Cotidiano

AP tem queda de casos, mas alcança maior taxa de mortes de jovens do país





Foram 251 homicídios de amapaenses na faixa entre 15 e 29 anos. Estudo do Ipea e FBSP analisou dados de 2019 e fez panorama da violência no país.

251 homicídios registrados em 2019 foram de pessoas na faixa de 15 a 29 anos — Foto: Ugor Feio/Arquivo G1

251 homicídios registrados em 2019 foram de pessoas na faixa de 15 a 29 anos — Foto: Ugor Feio/Arquivo G1 

Amapá saltou da terceira para a primeira posição do país no ranking dos estados mais letais para os jovens, alcançando a maior taxa do Brasil de homicídios na faixa entre 15 e 29 anos. Os dados referentes a 2019 foram divulgados nesta semana pelo Atlas da Violência. O indicador ficou em 101,8 assassinatos de jovens a cada grupo de 100 mil habitantes. 

Naquele ano, dos 361 homicídios registrados no Amapá, de acordo com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS), 251 foram de pessoas na faixa de 15 a 29 anos. 

Em valores percentuais, chegou a 69%, ou seja, de cada 10 homicídios ocorridos no Amapá, 7 foram de jovens. No ano anterior, em 2018, o indicador do estado já era alto e o estado ocupava a 3ª posição. 

O Atlas da Violência é elaborado em parceria entre o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e o Instituto de Econômica Aplicada (Ipea). 

Taxa de homicídios de jovens mostra Amapá na ponta — Foto: Atlas da Violência/Reprodução

Taxa de homicídios de jovens mostra Amapá na ponta — Foto: Atlas da Violência/Reprodução 

Apesar do Amapá subir para a primeira posição entre 2018 e 2019, houve queda nos homicídios de jovens entre os dois anos, tendência que se repetiu em todos os estados, com exceção do Amazonas. 

A taxa de mortalidade de jovens no Amapá caiu de 115,7 para os atuais 101,8 assassinatos a cada 100 habitantes. O indicador é foi o dobro da média nacional (45,8). 

"Os dados mostram mais uma vez que apesar da diminuição da letalidade juvenil no último ano, a tragédia da juventude perdida continua se apresentando como um problema endêmico do país. Ainda que com variações periódicas para mais ou para menos nas taxas de mortalidade juvenil, permanece um cenário constante e sem perspectiva de mudança a curto ou médio prazo, em que dezenas de milhares de jovens são vítimas de homicídios todo ano no país. São jovens que perdem sua vida e um país que perde seu futuro", avaliou o Atlas da Violência.
'Rentabilidade financeira' é atrativo para jovens ingressarem no crime — Foto: Jorge Abreu/Arquivo G1

'Rentabilidade financeira' é atrativo para jovens ingressarem no crime — Foto: Jorge Abreu/Arquivo G1 

Contando apenas jovens do sexo masculino, a taxa praticamente dobra, chegando a 195,1 mortes. Os homens de 15 a 29 anos são foram 96% das vítimas de assassinatos em 2018. 

No estado, nos últimos anos, as autoridades da segurança pública apontaram o aumento na violência, não só entre jovens, mas entre todas faixas etárias ao crescimento e consolidação de organizações criminosas, que disputam o tráfico de drogas e outros crimes. 

A "rentabilidade financeira" para ingresso em facções atrai jovens, principalmente de baixa renda, onde muitos deles são recrutados para execuções como forma de "prova de coragem". 

As autoridades destacam que a qualificação dos policiais, agentes, delegados e inteligência tem evitado a elevação maior nos assassinatos e facilitado a localização de criminosos, onde, muitas vezes, acontecem confrontos armados.

Fonte: G1 Amapá