Cotidiano

Petrobras aumenta preço da gasolina e do diesel para as distribuidoras





Preço da gasolina sobe de R$ 3,09 para R$ 3,24, por litro

A partir de amanhã (12), depois de 77 dias sem aumentos, a Petrobras fará ajustes nos seus preços de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras. O anúncio foi feito hoje (11) pela companhia, em nota à imprensa.

Segundo a empresa, os últimos aumentos ocorreram em 26 de outubro do ano passado. Desde então, o preço cobrado pela Petrobras para a gasolina chegou a ser reduzido em R$ 0,10 litro, em 15 de dezembro. Já o preço do diesel ficou estável.

Com a decisão de hoje, o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,09 para R$ 3,24 por litro. “Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,26, em média, para R$ 2,37 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,11 por litro”, explicou a companhia, na nota.

Para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras subirá de R$ 3,34 para R$ 3,61 por litro. Levando em conta a mistura obrigatória de 10% de biodiesel e 90% de diesel A para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será elevada de R$ 3,01, em média, para R$ 3,25 a cada litro vendido na bomba, mostrando variação de R$ 0,24 por litro.

Abastecimento

De acordo com a Petrobras, esses ajustes “são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras”.

A companhia reiterou seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, acompanhando as variações de alta e baixa, “ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato para os preços internos, das volatilidades externas e da taxa de câmbio, causadas por eventos conjunturais”.

 

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Inflação oficial, medida pelo IPCA, subiu 10,06% no ano

A alta de 10,06% em 2021 na inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi puxada pela aumento de 21,03% no grupo Transportes. Em 2020, o IPCA fechou o ano com alta de 4,52%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo foi afetado em 2021 principalmente pelos combustíveis.

O gerente do IPCA, Pedro Kislanov, destaca que, de longe, o principal impacto no índice anual foi da gasolina, que correspondeu a 2,34 pontos percentuais. Apesar da queda registrada em dezembro, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021 e o etanol, de 62,23%.

“Em dezembro, houve queda de 0,67% na gasolina, principalmente pela redução do preço nas refinarias no dia 15 de dezembro. E o etanol, que normalmente acompanha a gasolina, uma queda de 2,96%. Foi a primeira queda em ambos depois de sete meses consecutivos de alta”, disse Kislanov.

No ano, o preço dos automóveis novos subiu 16,16% e o dos usados, 15,05%. O aumento foi provocado pelo desarranjo na cadeia produtiva do setor automotivo, que não conseguiu acompanhar a retomada da demanda global. Os transportes por aplicativo ficaram 33,75% mais caros e as passagens aéreas, 17,59%.

Habitação

No grupo Habitação, que subiu 13,05% em 2021, a principal alta foi na energia elétrica, com acumulado de 21,21% no ano. De acordo com Kislanov, houve progressão das bandeiras de sobretaxa na tarifa doméstica, além de reajustes tarifários.

Os quatro primeiros meses do ano foram com bandeira amarela, que acrescentava R$ 1,343 a cada 100 KwH consumidos, lembrou Kislanov. “Em maio, foi acionada a bandeira vermelha patamar 1 [R$ 4,169]; em junho, a vermelha patamar 2 [R$ 6,243]; em julho, o valor dessa bandeira aumentou para R$ 9,492 e, em agosto, manteve-se essa bandeira. Com o agravamento da crise hídrica, criou-se a bandeira de escassez hídrica, com acréscimo de R$ 14,20, que foi mantida desde então e deve permanecer até abril.”

O segundo maior impacto no grupo foi o item gás de botijão, que subiu 36,99% no ano, acumulando 48,76% de aumento desde junho de 2020.

Alimentação e bebidas

No grupo Alimentação e Bebidas, houve variação de 7,94% em 2021, menor do que a alta de 14,09% no ano anterior, quando esse item teve o maior impacto na inflação. O café moído subiu 50,24%, prejudicado pela geada nas regiões produtoras, e o açúcar refinado, 47,87%, com a competição da matéria-prima para a produção do etanol. O açúcar cristal aumentou 37,55% e o frango em pedaços, 29,85%.

Kislanov destacou que a queda dos preços da batata inglesa (-22,82%) e do arroz (-16,88%) não compensou a alta que os dois produtos tiveram no ano passado. Também aumentaram os preços da batata inglesa e do óleo de soja.

“Já o açaí teve alta de 30,56% em 2020 e queda de 9,98% em 2021, mas é um produto muito regional. Só tem peso no Acre, no Maranhão e no Pará.” Também caíram os preços do feijão carioca (-8,12%) e do leite longa vida (-3,72%).

Vestuário

A quarta maior alta em 2021 (10,31%) foi no grupo Vestuário, que tinha registrado queda de 1,13% no ano anterior. De acordo com Kislanov, o aumento reflete a retomada da circulação de pessoas e o aumento nos custos da produção.

Este grupo, que foi o único com queda 2020, apresentou no ano passado recuperação de preços, relacionada à retomada da circulação de pessoas, mas também ao aumento dos custos de produção, devido ao custo mais alto do algodão e do couro, explicou Kislanov, que citou ainda o componente sazonal do fim de ano.

Regiões

Por região, as maiores variações do IPCA em 2021 foram em Curitiba (12,73%), Vitória (11,5%), Rio Branco (11,43%), Porto Alegre (10,99%) e Campo Grande (10,92%). Com 8,1%, Belém teve a menor alta entre as 16 regiões metropolitanas pesquisadas.

Para o gerente do IPCA, esses dados não indicam cenário de recuperação econômica. “Ao longo de 2021, apesar de ter aumentado a demanda por serviços, principalmente no segundo semestre, com a retomada da circulação de pessoas e da mobilidade urbana, houve melhora no cenário da pandemia de covid-19. Mas alguns setores ainda têm sofrido bastante e, com a nova variante Ômicron, talvez alguns setores que estão em recuperação possam ter prejuízo, como por exemplo, o de passagens aéreas, que tiveram altas bastante expressivas em setembro e outubro.”

Na opinião de Kislanov, é muito cedo para falar em retomada econômica, mesmo com a melhora no desemprego, pois o rendimento real das famílias está comprimido pela inflação. “No segundo semestre, houve retomada da demanda, na comparação com o primeiro semestre, mas não dá para falar ainda em retomada econômica de fato. Foi uma recuperação, se comparada ao cenário deprimido por conta da pandemia que veio de 2020.”

A inflação acumulada no primeiro semestre do ano passado ficou em 3,77%. No segundo semestre, passou para 6,07%.

Fonte: Agência Brasil