Cotidiano

Brasil registra 92 mortes e mais de 4 mil casos de Covid-19 em 24 horas





As médias móveis de óbitos e de infecções ficaram em 231 e 9.090, respectivamente, neste domingo (28)

O Brasil registrou 92 mortes e 4.043 casos de Covid-19 nas últimas 24 horas. Aos domingos, os índices costumam apresentar números mais baixos por conta da rotina de trabalho dos laboratórios que realizam a detecção da doença.

As médias móveis de óbitos e de infecções ficaram em 231 e 9.090, respectivamente, neste domingo (28). Os dados são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Com a atualização, o país tem um total de 614.278 mortes e 22.080.906 casos confirmados desde o início da pandemia, em março de 2020.

 

- Médica sul-africana diz que pacientes com Ômicron apresentam sintomas “muito leves”

Angelique Coetzee afirma que quase metade dos pacientes com sintomas de Ômicron, que ela tratou, não foram vacinados

Uma médica sul-africana, que foi uma das primeiras a suspeitar de uma cepa diferente de coronavírus entre seus pacientes, disse, neste domingo (28), que os sintomas da variante Ômicron eram até agora leves, podendo ser tratados em casa.

A doutora Angelique Coetzee, médica particular e presidente da Associação Médica da África do Sul, disse à Reuters que em 18 de novembro ela notou sete pacientes em sua clínica que apresentavam sintomas diferentes da variante Delta, embora “muito leves”.

Agora denominada Ômicron pela Organização Mundial de Saúde, a variante foi detectada e anunciada pelo Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul (NICD), em 25 de novembro, a partir de amostras retiradas de um laboratório de 14 a 16 de novembro.

Coetzee disse que um paciente em 18 de novembro relatou em sua clínica ter ficado “extremamente cansado” por dois dias, com dores no corpo e dor de cabeça.

“Sintomas nesse estágio estavam muito relacionados à infecção viral normal. E porque não tínhamos visto Covid-19 nas últimas oito a dez semanas, decidimos fazer o teste”, disse ela, acrescentando que o paciente e sua família acabaram testando positivo para a doença.

No mesmo dia, mais pacientes chegaram com sintomas semelhantes. Foi quando ela percebeu que havia “algo a mais acontecendo”. Desde então, ela atendeu de dois a três pacientes por dia.

“Vimos muitos pacientes Delta durante a terceira onda. E isso não se encaixa no quadro clínico”, disse ela, acrescentando que alertou o NICD no mesmo dia com os resultados clínicos.

“A maioria deles (médicos) está vendo sintomas muito, muito leves e nenhum deles até agora encaminhou pacientes para cirurgias. Temos sido capazes de tratar esses pacientes de forma conservadora em casa”, disse ela.

Coetzee, que também faz parte do Comitê Consultivo Ministerial sobre Vacinas, disse que, ao contrário da Delta, até agora os pacientes não relataram perda de olfato ou paladar e não houve queda significativa nos níveis de oxigênio com a nova variante.

Sua experiência até agora mostra que a variante está afetando pessoas com 40 anos ou menos. Quase metade dos pacientes com sintomas de Ômicron que ela tratou não foram vacinados.

“A queixa clínica mais predominante é o cansaço intenso por um ou dois dias”, afirmou ela, também citando dor de cabeça e dores no corpo.

A notícia da nova variante que emergiu da África do Sul provocou uma reação rápida de vários países, incluindo o Reino Unido, que na sexta-feira impôs uma proibição de viagens a vários países do sul da África com efeito imediato, uma decisão que a África do Sul contestou veementemente.

Desde sexta, muitos países também proibiram as viagens aéreas de e para a África do Sul, incluindo os Estados Unidos, outros países europeus e alguns países asiáticos.

 

- Brasil receberá 48 voos de países que já registram variante ômicron

Há 48 voos de passageiros programados para aterrissar nos próximos meses no Brasil vindos de países que já registraram algum caso de paciente infectado com a nova variante do coronavírus, batizada ômicron.

O governo brasileiro vetou a entrada de voos de 6 países africanos (África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue). Foi na África que a cepa ômicron foi identificada 1º. Mas já há casos confirmados também na Ásia, Europa e Oceania, cujos países estão fora da lista de restrições brasileira.

Ao todo, estão programadas 123 decolagens e aterrissagens de voos de passageiros entre o Brasil e países com casos de infecção pela ômicron até outubro de 2022. O levantamento foi feito pelo Poder360 com dados da lista de registro de voos no Sistema de Registro de Operações da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Os países que já registraram a nova variante e que o Brasil tem voos de passageiros programados para os próximos 60 dias são:

  • Alemanha;
  • Itália; e
  • Reino Unido.

Além desses países, a nova variante também já foi encontrada em:

  • Botsuana;
  • África do Sul;
  • Hong Kong;
  • Israel;
  • República Tcheca;
  • Bélgica;
  • Austrália;
  • Dinamarca; e
  • Holanda.

Por enquanto, o governo proibiu apenas a entrada de viajantes vindos dos países da África. O Brasil não teve voos vindos desses países no mês de novembro.

Alguns integrantes da comunidade científica criticam a imposição de restriçõesa viajantes de países que tiveram casos da ômicron, alegando haver risco de discriminação. No Brasil, a medida foi definida pelo governo federal e recebeu o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A reação do governo ao surgimento da nova cepa foi alvo de reclamações do pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT).

A OMS defende uma reação “balanceada” à ômicron. “Precisa haver um equilíbrio na resposta”, disse a líder técnica da organização para covid-19, Maria Van Kerkhove, ao Financial Times.

Segundo ela, os países com casos de infecção pela variante não devem ser penalizados. Mas, afirmou Van Kerkhove, as nações devem aumentar a vigilância para a ômicron e outras variantes além da capacidade de testes e fazer um “sequenciamento inteligente, mais representativo geograficamente, cobrindo mais países”.

Até o momento, o que se sabe sobre a nova variante é que ela é distinta geneticamente das anteriores e que a cepa tem um grande número de mutações –mais de 30– na proteína spike, parte do vírus que é utilizada como referência pelas vacinas para estimular o sistema imunológico. Ainda não há confirmação se as vacinas disponíveis no mercado são eficazes contra a ômicron.

Fonte: CNN Brasil - Poder360