Cotidiano

China desmente teste de míssil hipersônico





País diz que testou, em julho, veículo espacial e não míssil

A China testou um veículo espacial em julho, não um míssil hipersônico com capacidades nucleares como relatado pelo Financial Times, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês nesta segunda-feira (18).

Citando cinco pessoas familiarizadas com o assunto, o Financial Times afirmou no sábado (16) que a China testou um míssil hipersônico com capacidade nuclear que voou para o espaço, andando ao redor do globo antes de cair em direção ao seu alvo e não atingi-lo. O jornal disse que o fato "pegou a inteligência dos Estados Unidos (EUA) de surpresa".

"Não foi um míssil, foi um veículo espacial", disse o porta-voz do ministério, Zhao Lijian, sobre a reportagem, acrescentando ter sido um "teste de rotina" com o propósito de testar tecnologia para reusar o veículo.

A importância de um teste de reúso é que ele pode "fornecer um método barato e conveniente para humanos viajarem pacificamente de e para o espaço", disse Zhao, acrescentando que muitas empresas realizaram testes similares.

O Ministério das Relações Exteriores chinês disse que o teste ocorreu em julho, não em agosto, como relatou o Financial Times.

Os EUA acompanham de perto o programa chinês de modernização militar para avaliar os possíveis riscos impostos por um competidor cada vez mais assertivo.

Confira outras notícias:

- Morre o general Colin Powell

Ex-secretário de Estado dos EUA Colin Powell saúda plateia antes de participar de evento em Washington em 2015

O general Colin Powell , primeiro secretário de Estado afro-americano dos Estados Unidos (EUA), morreu hoje (18), aos 84 anos, vítima de complicações da covid-19, informou a família em sua página no Facebook.

"Ele estava totalmente vacinado. Queremos agradecer à equipe médica do Walter Reed National Medical Center pelo tratamento cuidadoso. Perdemos um notável e amoroso marido, pai, avô e um grande americano", disse a família de Powell no comunicado.

Como general quatro estrelas do Exército, ele foi chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas no governo do presidente George H.W. Bush durante a Guerra do Golfo de 1991, quando as forças lideradas pelos EUA expulsaram as tropas iraquianas do vizinho Kuwait.

Powell, que era um republicano moderado e pragmático, atuou mais tarde como secretário de Estado do presidente George W. Bush.

- Ao menos cinco estados registraram falta de energia no fim de semana

No Mato Grosso do Sul, por exemplo, uma tempestade de areia fez com que o dia virasse noite

Ao menos cinco estados brasileiros enfrentaram falta de energia durante o fim de semana por conta de fenômenos climáticos.

No Mato Grosso do Sul, uma tempestade de areia fez com que o dia virasse noite. O aeroporto de Campo Grande chegou a registrar rajadas de vento de 94 km/h, segundo a MetSul Meteorologia.

Um vendaval no Paraná fez com que a Copel, fornecedora de energia elétrica, recebesse mais de 17 mil ocorrências em todo o estado. Desde a manhã da última quinta-feira (14), ao menos 63,8 mil domicílios de todo o estado tiveram o fornecimento de energia restabelecido.

Chuvas intensas também afetaram o estado de Minas Gerais.

Segundo comunicado da Defesa Civil do estado neste domingo (17), as 13 cidades afetadas (Cachoeira Dourada, Campina Verde, Capinópolis, Carneirinho, Gurinhatã, Ipiaçu, Itapagipe, Ituiutaba, Iturama, Limeira do Oeste, Santa Vitória, São Francisco de Sales e União de Minas) já tiveram a energia restabelecida.

No Mato Grosso, a Energisa, fornecedora de energia, entrou em estado contingência — quando há a necessidade de um reforço de pessoal — por conta das chuvas intensas no estado.

No Piauí, chuvas intensas também afetaram o fornecimento de energia elétrica. A Equatorial, fornecedora de energia do estado, informou que estava trabalhando para restabelecer o fornecimento nas áreas afetadas.

- Novos casos de ebola são detectados no Congo

Segundo a OMS, cinco casos foram diagnosticados em dez dias

Vacinação contra ebola na República Democrática do Congo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta segunda-feira (18) que foram detectados três novos casos de ebola na República Democrática Oriental do Congo. Já são cinco os casos identificados em apenas dez dias.

Para as autoridades de saúde, o surto está relacionado ao de 2018-20, que matou mais de 2.200 pessoas e infectou mais de 3 mil.

