Economia

Bolsa tem 3ª queda e vai ao menor nível desde maio; dólar sobe a R$ 5,256





Principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), o Ibovespa emendou hoje sua terceira queda consecutiva, esta de 1,11%, e terminou o dia aos 120.700,98 pontos. É o menor patamar alcançado em três meses, desde 12 de maio, quando o indicador caiu 2,65% chegou aos 119.710,03 pontos.

O dólar comercial subiu 0,67%, fechando a quinta-feira cotado a R$ 5,256 na venda. É a segunda alta seguida registrada pela moeda norte-americana e o maior valor de fechamento desde 26 de maio (R$ 5,313).

Em 2021, tanto o Ibovespa quanto o dólar registram alta: enquanto o índice subiu 1,41% desde o início de janeiro, a moeda se valorizou 1,3%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Reforma do IR

Até o início da tarde, o dólar registrava pouca movimentação, mas passou a subir após o adiamento da votação da reforma do IR (Imposto de Renda) na Câmara nos Deputados. Os parlamentares avaliaram ser necessário debater mais o projeto para evitar que estados e municípios sejam prejudicados com perda de arrecadação.

O presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), porém, não escondeu a insatisfação.

[Ao] Adiar o processo em busca de soluções impossíveis, de temas impossíveis, de métodos impossíveis e maneiras impossíveis, não vamos chegar nunca a um consenso neste plenário. (...) É impossível ter consenso em uma matéria tributária em plenário. Ela vai ter maioria, o que num projeto de lei já é bastante primoroso e bem-sucedido.Arthur Lira, presidente da Câmara

O relatório apresentado pelo deputado federal Celso Sabino (PSDB-PA) prevê redução de até 1,5 ponto percentual na cobrança da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) para as empresas já em 2022, passando de 9% para 7,5%. A proposta também corta o IR pago por pessoas jurídicas dos atuais 15% para 5,5% em 2023.

A redução da CSLL foi uma estratégia adotada por Sabino para diminuir a resistência de estados e municípios à reforma. As críticas vinham principalmente porque o governo federal precisa dividir com os entes federados o valor que arrecada com o IR, e, ao baixá-lo para 5,5%, estados e municípios também perderiam.

Com a diminuição da CSLL, é o governo federal que deixa de arrecadar.

Dados dos EUA ajudaram

Além do ambiente doméstico, também puxaram a alta do dólar a divulgação de dados dos preços ao produtor nos Estados Unidos, que aumentaram mais do que o esperado no mês passado. Os números sugerem que a inflação no país pode continuar alta, uma vez que a forte demanda segue prejudicando as cadeias de abastecimento.

Nos 12 meses encerrados em julho, os preços ao produtor saltaram 7,8% — um recorde desde que o índice passou a ser divulgado, em 2010.

O recente aumento nos preços nos EUA intensificou o debate no Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) sobre uma ação mais rápida para reduzir seus estímulos à economia, afetada pela pandemia. Uma eventual alta nos juros, hoje próximos a zero, deve atrair investidores para os EUA, o que pode levar à valorização do dólar frente ao real.

Fonte: UOL com Agência Câmara e Reuters