Política

Saúde condiciona 3ª dose ao avanço da 2ª: 'Cada coisa no seu tempo'





O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou hoje que a aplicação da 3ª dose da vacina contra covid-19 depende do avanço do PNI (Plano Nacional de Imunização), que prevê o esquema vacinal completo —com duas doses —para toda a população adulta.

É possível, provável, que haja necessidade de uma terceira dose, mas só vamos avançar quando houver a população vacinada com as duas doses. Cada coisa no seu tempo."Marcelo Queiroga, na Voz do Brasil

A fala de Queiroga contradiz a secretária especial da covid, Rosana Leite de Melo, que afirmou ao jornal Valor Econômico que o ministério tem doses suficientes para iniciar a aplicação da terceira dose da vacina contra covid-19 em idosos em setembro

Ao UOL, o ministro Queiroga ressaltou que a dose de reforço só será aplicada "quando avançar a campanha de vacinação" e que não há previsão para a terceira dose no próximo mês.

Já a assessoria do Ministério da Saúde informou que a previsão para setembro, relatada pela secretária Melo, existe, mas esclareceu que está condicionada à segunda dose.

Em entrevista à Voz do Brasil, o ministro Queiroga também afirmou que aguarda dados de uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde sobre a necessidade da dose de reforço. Ontem, ele disse que não há evidências científicas para aplicação de uma terceira dose.

"Nós encomendamos essas pesquisas para tomar a melhor decisão. Decisão baseada em evidência. E, como ainda temos que vacinar nossa população com a segunda dose, nós vamos tomar essa decisão no momento certo com a opinião dos ensaios clínicos que o Ministério da Saúde encomendou", afirmou Queiroga.

População adulta deve estar 100% vacinada até outubro, diz Queiroga

Adultos brasileiros deverão estar imunizados com 1ª dose até setembro

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o governo federal espera completar o ciclo vacinal de toda a população adulta do Brasil até o final de outubro.

A previsão acontece em decorrência da aceleração do Programa Nacional de Imunização (PNI) e da entrega antecipada de doses pelos institutos nacionais e por laboratórios internacionais. Queiroga afirmou que o governo “está tranquilo” em relação aos prazos e expectativas divulgados, e que as remessas de imunizantes continuarão em fluxo constante para os estados.

“Isso é fruto da estratégia de utilizar formas diversificadas para entrega das vacinas. Além de acordos de transferência de tecnologia, as encomendas a farmacêuticas internacionais. Isso faz com que tenhamos mais de 68 milhões de doses para serem distribuídas neste mês de agosto”, relatou.

Medidas em vigor

Segundo esclareceu Queiroga, não há qualquer mudança nas medidas sanitárias em vigor. O ministro afirmou que, à medida que a vacinação avança e as taxas de contágio e mortalidade caem, é possível flexibilizar os protocolos em vigor.

O ministro frisou, ainda, a importância de se completar o esquema vacinal com a segunda dose. “A imunização só está completa após a segunda dose”, relembrou.

Atrasos

A logística de distribuição de doses entre estados e municípios após as entregas feitas do governo federal - além da distribuição proporcional de doses em relação aos grupos prioritários de cada região - são os principais motivos pelos quais há atrasos nas entregas de vacina, explicou Queiroga. 

“Hoje, a distribuição é feita pelo critério de faixa etária. Estamos procurando corrigir essas pequenas distorções entre os estados para que a campanha continue de maneira homogênea”, esclareceu o ministro.

O ministro reforçou a importância das orientações do PNI para os municípios, que têm alterado a lógica de distribuição de doses estabelecida pela esfera federal. “Isso acarreta em dificuldades para oferecer as doses da forma que foi programada”, informou.

Anvisa discute com Pfizer estudos sobre aplicação da terceira dose

Agência avalia se nova dose da vacina contra covid-19 é necessária

FILE PHOTO: Vials of the Pfizer-BioNTech vaccine against COVID-19

Representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da farmacêutica Pfizer se reuniram para discutir o uso da terceira dose da vacina contra a covid-19, a chamada “dose de reforço”.

O encontro foi solicitado pela Agência para ter mais informações acerca das pesquisas realizadas pela empresa sobre a aplicação da terceira dose e efeitos na imunidade dos pacientes dessa medida.

A Anvisa busca subsídios para avaliar se a dose de reforço é necessária e em que situações e com quais parâmetros ela seria aplicada. No informe sobre a reunião, a Anvisa não detalhou se a Pfizer disponibilizou alguma informação sobre suas pesquisas.

Ontem, a Direção Colegiada da Anvisa indicou uma orientação para que a dose de reforço seja incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) em caráter experimental para quem tomou CoronaVac. A medida vale para idosos com mais de 80 anos e pessoas com imunidade comprometida.

Fonte: UOL - Agência Brasil