Os casos mais recentes foram detectados no distrito sanitário de Butsili, perto da cidade de Beni, onde ocorreu o último surto, informou a OMS em nota.

Do cinco casos confirmados até agora, três pessoas morreram.

De acordo com a OMS, após grandes surtos podem ocorrer outros, causados ​​por infecções latentes que permanecem no sêmen dos sobreviventes. 

Em fevereiro deste ano, foi detectado um aumento de casos, controlado em maio. Nesse período, seis pessoas morreram.

No país, as vacinas têm mostrado impacto significativo no controle do ebola. Na semana passada, os médicos começaram a vacinar os contatos das pessoas que estavam infectadas, usando um imunizante da Merck, uma das duas vacinas contra disponíveis contra o ebola. A outra é fabricada pela Johnson & Johnson.

- Internet é principal meio de informação para 43%; TV é mais usada por 40%

A internet e a televisão são os veículos mais utilizados pelos brasileiros para se informar, mostra pesquisa PoderData realizada de 11 a 13 de outubro de 2021. Segundo o levantamento, são 43% os que se informam primariamente pela web –22% por redes sociais e 21% por sites e portais. Já a televisão é a mais frequente de 40% das pessoas para buscar informação.

O rádio é a escolha de 7%, enquanto 8% disseram preferir outros meios. Outros 2% preferiram não responder.

A pesquisa foi realizada por meio de ligações para telefones celulares e fixos. Foram 2.500 entrevistas em 469 municípios, nas 27 unidades da Federação, de 11 a 13 de outubro de 2021.

Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas.

Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.

As redes sociais são a fonte de informação mais frequente para 35% dos jovens de 16 a 24 anos. Entre os de 65 anos ou mais, a TV é a preferida de 65%. As redes sobem na região Norte (43%).

Em relação à escolaridade, há uma divisão clara: os que estudaram até o ensino fundamental tendem à TV (59%), os que fizeram até o ensino médio, às redes sociais (35%) e os cursaram o ensino superior, sites e portais na internet (51%).

Meio de comunicação X avaliação de Bolsonaro

A pesquisa PoderData cruzou as informações sobre a avaliação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com a resposta dos entrevistados sobre os meios de comunicação que usam para se informar.

Entre aqueles que avaliam Bolsonaro como “regular” ou “ruim” ou “péssimo”, a principal fonte de informação é a TV, com 50% e 44% da preferência, respectivamente. Já entre os que acham o presidente “ótimo” ou “bom”, 35% se informam mais pelas redes sociais.

Por que EUA têm congestionamento recorde de navios de contêineres

 

Navios de contêiner esperando para descarregar no porto de Los Angeles

Reuters

Portos como o de Los Angeles têm visto filas de embarcações esperando para descarregar

 

Há semanas navios-contêineres fazem fila na costa Califórnia, nos Estados Unidos, para descarregar suas mercadorias. Em meio a um verdadeiro congestionamento das cadeias globais de suprimentos, alguns têm de esperar dias para aportar.

 

"Estamos enfrentando um aumento sem precedentes de chegadas de novas cargas nos portos de Long Beach e Los Angeles. É uma mistura de velhos desafios da cadeia de abastecimentos com grandes mudanças no comércio global por conta da pandemia", afirmou o prefeito da cidade californiana de Long Beach.

 

Imagens de satélite da região dos portos de Long Beach e Los Angeles mostram um formigueiro de grandes embarcações estacionadas, esperando para descarregar.

São navios porta-contêineres carregados mercadorias — quase tudo o que se possa imaginar, de brinquedos a raquetes de tênis — vindas da Ásia pelo Oceano Pacífico até costa oeste dos EUA.

 

O Marine Traffic, site de rastreamento de navios, contabilizou mais de 50 navios porta-contêineres na costa de Long Beach e Los Angeles no último dia 13 de outubro, depois de engarrafamentos recordes em setembro.

 

Os dois portos são a principal referência para a carga que vem da China. Assim, uma vez que um congestionamento começa, a probabilidade de ele piorar com rapidez é alta, diz Janet Porter, presidente do Conselho Editorial da Lloyd's List, publicação sobre o setor marítimo.

 

"Todo o ciclo de embarque ficou mais lento. Alguns navios ficam esperando dias, até mesmo algumas semanas, para descarregar."

