Política

Bolsonaro vai tirar poder de Guedes para recriar Ministério do Trabalho





O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira (21) que vai anunciar mudanças em ministérios. Ao menos uma decisão já está tomada: a superpasta de Paulo Guedes, ministro da Economia, será esvaziada.

Segundo fontes do primeiro escalão do governo, a ideia é criar um novo Ministério do Trabalho, que deverá ser chamado Ministério do Emprego e da Previdência Social. O Ministério do Trabalho foi extinto logo no início do governo Jair Bolsonaro (sem partido), em janeiro de 2019, junto com outros ministérios da área econômica. As pastas foram fundidas para dar origem ao superministério da Economia.

O nome mais cotado para comandar a pasta recriada é o atual ministro da Secretaria Geral, Onyx Lorenzoni.

Para o seu lugar no ministério palaciano, seria escolhido o ministro Luiz Eduardo Ramos, que hoje ocupa a Casa Civil.

A pressão para o desmembramento da pasta de Guedes não é de hoje, mas o ministro sempre resistiu à ideia e afirmava que a separação atrapalharia a lógica de seu plano de governo.

Mudanças abrem mais espaço para o centrão

O posto de Ramos na Casa Civil deve ser ocupado por um integrante do centrão. O nome apontado hoje é do senador Ciro Nogueira (PP-PI). Nogueira é presidente do PP (Partido Progressistas), um dos principais partidos do bloco de parlamentares do centrão, que dá sustentação parlamentar ao governo. É visto como um dos defensores do governo na CPI da Covid, no Senado.

O PP também é o partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Lira vem segurando as pressões para a abertura de um processo de impeachment do presidente Bolsonaro. Há mais de cem pedidos protocolados na Câmara, mas a decisão de abrir um processo depende do presidente da Casa. 

A reforma ministerial acontece em um momento de pressões para o presidente Bolsonaro. As investigações da CPI sobre supostas irregularidades nas negociações de vacinas pelo Ministério da Saúde levaram à abertura de um inquérito, pela Polícia Federal, para apurar se Bolsonaro prevaricou, ou seja, se deixou de comunicar às autoridades competentes uma denúncia de suposto crime no caso das vacinas da Covaxin.

Fonte: UOL