Cotidiano

União Europeia autoriza entrada de turistas vacinados com CoronaVac





A União Europeia (UE) vai permitir a entrada de viajantes vacinados contra a covid-19 com a CoronaVac, vacina do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac. A decisão, divulgada nesta quinta-feira (25) em comunicado da Comissão Europeia que inclui 27 países, passa a valer em 10 de janeiro de 2022.  Assim, os países europeus passam a focar no status de saúde do viajante e não mais no seu país de origem. 

A recomendação é de que os turistas tenham concluído a série de vacinação (primeira e segunda doses) há menos de nove meses da data da viagem ou recebido uma dose adicional. Será necessária a apresentação de teste de PCR negativo antes da viagem.

O comunicado autoriza ainda o ingresso de pessoas que tiveram a doença e se recuperaram. Os países terão liberdade, entretanto, para aceitar ou não a entrada de viajantes nessas condições.

Crianças e adolescentes entre os seis e 17 anos ainda não vacinados poderão viajar para a União Europeia com um teste PCR negativo feito antes da partida. Os países do bloco podem ainda exigir testes adicionais após a chegada, quarentena ou autoisolamento. Crianças menores de 6 anos estão liberadas dessas exigências.

A CoronaVac teve seu uso emergencial aprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1º de junho deste ano.

 

- Bélgica detecta 1º caso de nova variante do coronavírus na Europa

A Bélgica detectou, nesta sexta-feira (26), o primeiro caso confirmado na Europa da nova variante do coronavírus e, ao mesmo tempo, anunciou medidas restritivas destinadas a conter uma quarta onda de infecções que se espalha rapidamente.

O ministro da Saúde da Bélgica, Frank Vandenbroucke, disse, em entrevista coletiva, que um caso da variante B.1.1.529 foi encontrado em uma pessoa não vacinada, que desenvolveu sintomas e testou positivo em 22 de novembro.

"É uma variante suspeita. Não sabemos se é uma variante muito perigosa", afirmou.

A nova variante do coronavírus, detectada pela primeira vez na África do Sul, causou alarde global. A União Europeia (UE) e o Reino Unido estão endurecendo o controle sobre as fronteiras, enquanto pesquisadores buscam descobrir se a mutação é resistente à vacina.

O laboratório nacional de referência da Bélgica disse que a pessoa infectada era uma jovem adulta, que desenvolveu sintomas 11 dias após retornar de uma viagem ao Egito pela Turquia. Ela tinha sintomas semelhantes aos da gripe, mas nenhum sinal de doença grave até o momento.

Nenhum dos membros de sua casa desenvolveu sintomas, mas estão sendo testados.

A nova variante surge em um momento em que a Bélgica e muitos outros países europeus lutam contra um aumento nas infecções por coronavírus.

O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, anunciou que as casas noturnas serão fechadas, e bares e restaurantes deverão encerrar às 23h por três semanas a partir deste sábado, e ter no máximo seis pessoas por mesa.

A pressão sobre o serviço de saúde está aumentando, disse De Croo em entrevista, acrescentando: "Se não tivéssemos uma taxa de vacinação tão alta hoje, estaríamos em uma situação absolutamente drástica".

Segundo as novas regras, festas e reuniões privadas também estão proibidas, a menos que sejam para casamentos ou funerais, e os belgas terão que fazer compras sozinhos.

Os ministros da Saúde do país se reunirão amanhã para discutir a aceleração da distribuição de doses de reforço da vacina.

 

- Com variante do coronavírus, Europa e Ásia reforçam fronteiras

Cientistas examinam se a mutação é resistente a vacinas

Autoridades globais reagiram com alarme nesta sexta-feira (26) a uma nova variante do novo coronavírus detectada na África do Sul. A União Europeia (UE), o Reino Unido e a Índia estão entre os que anunciam controles de fronteira mais rigorosos, enquanto cientistas tentam determinar se a mutação é resistente a vacinas.

O Reino Unido proibiu voos da África do Sul e de países vizinhos e pediu que os viajantes britânicos que voltam desses locais entrem em quarentena. A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a UE também pretende deter o tráfego aéreo da região.

Cientistas estudam a variante identificada nesta semana, mas a notícia derrubou os mercados de ações e o petróleo em meio aos temores do que proibições de viagens fariam às economias já abaladas do sul africano.

A variante tem uma proteína de espigão que é dramaticamente diferente daquela do coronavírus original, no qual as vacinas contra covid-19 se baseiam, disse a Agência de Segurança da Saúde britânica, o que aumenta o receio de como as vacinas atuais, bem-sucedidas contra a mais familiar variante Delta, sersairão.

