Cotidiano

Queiroga diz que prioridade é ampliar vacinação contra covid-19





O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a prioridade da pasta é ampliar a vacinação contra a covid-19 com a segunda dose e a dose de reforço diante do aumento de casos de contaminação pela variante Ômicron. 

Queiroga participou do programa Sem Censura, exibido pela TV Brasil, e também falou sobre o novo programa lançado pelo ministério para ampliar o acesso de gestantes ao Sistema Único de Saúde (SUS). 

Segundo o ministro, o país deve registrar aumento de casos nas próximas semanas e chegar ao pico de contaminações. Na avaliação de Queiroga, após esse período, poderá ser registrada uma queda rápida, conforme ocorreu em outros países. 

“A prioridade é ampliar a cobertura vacinal com segunda dose e a dose de reforço. O Brasil já tem uma campanha bem sucedida, mas há estados onde a cobertura é baixa, que é justamente na região Norte, a capacidade do sistema de saúde nesses locais é menor”, explicou. 

Além da vacinação, o ministro afirmou que o governo trabalha no fortalecimento das unidades básicas de saúde (UBS) para realizar o tratamento preventivo de outras doenças durante a pandemia. Segundo Queiroga, o investimento na atenção básica aumentou de R$ 17 bilhões para R$ 25 bilhões. O país conta com mais de 53 mil equipes de saúde da família e 41 mil unidades de saúde em todo o país. 

“Nós queremos que a unidade básica de saúde cadastre todos os municípios, que consiga controlar o peso das pessoas, controlar a pressão arterial, combater a hipertensão arterial, o sedentarismo, o tabagismo, o diabetes e saber onde está cada um dos brasileiros”, disse. 

Marcelo Queiroga também falou sobre o programa Cuida Mais Brasil, que foi lançado no início deste mês, para ampliar o acesso de gestantes ao serviço público de saúde. 

“Precisamos reduzir a mortalidade materna, cuidar da pressão arterial das nossas gestantes, cuidar do peso, fazer com que as gestantes não tenham hemorragia. Quem cuida da infância cuida do futuro do país”, comentou. 

 

Confira outras notícias 

- STF determina prisão domiciliar para Roberto Jefferson

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que Roberto Jefferson passe a cumprir prisão domiciliar. O político estava preso no Rio de Janeiro desde agosto.

A defesa de Jefferson, que ocupava a presidência do PTB, alegou problemas de saúde e risco de morte. O ex-deputado teve um quadro de infecção respiratória semelhante à covid-19 na semana passada. Essa não foi a primeira vez que o político teve complicações de saúde e foi levado, temporariamente, para exames fora do presídio.

No despacho que determina a transição da prisão para regime domiciliar, Alexandre de Moraes citou trechos do Código de Processo Penal, que prevê o benefício para pessoas “extremamente debilitadas por motivo de doença grave.”

Roberto Jefferson, no entanto, deverá usar tornozeleira eletrônica e não poderá receber visitas pessoais, apenas acompanhamento médico.

 

- Queiroga diz que hidroxicloroquina não tem eficácia comprovada contra covid

 

Após o Ministério da Saúde defender a hidroxicloroquina, em uma norma técnica publicada pela pasta, o ministro Marcelo Queiroga admitiu que o uso do medicamento ainda não possui eficácia comprovada contra a covid-19.

 

Essas medicações foram utilizadas no começo da pandemia e, na época, o uso era chamado de 'uso compassivo'. Todos usaram. Posteriormente, se viu que, nessas situações, essa medicação não era mais aplicada e foi testada em outros contextos, né? Essas medicações, inclusive eu já falei, são medicações cujo o uso científico ainda não está comprovada, mas essa confusão que querem criar entre vacina e cloroquina é totalmente descabida. Marcelo Queiroga, durante participação no programa "Sem Censura", da TV Brasil

 

Na semana passada, o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Netto, afirmou em uma nota técnica assinada por ele que as vacinas contra a covid-19 não possuem efetividade e segurança e que a hidroxicloroquina tem.

 

A posição de Angotti foi externada em um documento no qual ele apresenta justificativas para rejeitar protocolo aprovado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) que contraindica o uso do chamado tratamento precoce em pacientes que não estão internados.

 

Tanto o uso da hidroxicloroquina como a adoção do tratamento precoce são amplamente rechaçados e contraindicados por especialistas e tampouco têm aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

 

Rede pede afastamento de secretário

 

O partido Rede Sustentabilidade acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) para pedir o afastamento de Angotti Neto. Na petição, a legenda também pede a suspensão da nota e a determinação de elaboração de uma nova diretriz, que observe normas e critérios científicos e técnicos.

 

Além disso, há o pedido de abertura de um processo administrativo no Ministério da Saúde contra o secretário, bem como procedimentos de investigação no MPF (Ministério Público Federal) para apurar eventuais responsabilidades criminais e atos de improbidade administrativa.

 

No texto, o partido argumenta que o secretário "tratou de agradar o Chefe e desprezar as importantes orientações técnicas expedidas pela Conitec". A petição ressalta o que chama de "negacionismo propagandeado e incentivado" pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

O partido também ressaltou que é "inacreditável" discutir o uso de hidroxicloroquina, bem como de outros medicamentos ineficazes para o tratamento da doença, há quase dois anos.

 

O ex-vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse no Twitter que a nota técnica do ministério "propaga fake news, atacando a vacina e, em desacordo com a ciência, promove remédios ineficazes contra a covid-19!"

 

"Não podemos deixar que eles tratem a vida como brincadeira!", criticou.

 

Fonte: Agência Brasil - UOL