Cotidiano

6 mil voos são cancelados no Natal por ômicron e funcionários infectados





Companhias aéreas em vários países enfrentaram falta de funcionários e pilotos afastados por covid-19 ou em quarentena. Um terço dos cancelamentos ocorreu nos Estados Unidos.

As companhias aéreas cancelaram mais de 6 mil voos em todo o mundo durante o fim de semana de Natal, enquanto cresce o número de novos casos de covid-19 devido à variante ômicron e as festividades e os planos de viagem são novamente colocados à prova pela pandemia.

De acordo com dados da plataforma de rastreamento de voo FlightAware.com, cerca de 6 mil voos foram cancelados na sexta-feira (24), véspera de Natal, no sábado ou no domingo.

Os voos domésticos ou internacionais tendo como origem ou destino os Estados Unidos foram um terço dos voos cancelados. A United Airlines e a Delta Airlines cancelaram juntas mais de 300 voos apenas na sexta-feira, citando falta de pessoal devido ao aumento das infecções por covid-19.

"O pico nacional de casos da ômicron nesta semana teve um impacto direto em nossas tripulações de voo e no pessoal que executa nossa operação", disse a United em um comunicado.

"Como resultado, infelizmente tivemos que cancelar alguns voos e estamos notificando os clientes afetados antes da sua chegada ao aeroporto", acrescentou a companhia aérea.

Funcionários afastados

No Reino Unido, várias empresas do setor de viagens também estavam enfrentando falta de pessoal à medida que trabalhadores doentes entram em autoisolamento.

A companhia aérea alemã Lufthansa anunciou na sexta-feira que cancelou dezenas de voos transatlânticos programados durante as festividades de Natal devido a um "grande aumento" do número de pilotos afastados por motivo de saúde.

A Lufthansa disse que não podia determinar se os afastamentos eram motivados por infecções por covid-19 ou quarentenas autoimpostas após contato com infectados.

Enquanto isso, na Austrália, a empresa aérea Jetstar disse que muitos de seus funcionários tiveram que ser testados e colocados em quarentena por causa do aumento de infecções, causando cancelamentos e atrasos de última hora.

Obstáculos às festividades

As festividades de Natal deste ano foram afetadas pela covid-19 pelo segundo ano consecutivo, e igrejas em diversas cidades do mundo, como Belém, Frankfurt, Londres e Boston, cancelaram ou reduziram os cultos.

Na Alemanha, os fiéis enfrentaram restrições rigorosas ligadas à covid-19 e limitações de pessoas nas igrejas. Alguns tiveram que apresentar provas de vacinação ou testes com resultado negativo.

A catedral de Frankfurt, que tem capacidade para 1,2 mil pessoas, permitiu a ocupação de apenas 137 assentos com distanciamento social, todos reservados com antecedência, enquanto o canto era permitido apenas aos que usassem máscaras.

Na cidade belga de Antuérpia, as pessoas penduraram árvores de Natal de cabeça para baixo nas janelas para protestar contra o fechamento de espaços culturais.

Enquanto isso, em Belém, que costumava acolher milhares de peregrinos cristãos de todo o mundo antes da pandemia, o cenário era mais festivo em comparação com o ano passado. Centenas de pessoas entraram na Praça Manger enquanto as bandas de gaita-de-foles e tambor marchavam.

 

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- Com ômicron, 4 países da Europa ultrapassam 50 mil novos casos de covid/dia

Quatro países da Europa já ultrapassaram a marca de 50 mil novos casos por dia neste final de ano. É a primeira vez que isso acontece em conjunto desde o início da pandemia no continente, em fevereiro de 2020.

Ontem, na véspera de Natal, Reino Unido e França ultrapassaram a marca de 100 mil casos, segundo os governos locais e a Itália ultrapassou 50 mil. Na última quinta (23), a Espanha já tinha atingido 70 mil casos, segundo o Worldin Data, da Universidade de Oxford,

A considerada quinta onda no continente europeu é atrelada à disseminação da variante ômicron, que também já está em transmissão comunitária no Brasil. Identificada na África do Sul em novembro, ela tem um alto poder de transmissão e se tornou dominante em parte dos países por que passou, como Reino Unido e Estados Unidos, em poucas semanas.

Neste final de ano, ela pode ser ligada à explosão de casos no continente, que, pela primeira vez, na última quinta, atingiu a marca de 702 mil novos casos em um único dia. Antes de dezembro, o recorde era de 461 mil novos casos em 20 de novembro de 2020.

Os números de ontem (24) ainda estão sendo somados - alguns países, como Espanha, ainda não divulgaram seus levantamentos - mas já chegam a 533 mil novos casos. Quatro ultrapassaram 50 mil:

  • Reino Unido: 122 mil
  • França: 104 mil
  • Espanha: 72 mil (em 23/12)
  • Itália: 54 mil

De acordo com o registro do World in Data, esta é a primeira vez que quatro países ultrapassam a marca de 50 mil concomitantemente.

Até então, a França já tinha ultrapassado essa marca em diversos dias de dois períodos, outubro de 2020 e abril de 2021, a Itália em março de 2020 e a Espanha e o Reino Unido em janeiro de 2021.

Mortes não explodiram

Apesar de o número de casos apresentar altas históricas, as mortes não voltaram a explodir no continente. Nas outras ondas, de abril de 2020 e janeiro de 2021, Espanha, França e Reino Unido chegaram a ter mais de mil mortos por dia e a Itália ultrapassou 700.

Por enquanto, a onda gerada pela ômicron ainda não apresenta o mesmo efeito. Desde meados de novembro, quando a variante foi identificada, nenhum dos países apresentou mais de 200 mortos por dia, com exceção da França em três datas.

Fonte: UOL