Cotidiano

Indígenas auxiliam buscas por adolescentes sumidos há mais de 40 dias em floresta no Amapá





Ajuda veio de aldeias de Oiapoque para intensificar procura por meninos desaparecidos desde 8 de abril em área de floresta em Calçoene, extremo norte do estado.

Um grupo com 27 indígenas de Oiapoque, das aldeias Manga, Curipi, Ahumã e Espírito Santo, todos da etnia Karipunas, formaram um equipe para auxiliar nas buscas pelos adolescentes Renato Siqueira de Jesus e Fabrício Barbosa, de 13 e 14 anos, desaparecidos há 44 dias numa área de floresta amazônica em Calçoene, extremo norte do Amapá

Eles se juntam às equipes do Corpo de Bombeiros e de mateiros, que são moradores da região com experiência na mata, em busca de indícios dos meninos que sumiram após saírem para apanhar açaí. 

Fabrício Oliveira Barbosa e Renato Siqueira de Jesus estão desaparecidos — Foto: Reprodução

Fabrício Oliveira Barbosa e Renato Siqueira de Jesus estão desaparecidos — Foto: Reprodução 

Desde o desaparecimento dos meninos, foram poucos os indícios encontrados na floresta, que se limitaram a pequenas alterações na vegetação. O sumiço segue sendo investigado pela Polícia Civil. 

A equipe de indígenas iniciou os trabalhos neste sábado (22) e entre os homens estão indígenas com experiência em atuação na mata. 

Indígenas da etnia Karipunas vai ajudar procura por adolescentes no Amapá — Foto: Divulgação

Indígenas da etnia Karipunas vai ajudar procura por adolescentes no Amapá — Foto: Divulgação 

“A partir do local onde foram encontrados os vestígios dos meninos e de lá vamos começar as nossas buscas. Vamos dividir 3 equipes de indígenas e fazer um pente fino naquela região onde foram achados os vestígios”, relatou Doriedson Karipunas, que ex-militar. 

O local de partida das buscas, de onde os meninos não foram mais vistos é conhecido como Rio Verde e fica a 30 quilômetros da sede da cidade. 

 

 

Grupo de indígenas da etnia Karipunas vai auxiliar nas buscas em Calçoene — Foto: Divulgação 

 

Desaparecimento sem indícios

 

Com cerca de 11 mil habitantes, Calçoene é uma pequena cidade do norte do Amapá com acesso pela BR-156. Localizada em meio à floresta amazônica, fica a 374 quilômetros da capital Macapá. 

Os adolescentes estavam acampados com suas respectivas famílias numa área de assentamento rural para trabalhadores temporários. 

De passeio com as famílias na área, eles não foram mais vistos depois de saírem para apanhar açaí, prática comum na região. Eles se conheceram no dia em que sumiram. 

As buscas oficiais por terra, rios e pelo ar iniciaram 2 dias depois, e ao longo de 16 dias mobilizou mais de 50 homens de forma simultânea das forças de segurança, entre elas, Bombeiros, Guarda Florestal, Polícia Militar (PM), Polícia Civil, Companhia de Operações Especiais (COE), Exército Brasileiro e Grupamento Tático Aéreo (GTA). 

Sem sucesso, a operação foi desmobilizada no fim de abril e continou apenas com o Corpo de Bombeiros, que iniciou duas novas frentes de buscas, também sem encontrar os garotos. 

De acordo com as equipes de procura, a floresta densa é um dos fatores que dificulta a ação das equipes, em função de grandes áreas de mata fechada, pouca habitação, pontos alagados e diversos rios. 

Fonte: G1 Amapá