 

Nos primeiros oito meses de 2021, o volume de carga enviada da Ásia para os EUA aumentou cerca de 25% em comparação com o mesmo período de 2019, antes da pandemia de covid-19, conforme os dados do Container Trades Statistics. O cenário foi diferente, por exemplo, na Europa, em que os números permaneceram praticamente inalterados entre os dois períodos. 

 

Na costa leste dos EUA, também há filas de navios no porto de Savannah, na Geórgia. Agosto foi o segundo mês mais movimentado na região de que se tem registro. 

 

 

 

Motivos

 

 

 

A chamada crise dos contêineres tem diferentes aspectos. Cerca de dois meses atrás, o epicentro era a própria China, que decidiu fechar alguns de seus mais movimentados portos de contêineres no esforço para evitar a disseminação da covid-19, diagnosticada em alguns funcionários. Esse gargalo fez disparar o custo de frete marítimo e provocou uma escassez global de produtos.

 

Imagem de satélite mostra navios enfileirados perto dos portos de Los Angeles e Long Beach

Getty Images

Navios enfileirados perto dos portos de Los Angeles e Long Beach

 

Parte do congestionamento de navios-contêineres nos EUA se deve ao aumento da demanda por parte dos americanos, que muitas vezes têm preferido gastar comprando pela internet do que para sair de férias ou jantar fora.

 

A demanda de bens de consumo, de forma geral, cresceu 22% em relação aos níveis pré-pandêmicos (comparando-se agosto de 2021 com fevereiro de 2020).

 

A consultoria Capital Economics chama atenção para o aumento expressivo nas importações de brinquedos, jogos e artigos esportivos (de até 74%) e de eletrodomésticos (até 49%).

 

"Neste momento, muitos transportadores marítimos estão com seus contêineres cheios de mercadorias temáticas. São bilhões de dólares em artigos para o Halloween e muitos bilhões de dólares em decorações natalinas, como árvores e luzes de Natal", acrescenta o professor Christopher Tang, da Universidade da Califórnia em Los Angeles.

 

O próprio esforço do país para recuperar a economia também contribui para pressionar a demanda, diz ele.

 

À medida que as empresas incentivam seus funcionários a retomar o trabalho presencial, aumenta a procura por equipamentos de escritório, como computadores e impressoras - muitos dos quais hoje presos em vários contêineres vindos da Ásia.

 

E há ainda os equipamentos novos que serão usados dentro das estratégias para evitar a contaminação pelo coronavírus dentro do ambiente do escritório.

 

"Muitos filtros de ar e equipamentos de ventilação também estão nesses contêineres esperando para serem descarregados", completa Tang.

 

Quando a carga finalmente chega ao porto, contudo, o problema não acaba.

 

Como destaca Gary Hufbauer, membro sênior do Peterson Institute for International Economics, hoje há um déficit de trabalhadores portuários qualificados, motoristas de caminhão e tripulação ferroviária para garantir que a mercadoria seja distribuída de forma eficiente nos EUA.

 

"Isso é reflexo em grande parte da variante Delta, mas também da aposentadoria de muitos trabalhadores, principalmente entre os motoristas de caminhão."

 

 

 

Era possível ter evitado o problema?

 

 

 

"Acho que ninguém previu esse aumento expressivo na demanda — especialmente depois que os navios tiveram de 'ficar de molho' por conta da pandemia", opina Porter.

 

A imagem dos engarrafamentos de navios na costa da Califórnia levantou um debate mais amplo sobre a situação das cadeias de abastecimento no país. Há algum tempo existe uma demanda por parte do setor para que a infraestrutura seja modernizada.

 

Especialistas afirmam que parte dos problemas de capacidade logística nos portos norte-americanos de fato existiam antes da pandemia.

 

"Isso reflete anos de investimento inadequado. A capacidade de um porto não se deteriora tão rapidamente, mas havia provavelmente menos de 5% de margem de capacidade ociosa [antes da pandemia]", pontua Hufbauer.

 

Em manifestação sobre o assunto, o chefe de gabinete da Casa Branca declarou que o governo Biden estaria lidando com a "bagunça da cadeia de suprimentos" que herdou de gestões anteriores.

 

Uma força-tarefa da Casa Branca foi criada para tentar aliviar os gargalos. Entre as iniciativas está a ampliação do horário de funcionamento do porto de Los Angeles, uma tentativa de amenizar os congestionamentos.

 

Fonte: Agência Brasil com informações da RTP - Rádio e Televisão de Portugal e da Agência Reuters - CNN Brasil - Poder360 - BBC News Brasil