Política

João Doria ganha prévias e é o candidato à Presidência da República pelo PSDB





O governador de SP disputava o posto com Eduardo Leite e Arthur Virgílio Neto

As prévias do PSDB finalmente ganharam um desfecho neste sábado (27/11). O governador de São Paulo, João Doria, é o candidato à presidência da República pelo partido. Ao todo, mais de 29 mil filiados registraram os votos. João Doria venceu com 53,99% dos votos, enquanto o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ficou com 44,66%. O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio conquistou 1,35%

Ao anunciar o resultado, o presidente do partido, Bruno Araújo, apontou que as prévias foram uma amostra da democracia e que a sigla continuará realizando processos semelhantes para os governos de todos os estados. “Chegaram a tentar nos calar. Talvez aqueles que têm dificuldades com a democracia, mas chegamos aqui. O PSDB sai mais forte desde quando tudo começou em abril. O PSDB não é omisso e inova com o maior processo da democracia. Hoje não saímos só com um candidato à presidência, mas com uma amostra que é possível fazer a democracia. O não vencedor é tão preparado para liderar o país quanto o vencedor e os três são importantes na unidade quanto o vencedor”, disse.

O ex-senador Arthur Virgílio, um dos candidatos das prévias, afirmou que viu a polarização entre os dois candidatos e que agora é preciso romper os laços com o bolsonarismo. Para ele, inclusive, alguns parlamentares votam contra a decisão da Executiva Nacional do partido.

De acordo com o presidente do partido, Bruno Araújo, o adiamento também permitiu que tucanos mais antigos PSDB registrassem seus votos, pois não conseguiram fazê-lo na semana passada. O líder da legenda citou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a senadora Mafra Gabrilli e o ex-governador de São Paulo José Serra.

Ataques hackers

As prévias, que deveriam ter terminado na semana passada, sofreram inúmeros ataques hackers. Só neste sábado, da meia noite às 16h50, o aplicativo das prévias do PSDB registrou cerca de 26 milhões ataques hackers. A sigla ainda precisou contratar uma nova empresa para dar o fim para o pleito, a BeeVoter.

De acordo com Bruno Araújo, a maioria das tentativas de invasão vieram de fora do país. "Tem elementos técnicos que podem ser melhor respeitados, mas no ponto de vista leigo, a informação que eu tenho, é que todos são tentativas do exterior. Porque o Brasil, pelo que estou entendendo, tem uma legislação física e eles acabam usando de países onde esse tipo de crime é menos proibido", explicou.

Apenas dois filiados votaram de fora do país. Os acessos foram realizados em Portugal e na Califórnia.

 

Confira outras notícias:

- Mandetta diz que, se não for candidato, atuará em prol de nome para 2022

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, um dos nomes alçados a pré-candidato à presidência da República em 2022, disse nesta sexta-feira (26) ao Congresso em Foco que buscará trabalhar na convergência de um único nome competitivo para as eleições do ano que vem – mesmo que isso implique em abrir mão de uma candidatura própria.

“Para isso [a união em torno de um nome], eu me disponho a ser candidato, a compor a chapa, a ser candidato no meu estado para fazer palanque”, disse Mandetta, por telefone. “Ou a não ser nada: posso entregar santinho na rua, não tem problema nenhum.”

O político, hoje filiado ao Democratas, diz que as discussões em torno de um nome pelo União Brasil começaram nesta semana, ressuscitando análises feitas internamente por sua legenda no início do ano. “A primeira conversa que a gente teve sobre nacional foi na terça-feira, pois decidimos esperar as prévias do PSDB que foram no domingo “, disse Bivar sobre a reunião de cúpula do União Brasil, que teria sido com um número reduzido de pessoas, mas envolvendo nomes como o presidente do Democratas, ACM Neto, do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE).

 

Ao tratar das possibilidades de outras candidaturas em 2022, Mandetta  voltou a tratar com deferência a possibilidade do ex-ministro da Justiça Sergio Moro(Podemos) concorrer ao cargo. “Eu acho que o Moro é uma entrada forte dentro desse modelo. Eu acho que tem que dialogar, tem que conversar e entender”, disse o ex-ministro da Saúde. “Eu conduzi [a discussão] da seguinte maneira: quem quer ser apoiado tem que predispor a dar apoio, é condição de sentar à mesa. Se fragmentar não é o correto. ”

Desde o final da reunião, no entanto, versões conflitantes jogaram sob incerteza possíveis planos para uma candidatura de Mandetta em 2022. Após rumores indicarem que ele desistira da chapa presidencial e poderia se candidatar ao Senado pelo Rio de Janeiro, o ministro chegou a ir às redes sociais para dizer que “médico não abandona paciente”, mas disse que pode tanto ser candidato como apoiar outro candidato.

Já na sexta-feira Luciano Bivar indicou que o União Brasil, quando tiver sua fusão aceita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), terá uma candidatura própria. O cacique eleitoral, no entanto, evitou indicar o nome de Mandetta porque “ele [Mandetta] estaria em dúvida“.

Fonte: Correio Braziliense - Congresso em Foco