Política

Bolsonaro critica PT e diz que 'mente' quem diz que reforma trabalhista retirou direitos





Nos últimos dias, Lula e alas da legenda, como a presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PR), defenderam nas redes sociais a completa revogação da reforma

Após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmar que pretende fazer mudanças na reforma trabalhista aprovada pelo governo Temer (MDB), o presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu em defesa da medida e apontou que "mente quem fala que a reforma trabalhista retirou direito do trabalhador".

"O governo Temer fez uma pequena reforma trabalhista. Não tirou direito de nenhum trabalhador. Mente quem fala que a reforma trabalhista do Temer retirou direito de trabalhador, até porque os direitos estão lá no art. 7º da nossa Constituição; não podem ser alterados", alegou durante entrevista à Rádio Viva FM de Vitória (ES).

"Foi uma flexibilização, deu um impulso, no governo Temer, essa reforma. Tanto é que tivemos já um saldo positivo [na geração de empregos] no governo Temer", completou.

Nos últimos dias, Lula e alas do PT, como a presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PR), defenderam nas redes sociais a completa revogação da reforma trabalhista. "Está na hora de revogar o que deu errado: Lei do Teto, a reforma que não gerou empregos, política de preços dos combustíveis. Deter a privatização selvagem e rever os contratos lesivos ao país", declarou Hoffmann.

"É importante que os brasileiros acompanhem de perto o que está acontecendo na Reforma Trabalhista da Espanha, onde o presidente Pedro Sanchez está trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores", escreveu Lula.

Preocupado com o posicionamento do ex-presidente Lula em defesa da revogação da reforma trabalhista, Geraldo Alckmin (sem partido) avalia descartar a aliança com o petista para o pleito de 2022. Alckmin era cotado como vice de Lula e os dois, que eram adversários declarados, chegaram a trocar elogios nos últimos meses.

Dias depois, o discurso de integrantes do partido, agora, é de que não haverá revogaço e, sim, uma pós-reforma, como a está ocorrendo na Espanha.

 

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- Pré-candidaturas influenciam decisões no Congresso, diz Lira

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a eleição de 2022 para a Presidência da República afeta as decisões do que é discutido no Congresso Nacional. Segundo ele, o fato de um presidente de Poder, que pode ou não pautar os temas, ser pré-candidato é algo “extremamente sensível”.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é cotado como um pré-candidato à Presidência. O senador já discursa como tal, apesar de ainda não ter aceitado oficialmente o convite do presidente do PSD, Gilberto Kassab.

“Isso, automaticamente, às vezes, influencia em alguma decisão, seja de grupo ou individual. Isso, em 2021, talvez possa ter impactado, de boa fé, o andamento de algumas pautas”, afirmou em entrevista à Jovem Pan nesta 2ª feira (17.jan.2022).

Lira afirmou que já teve conversas com Pacheco neste sentido. “Que eu acho que, agora, com a sedimentação das possíveis candidaturas, quem está mais bem situado ou menos, as posições partidárias, isso deverá dar uma clareza mais transparente nas posições de cada um.”

Lira também disse que o Brasil deve ficar acima das discussões sobre a sucessão presidencial.

PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS

Lira afirma que a Câmara já aprovou o projeto de lei que congela a base de imposto  para o cálculo do ICMS. A mudança aprovada fará com que os Estados arrecadem menos do que poderiam.

O projeto foi aprovado na Câmara em outubro, mas o Senado não discutiu o tema. “Não andou no Senado. Não foi discutido”, disse Lira nesta 29 feira (17.jan).

Lira afirmou ainda que o Congresso não pode ser cobrado de forma genérica, porque a Câmara fez a discussão sobre o tema. Para ele, ainda que o ICMS não seja o que desencadeia as altas no preço dos combustíveis, contribui para a alta de preços.

Ele criticou ainda a decisão do Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal) de descongelar o ICMS dos combustíveis. O imposto havia sido congelado por 90 dias. Os governadores tentavam mostrar que o preço do imposto estadual não influencia no valor final dos combustíveis.

Agora, eles se reuniram no Comsefaz e vão descongelar. Vão, de novo, aplicar aumentos em cima dos preços dos combustíveis. E isso trará, agora em janeiro, um aumento muito grande dos preços. E sem necessidade”, disse o presidente da Câmara. “Os cofres estaduais estão abarrotados de dinheiro. Os governadores não sabem onde gastar dinheiro.

Segundo nota divulgada pelo Comsefaz, o que é determinante para se reverter a alta dos combustíveis é a alteração da política de preços da Petrobras, que define o valor da gasolina e do diesel de acordo com a variação do petróleo no mercado internacional e pelo dólar.

O governador do Piauí e coordenador do fórum nacional dos governadores, Wellington Dias (PT), também divulgou nota dizendo que os chefes dos Estados fizeram sua parte e que “a resposta foi aumento, aumento mais aumento nos preços dos combustíveis”, afirmou.

Essa semana a Petrobras elevou o preço da gasolina em 4,8% e em 8% o óleo diesel. Ambos os preços são referentes aos praticados nas refinarias.

Nas bombas, o preço médio da gasolina subiu de R$ 6,596 para R$ 6,608 o litro, segundo levantamento semanal da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) divulgado na 6ª feira (14.jan.2022).

 

Fonte: Correio Braziliense - Poder360