisão russas.

 

"Há muitas décadas escolhemos o caminho da diplomacia. Temos de trabalhar com todos, esse é o nosso princípio",  acrescentou.

 

A Ucrânia e os países ocidentais acusaram a Rússia de ter enviado pelo menos 100 mil soldados para a fronteira ucraniana nos últimos meses, com a intenção de invadir de novo o país vizinho, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em 2014.

 

A Rússia negou essa intenção, mas disse sentir-se ameaçada pela expansão de 20 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ao Leste europeu e pelo apoio ocidental à Ucrânia.

 

Moscou exigiu o fim da política de expansão da Otan para a Ucrânia e a Geórgia, o fim de toda a cooperação militar ocidental com as antigas repúblicas soviéticas e a retirada das tropas e armamentos dos aliados para as posições anteriores a 1997.

 

Os Estados Unidos (EUA) e a Otan rejeitaram formalmente, na quarta-feira (26), as principais exigências de Moscou, mas propuseram a via da diplomacia para lidar com a crise.

 

Em particular, abriram a porta a negociações sobre os limites recíprocos da instalação dos mísseis de curto e médio alcance das duas potências nucleares rivais na Europa, e sobre exercícios militares nas proximidades das fronteiras do campo adversário.

 

Lavrov considerou que as respostas dos EUA às exigências da Rússia sobre garantias de segurança são "bastante confusas".

 

Admitiu que encontrou "sementes de racionalidade" em "assuntos de importância secundária", como a questão das instalações de mísseis de curto e médio alcance, e disse que o debate sobre a questão tem sido rejeitado pelos Estados Unidos. "Agora, propõem-se abordar a questão", disse.

 

Quanto à ameaça de novas sanções dos EUA, incluindo a liderança russa e a desconexão do país dos sistemas financeiros internacionais, Lavrov afirmou que "seria equivalente à ruptura das relações".

 

Os presidentes russo, Vladimir Putin, e francês, Emmanuel Macron, vão conversar hoje, por telefone, sobre a crise ucraniana.

 

Macron deverá propor a Putin um caminho para desanuviar as tensões entre a Rússia e os países ocidentais.

 

A França exerce atualmente a presidência rotativa do Conselho da União Europeia.

 

Fonte: UOL - Agência Brasil