Política

Gabinete paralelo e tratamento precoce voltarão ao radar da CPI





Após denúncias apresentadas pelo senador Humberto Costa (PT-PE), a CPI da Covid quer ouvir um representante da empresa Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, que já teve a convocação aprovada pela Comissão no dia três de agosto deve ter a oitiva marcada para as próximas semanas. Com isso, o chamado "gabinete paralelo", grupo de aconselhamento fora das diretrizes do Ministério da Saúde sobre a gestão da pandemia de covid-19  volta ao radar da CPI. 

O parlamentar expôs um processo que está sendo movido por um grupo de profissionais médicos ligados à empresa. De acordo com o senador Humberto, a organização coagiu os profissionais a adotarem as orientações do “tratamento precoce”. “Inclusive aqueles que, em algum momento, se recusaram a implementar essas medidas foram demitidos”, informou o parlamentar.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, e o senador Omar Aziz(PSD-AM),presidente da Comissão,  concordaram em agendar a oitiva. “Nós estamos na reta final, mas muita coisa ainda dá para ser feita, e evidentemente não é prudente nós deixarmos de ouvir, com a gravidade exposta, um representante da Prevent Senior”, disse Renan.

O senador Humberto Costa considera que o depoimento de Pedro Batista pode ajudar as investigações da CPI a enquadrar o Governo Federal no crime contra a humanidade e no crime de genocídio. 

"Para que se tenha uma ideia do crime que aconteceu lá, os profissionais de saúde foram proibidos de usar EPIs. Há, inclusive, uma determinação que aqui consta do processo da utilização de máscaras, porque o objetivo era exatamente disseminar o vírus, no ambiente hospitalar, para que, assim, pudesse ser feita uma pesquisa que constava da utilização de cloroquina, de azitromicina, de ivermectina com os pacientes", relatou Humberto Costa.

A pesquisa teve início no dia 6 de abril, sem a autorização do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), no dia 14 do mesmo mês o Conep liberou o estudo, porém seis dias depois o Cope proibiu a prática. 

“Uma das coisas que o hospital orientava era que os pacientes e os seus familiares não tivessem conhecimento de que essa experiência estava sendo feita, que não tivessem conhecimento de que estavam sendo administrados esses medicamentos. A informação que se tem é que isso foi um acerto entre a direção do hospital e o Governo Federal, contra aquelas orientações que havia do Ministério da Saúde, no período do ministro Mandetta. E o chamado gabinete paralelo estaria por trás dessa... Ele era o elo entre o Prevent Senior e o Governo Federal”, relatou Humberto Costa. 

Os senadores da CPI lembraram que quem aproximou o Governo Federal da Prevent Senior foi a médica Nise Yamaguchi, uma das principais defensoras do tratamento precoce que não tem eficácia contra a covid-19. Os parlamentares também rememoraram que a maior parte do público da Prevent Senior é de idosos. De acordo com Humberto Costa, a pesquisa teve o apoio de farmacêuticas que lucraram com o kit covid. “Foram 700 pessoas, até o dia 20 de abril, que foram tratadas dessa maneira”, disse.   

Fonte: Congresso em Foco 

 

CPI ganha na Justiça e derruba sigilo sobre a Covaxin determinado pelo governo

 

A CPI já ouviu diversos personagens envolvidos na negociação e suspeita que houve irregularidades e corrupção nas negociações da Covaxin

A justiça federal acatou pedido da CPI da Pandemia e derrubou sigilo de documentos que tratam sobre a compra da vacina Covaxin. O sigilo havia sido imposto pelo Ministério da Saúde. Os arquivos haviam sido enviados, em julho, à comissão, mas a pasta suspendeu, em 6 de agosto, o acesso aos documentos sob alegação de que o processo ainda estava em fase preparatória “podendo sua divulgação prejudicar o andamento”.

 

A decisão, à qual a CNN teve acesso, afirma que a União “não trouxe aos autos elementos concretos que esclarecessem a motivação do ato”. O juiz que assina a decisão deixa claro que há “evidente interesse público em se saber como se procedeu uma contratação que envolveu o empenho de vultosa quantidade de recursos públicos”.

 

O acesso às informações vai permitir que a CPI tenha condições de esclarecer dúvidas a respeito do contrato que se tornou uma das principais linhas de investigação da comissão. A  denúncia foi feita à CPI pelos irmãos Miranda, que relataram ter tido pressão atípica de integrantes do ministério para adquirir a vacina.

 

A CPI já ouviu diversos personagens envolvidos na negociação e suspeita que houve irregularidades e corrupção nas negociações do imunizante, adquirido por meio de uma empresa intermediadora. A vacina não teve registro aprovado pela Anvisa e nunca foi entregue ao Brasil. Após as denúncias, o contrato foi suspenso pelo governo e o processo de cancelamento está prestes a ser concluído.

 

Procurado, o Ministério da Saúde não se pronunciou a respeito da decisão.

Fonte: CNN Brasil