Política

Ministro da Saúde mostra o dedo médio para manifestantes anti-Bolsonaro em NY





Saída de comitiva do presidente de recepção em Nova York tem princípio de confusão; Bolsonaro fala nesta terça na ONU

A saída da comitiva de Jair Bolsonaro de uma recepção em Nova York teve um princípio de confusão com manifestantes contrários ao presidente.

Um grupo de cerca de dez pessoas gritava palavras de ordem contra o mandatário, como “genocida” e “assassino”, em frente à residência da missão brasileira junto à ONU (Organização das Nações Unidas), no Upper East Side. Bolsonaro jantou no local e já tinha presenciado o protesto ao chegar à recepção —ele fez um sinal de "menos" com as mãos para o grupo.

Ao lado dos manifestantes estava um caminhão com um telão que havia circulado o dia todo pelas ruas de Nova York exibindo mensagens como “Bolsonaro is burning the Amazon” (Bolsonaro está queimando a Amazônia, em inglês). O veículo rondou os quarteirões vizinhos ao prédio onde o presidente estava durante o jantar.

Ao sair do local, Bolsonaro interrompeu sua comitiva e começou a gravar um vídeo, com a ajuda de um auxiliar, mostrando os ativistas ao fundo e apontando para eles, o que irritou o grupo.

Depois de alguns minutos, o mandatário entrou em seu carro para ir embora, protegido pela escolta. Enquanto os veículos partiam, um caminhão dirigido pelos manifestantes tentou se colocar no meio da comitiva e travar a saída de uma van que levava convidados do presidente.

Lá fora

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Seguranças que monitoravam o deslocamento, na calçada, intervieram para permitir a saída das vans restantes.

Alguns dos convidados de Bolsonaro responderam aos manifestantes antes de entrar nos veículos, fazendo gestos com as mãos e batendo nos vidros enquanto um dos automóveis ia embora. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de dentro de uma van, chegou a se levantar do assento e mostrar o dedo do meio para os manifestantes, que responderam com gritos e fazendo o mesmo gesto.

Uma das participantes do protesto que filmou o gesto obsceno de Queiroga, Leticia Graça, afirmou: "É um retrato do que esse governo é e de como é a sua gestão. Um ministro da Saúde que dá o dedo a uma manifestação pacífica não leva sua população a sério. Para eles, quase 600 mil mortes pela Covid é uma grande brincadeira".

O presidente não falou com a imprensa. Depois da confusão, os manifestantes deixaram o local. Eles prometeram estar desde as 6h30 (horário local; 7h30 do Brasil) desta terça (21) nos acessos ao prédio da ONU para novos protestos.

Bolsonaro fará o discurso de abertura da Assembleia-Geral, logo após as 10h (de Brasília).

Pouco depois da confusão, ele publicou no Facebook o vídeo que gravou na saída do jantar, com o título "meia dúzia de acéfalos protesta contra Jair Bolsonaro para delírio de parte da imprensa brasileira".

O mandatário mostra a cena e narra que os manifestantes faziam um "escarcéu" e estavam "fora de si". "Esse bando nem sabe o que está falando ali. Deviam estar num país socialista, não aqui nos EUA", afirma. Ele depois conversa com um apoiador e uma terceira pessoa, não identificada, diz que havia mais repórteres do que manifestantes.

Também nesta segunda, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, foi hostilizado em uma loja da Apple em Nova York. Em um vídeo divulgado pelo jornalista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, Eduardo ouve gritos de "Fora, Bolsonaro" e "vergonha" de um frequentador da loja. O deputado apenas se retira da loja fazendo um sinal de positivo.

A intervenção com os caminhões foi elaborada por um grupo de ativistas brasileiros e americanos e financiada por organizações não governamentais ligadas ao meio ambiente e à defesa da democracia no Brasil.

A ação é capitaneada pelas organizações Amazon Watch e US Network for Democracy in Brazil (Rede dos Estados Unidos pela Democracia no Brasil), que estimam terem gasto US$ 1.800 (cerca de R$ 9.500) por dia de intervenção. Outras organizações envolvidas na iniciativa preferiram o anonimato para evitar retaliações do governo brasileiro.

Os veículos circularam nesta segunda e repetirão a dose na terça.

Com telão em caminhão, Bolsonaro enfrenta novos protestos em Nova York

Vídeo que circula nas redes sociais mostra manifestantes com um "telão móvel" e palavras de ordem contra o presidente brasileiro

passagem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por Nova York — nos Estados Unidos — para a abertura da 76ª Assembleia Geral das Nações Unidassegue registrando protestos. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o presidente observando um caminhão com um telão instalado e manifestantes que declaram palavras de ordem contra ele.

