Política

'Não faremos aventura na economia', diz Bolsonaro ao lado de Guedes





Ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente Jair Bolsonarofalou hoje sobre a crise aberta no mercado por causa do lançamento do Auxílio Brasil de R$ 400 fora do teto de gastos. Bolsonaro disse confiar absolutamente em Guedes na pasta. "Eu tenho confiança absoluta nele. Ele entende as aflições que o governo passa", disse.

"Esse valor decidido por nós tem responsabilidade. Não faremos nenhuma aventura, não queremos colocar em risco nada no tocante à economia", disse Bolsonaro. "Nós vamos reduzir o ritmo do ajuste. Que seja um déficit de 1% [do PIB], não faz mal. Preferimos tirar oito no fiscal e atender os mais frágeis. O arcabouço fiscal continua. Eu seguro isso."

"Não queremos tomar nenhuma medida que afete a economia. O valor que chegamos [de R$ 400] para o benefício foi negociado dentro do governo. Vamos ter mais aumento nos preços dos combustíveis. Não vai ter congelamento. Então decidimos ajudar os caminhoneiros. Essa ajuda vai custar R$ 4 bilhões por ano", afirmou Bolsonaro.

Além do auxílio a caminhoneiros, Bolsonaro confirmou o valor de R$ 400 para todos os que serão atendidos pelo Auxílio Brasil. Segundo o presidente, o valor médio até então oferecido pelo Bolsa Família, de cerca de R$ 190, é insuficiente para os mais necessitados. Por isso, após meses de estudo, o governo chegou à proposta de oferecer R$ 400 em média de auxílio até dezembro de 2022. "Esse valor decidido por nós tem responsabilidade. Não faremos nenhuma aventura, não queremos colocar em risco nada no tocante à economia", disse Bolsonaro.

Para garantir essa ampliação do auxílio, o governo propôs uma modificação na PEC dos Precatórios, aprovada em comissão especial da Câmara na véspera. A mudança em questão altera janela de correção do teto de gastos pelo IPCA, para abrir um espaço para novos gastos de 83 bilhões de reais no Orçamento do ano que vem.

A medida gerou forte reação do mercado na quinta-feira e momentos de tensão quando o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, bem como seus adjuntos, encaminharam seus pedidos de exoneração dos cargos.

Fala de Bolsonaro alivia mercados; Ibovespa e dólar rondam estabilidade

Secretários resolveram deixar seus cargos depois da decisão do governo de romper o teto de gastos para acomodar o Auxílio Brasil

Ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acalmou o mercado na tarde desta sexta-feira (22) ao dizer que nenhuma aventura será feita em relação ao Auxílio Brasil.

O Ibovespa, que chegou a cair 4% mais cedo, passou a operar perto da estabilidade por volta das 15h50. O principal índice da bolsa caia 0,36%, a 107.345,98 pontos. O dólar, que começou o dia acima de R$ 5,70, operava com leve queda de 0,06%, cotado a R$ 5,6544 na venda.

O discurso veio para acalmar os ânimos dos investidores, preocupados com a “debandada” no Ministério da Economia, anunciada na véspera.

O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram demissão, junto com a secretária especial adjunta do Tesouro , Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo.

Os secretários resolveram deixar seus cargos depois da decisão do governo de romper o teto de gastos para acomodar o Auxílio Brasil.

A gota d´água teria sido o silêncio do ministério da Economia, Paulo Guedes, após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prometer um auxílio para caminhoneiros contra o aumento do diesel, e da mudança no teto de gastos.

As manobras para furar o teto vieram dentro da PEC dos Precatórios, aprovada ontem à noite pela comissão especial da Câmara.

A ideia original da PEC era jogar R$ 50 bilhões em precatórios para frente, mas o texto aprovado ontem garante um espaço ainda maior, de R$ 83 bilhões para bancar “pacote de bondades” que ajude a reeleição de Bolsonaro.

- Ex-ministro Esteves Colnago assumirá Secretaria de Tesouro e Orçamento

O ex-ministro do Planejamento Esteves Colnago assumirá o comando da Secretaria Especial de Tesouro e Orçamento da pasta.

A nomeação foi confirmada há pouco pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em declaração conjunta ao lado do presidente Jair Bolsonaro.

Colnago substituirá Bruno Funchal, que pediu exoneração ontem (21) alegando motivos pessoais.

O ministério recorreu a soluções internas para reorganizar a equipe econômica.

Assessor especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia, Colnago foi ministro do Planejamento entre abril e dezembro de 2018, no final do governo Michel Temer. De maio de 2016 a abril de 2018, foi secretário-executivo do Planejamento, durante a gestão do ex-ministro Dyogo Oliveira.

- Presidente participa da comemoração do Dia do Aviador e da FAB

O evento ocorreu na Base Aérea de Brasília

O presidente Jair Bolsonaro participou hoje (22) das comemorações do Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira (FAB), celebrados em 23 de outubro. O evento, na Base Aérea de Brasília, marca o primeiro voo do 14 Bis, realizado pelo brasileiro Alberto Santos Dumont.

O voo do aparelho mais pesado do que o ar ocorreu em 1906, no Campo de Bagatelle, em Paris. O 14 Bis percorreu 60 metros em 7 segundos, voando a 2 metros do solo perante mais de mil espectadores e a Comissão Oficial do Aeroclube da França, instituição de reconhecimento internacional autorizada a homologar descobertas aeronáuticas marcantes.

Durante o evento também foi realizada a imposição da Ordem de Mérito Aeronáutico, a mais importante condecoração da FAB. A medalha é concedida a organizações e personalidades civis e militares, brasileiras ou estrangeiras, por terem se destacado no exercício da sua profissão ou em reconhecimento aos serviços prestados ao país.

Foram agraciados, nesta sexta-feira, os ministros Anderson Torres, da Justiça e Segurança Pública, Milton Ribeiro, da Educação, e Wagner Rosário, da Controladoria-Geral da União, além de parlamentares, autoridades militares e embaixadores.

 

Fonte: UOL - CNN Brasil - Agência Brasil