Cotidiano

Expedição irá monitorar botos cor-de-rosa via satélite no Norte do Amapá





 

Os botos também vão passar por biometria, com verificação de medidas e peso, níveis de mercúrio, entre outros.

Redação

Um grupo de quinze pesquisadores e especialistas em botos de água doce, mais assistentes de campo, pescadores e veterinários, de diferentes regiões do Brasil, estão no Amapá, desde o dia 15 de outubro, realizando uma expedição que pretende testar a contagem, mapear trajetos e estudar o comportamento dos botos do rio Cassiporé, no distrito de Vila Velha, município de Oiapoque, distante cerca de 590 quilômetros de Macapá.

Em dez dias, a equipe vai percorrer longos trechos da extensão e entorno do rio Cassiporé para observar os botos e implantar pequenos transmissores (tags) no dorso dos animais, o que permitirá o monitoramento via satélite. A meta é inserir o aparelho em, pelo menos, cinco exemplares adultos da espécie cor-de-rosa da Amazônia. O g expedição está prevista para encerrar na quinta-feira (25).

A iniciativa é uma parceria das organizações WWF-Brasil e Instituto Mamirauá, e de países vizinhos como Bolívia, Peru, Equador e Colômbia. De acordo com a WWF-Brasil, a região ribeirinha tem cerca de 320 habitantes e ainda é pouco explorada.

“Além de estudar o comportamento dos botos e mapear trajetos feitos por eles, a expedição também quer coletar informações sobre perfil genético, verificar contaminação da espécie por mercúrio, e buscar informações sobre peculiaridades dessa população de botos, que parece ser distinta de outras regiões da Amazônia por conta de seu isolamento geográfico e interação com a zona costeira do estado. É a primeira vez que uma expedição focada em botos é realizada no Amapá” informou a organização.

O trabalho também prevê a coletada de amostras de sangue, de material genético e excreções nasais e orais. Os botos também vão passar por biometria, com verificação de medidas e peso, níveis de mercúrio, entre outros.

Com a colocação de transmissores, os pesquisadores passarão a ter informações sobre o posicionamento dos animais várias vezes ao dia, com acesso de qualquer parte do mundo. Segundo eles, essa também é uma forma de desenvolver trabalhos de conservação mais eficientes das espécies e do ecossistema onde vivem.

Ainda segundo a WWF-Brasil, este ano já foram instalados sensores em 24 botos nos países, mas nas bacias dos rios Tapajós, no Brasil; na região do rio Marañon, entre Colômbia e Peru; e na região do rio Madeira, na Bolívia.