Bolsonaro chegou no começo da noite à residência da Missão do Brasil junto às Nações Unidas, onde foi recebido pelo representante do Brasil junto à ONU, Ronaldo Costa Filho. Na entrada, o presidente ouviu um coro de “Fora, Bolsonaro” vindo de manifestantes. Bolsonaro parou, acenou ao grupo reunido, e depois entrou na casa.

No local estava o caminhão com três telões que apresentavam imagens e frases contra o presidente.

Importante lembrar que no último domingo (19/9), a ação de protestantes fez o presidente ter de entrar pelos fundos do Hotel Intercontinental Barclay (NY).

"Caminhão telão"

Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, a intervenção foi criada por um grupo de ativistas brasileiros e norte-americanos, e é capitaneada pelas organizações Amazon Watch e US Network for Democracy in Brazil (Rede dos Estados Unidos pela Democracia no Brasil, em tradução) — além de outras que preferiram o anonimato com receio de retaliações do governo brasileiro.

Em formato de vídeos, os telões do veículos circulam por Nova York desde o último domingo (19/9) e devem seguir até a saída de Bolsonaro da cidade.

"Sabemos que Bolsonaro veio a Nova York para mentir que seu governo está protegendo a Amazônia e, portanto, nós temos o dever de denunciá-lo", afirmou Christian Poirier, diretor de programas da Amazon Watch ao jornal paulista.

Eduardo Bolsonaro é vaiado em loja em Nova York: “Vergonha para o Brasil”

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi hostilizado por pessoas contrárias ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em uma loja de eletrônicos na 5ª Avenida, uma das vias mais famosas da cidade de Nova York (EUA).

Eduardo está nos Estados Unidos com a comitiva do presidente, que participará da 76ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).

Um vídeo da confusão viralizou nas redes sociais nesta 2ª feira (20.set.2021). Em certo momento, entre gritos de “fora Bolsonaro”, o autor da gravação diz que o congressista é uma “vergonha para o Brasil”. 

Viagem aos EUA

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) embarcou para Nova York na manhã do último domingo (19.set.2021), na Base Aérea de Brasília. Ele fará o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) na 3ª feira (21.set.2021).

Tradicionalmente, desde a 10ª Assembleia, em 1955, o Brasil é o 1º a discursar. Espera-se que o país aborde temas relacionados à crise sanitária e econômica causada pela pandemia de covid-19, à preservação da Amazônia, entre outros assuntos. Bolsonaro afirmou que aproveitará o evento para defender o marco temporal.

No grupo também estão o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e os seguintes ministros:

  • Eduardo Ramos (Secretaria Geral).
  • Carlos Alberto França (Relações Exteriores);
  • Paulo Guedes (Economia);
  • Joaquim Leite (Meio Ambiente);
  • Anderson Torres (Segurança Pública);
  • Gilson Machado (Turismo);
  • Marcelo Queiroga (Saúde).

Churrascaria improvisa ‘puxadinho’ para Bolsonaro em calçada de Nova York

A churrascaria brasileira Fogo de Chão, em Nova York, improvisou um puxadinho para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) almoçar. Por não estar imunizado contra a covid-19 e para driblar as restrições sanitárias, foram colocadas mesas na calçada, grades e um tapume para receber o presidente.

Participaram do almoço os ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, e do Meio Ambiente, Joaquim Leite, o chanceler Carlos França e o general Augusto Heleno, chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

Em entrevista à BBC, o gerente da churrascaria Francisco Kappa informou que Bolsonaro ficou no ambiente externo para atender às medidas para pessoas não vacinadas contra a covid-19. “Arrumamos tudo para ele poder vir almoçar com a gente nesse dia do gaúcho. Ele fez questão de sentar do lado de fora, até porque do lado de dentro a gente não deixaria, porque violaria a lei de Nova York”, disse.

Poder360 entrou em contato com o restaurante Fogo de Chão, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Essa é a 2ª vez que Bolsonaro passa por restrição em restaurantes de Nova York devido à falta de vacinação. Na noite de domingo (19.set.2021), o general Luiz Ramos, ministro da Secretaria Geral, publicou em seu perfil no Twitter uma foto do presidente e parte da comitiva comendo pizza do lado de fora de um restaurante. O caso gerou críticas de membros da oposição, que classificaram o episódio como vergonhoso.

Em pronunciamento, o prefeito de Nova York, Bil de Blasio, disse que se Bolsonaro não quer receber a vacina contra a covid-19, nem precisaria ir à cidade.

“Precisamos enviar uma mensagem a todos os líderes mundiais, principalmente Bolsonaro, do Brasil, que se você pretende vir aqui, você precisa estar vacinado. Se você não quer se vacinar, nem precisa vir”, disse.

Em encontro com o presidente nesta 2ª feira (20.set), o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, também se pronunciou sobre falta de imunização de Bolsonaro. Disse que o imunizante de Oxford/AstraZeneca é uma vacina boa e recomendou ao presidente.

Fonte: Folha - Poder360