"Como os cientistas descrevem, esta é a variante mais significativa que encontraram até hoje", disse o secretário dos Transportes britânico, Grant Shapps, ao canal Sky News.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) realiza hoje uma reunião em Genebra. Especialistas debaterão o risco que a variante apresenta e se ela deveria ser designada como de interesse ou preocupante, disse o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier.

Quase 100 sequências da variante já foram relatadas, e uma análise inicial mostra que ela tem "um número grande de mutações" que exigem mais estudo, acrescentou Lindmeier.

Um epidemiologista afirmou que já pode ser tarde demais para endurecer as restrições de viagem.

"Acho que temos que admitir que muito provavelmente esse vírus já está em outros lugares. Então, se fecharmos a porta agora, provavelmente será tarde demais", disse Ben Cowling, da Universidade de Hong Kong.

A África do Sul conversará com autoridades britânicas para tentar convencê-las a reconsiderar a proibição, disse o Ministério das Relações Exteriores em Pretória.

A variante, batizada de B.1.1.529, também foi encontrada em Botsuana e Hong Kong, de acordo com a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido.

 

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- Campanha contra violência representa rostos de mulheres influentes

Fotomontagens são do artista italiano aleXsandro Palombo

She Reported Him Project

"Ela o denunciou, mas acabou por ser morta" é a mensagem que acompanha as fotomontagens do artista italiano aleXsandro Palombo. O autor pretende "denunciar, consciencializar e chamar a atenção” sobre a agressão às mulheres, criticando a falta de proteção real. As representações de Letizia Ortiz e de Kamala Harris com nódoas negras, ou o nariz em sangue de Ursula von der Leyen, correspondem a reflexões e alertas para a existência de vítimas de abusos em qualquer setor da sociedade.

São todas mulheres proeminentes da vida política e social internacional. Todas são representadas como vítimas de violência doméstica, espancadas, com rostos inchados, nódoas negras, lábios e nariz em sangue.

Para esta campanha internacional contra a violência, aleXsandro Palombo utilizou as imagens de: Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, Kate Middleton, duquesa de Cambridge, Kamala Harris, vice-presidente dos EUA, Marine Le Pen, líder do partido francês União Nacional de extrema direita, Anne Hidalgo, presidente da Câmara de Paris, Letizia Ortiz, rainha da Espanha. Trata-se do último trabalho do artista italiano que, além de chamar a atenção para o fato de os abusos serem transversais na sociedade, também critica as instituições e autoridades por darem uma falsa segurança às vítimas.

"Por que é que uma mulher deve denunciar a agressão se depois da denúncia ela não é protegida pelas instituições e acaba por ser morta? Como pode uma mulher vítima de abuso e violência ainda ter fé nas instituições? Vejo apenas a política a convidar mulheres a denunciar os casos, mas sem assumir a responsabilidade de dar proteção e apoio às vítimas. Um Estado que não protege e deixa as mulheres sozinhas nas mãos do agressor, torna-se cúmplice silencioso" disse aleXsandro Palombo, citado na publicação Il Giorno de Milano.

"São muitas as associações de voluntários que, com pouquíssimos meios, procuram apoiar as vítimas, mas cabe à política, às instituições e ao Estado assumir essa responsabilidade", acrescentou.

Em Paris, os pôsteres com o rosto da Anne Hidalgo coberto de hematomas e o nariz de Marine Le Pen cheio de sangue, em frente do Hôtel de Ville, desafiam e surpreendem as pessoas que passam.

Na Espanha, a exposição das fotomontagens é protagonizada pela rainha Letizia "maltratada".

A Plaza del Ayuntamiento de Los Alcázares, em Múrcia, é o local onde o artista italiano faz o lançamento global da última campanha, que marca o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.

"AleXsandro Palombo lembra-nos, com força e nitidez, a verdade nua e crua da violência sofrida pelas mulheres na Europa e no mundo", dizem os organizadores da exposição espanhola. Eles destacam que "os rostos a sangrar mostram, ao mesmo tempo, a urgência da situação para todas as mulheres, mas também para as mais "poderosas" que, como outras, podem morrer sob os golpes de um homem".

"A responsabilidade recai sobre nós", afirma a historiadora francesa Christelle Taraud, especialista em história da mulher, género e sexualidade e professora na Universidade de Columbia, em Nova York. Citada no El Periodico de Aragon, Taraud diz que o trabalho de aleXsandro Palombo é também "um apelo à resistência e à luta, bem como uma forma de relembrar aquelas mulheres que dispõem de meios políticos para tornar o sistema eficaz.

A campanha internacional começou nesta semana com inúmeros pôsteres colocados nas ruas de várias cidades europeias, acompanhados do texto: "Ela o denunciou. Mas ninguém acreditou nela . Mas ela foi deixada sozinha. Mas ela não foi protegida. Mas ele não foi preso. Mas ela foi morta de qualquer maneira”.

Fonte: Agência Brasil