Educação

Audiência pública discute ingresso de estudantes quilombolas e indígenas na Unifap





 

Inédito no Amapá, processo seletivo é resultado de atuação do MPF

 

O processo seletivo para ingresso de estudantes quilombolas e indígenas, na Universidade Federal do Amapá (Unifap), foi tema de audiência pública realizada nesta segunda-feira (25). O evento, promovido pela instituição de ensino em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) reuniu professores, representantes das comunidades e interessados no tema. Mediaram as discussões o procurador da República Alexandre Guimarães e a reitora Eliane Superte.

A discussão buscou esclarecer como se dará o processo seletivo diferenciado, que vai ocorrer pela primeira vez no Amapá, no campus Binacional, em Oiapoque. São ofertadas 88 vagas distribuídas entre os cursos de Ciências Biológicas, Direito, Enfermagem, Geografia, História, Letras/Francês e Pedagogia. A seleção será por meio de prova de redação em Língua Portuguesa, a ser realizada em 7 de julho, e entrevista com os candidatos, que ocorrerá no período de 16 a 20 de julho.

Na audiência, Alexandre Guimarães, que trata de matérias de populações indígenas e comunidades tradicionais no MPF, enfatizou a necessidade do processo seletivo diferenciado. “A adoção de um mecanismo diferenciado não visa favorecer, mas apenas e tão somente dar as condições para que esses indivíduos, que têm direito a uma educação diferenciada, possam ingressar e permanecer no ensino superior ”, declarou.

Recomendação

A realização do processo seletivo diferenciado atende a recomendação do MPF emitida em maio. Até o início do ano, as vagas destinadas às cotas eram preenchidas por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para o MPF, esse modelo de seleção deixava de considerar o processo diferenciado de educação das comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas. A audiência pública atendeu a outro ponto da recomendação, que orientava a participação das comunidades na construção do novo modelo de seleção.

 Ascom MPF