Presos desde março, militares afirmam que atiraram somente após suspeito esboçar reação contra eles. Criminoso foi morto durante ação policial em Macapá.
Nesta sexta-feira (25) acontecerá a audiência de instrução e o julgamento dos quatro policiais militares acusados de matar um homem durante uma ação policial em Macapá. A audiência acontecerá no Fórum da capital, a partir das 8h30.
Durante audiência eles serão ouvidos, além da defesa, testemunhas e o Ministério Público do Estado do Amapá (MP/AP). Em seguida, o juiz deverá anunciar o veredito dos acusados.
Os policiais Adrielson Maia dos Santos, Luiz Carlos Nunes Amaral, Edson Guedes da Silva e Sebastião Santos das Mercês Filho estão presos desde o dia 28 de março no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar (PM), no bairro Beirol, Zona Sul de Macapá.
Os militares estavam envolvidos na ação policial que resultou na morte de Willian Natividade Silveira, de 27 anos, em uma área de ponte do bairro Congós, Zona Sul de Macapá. Defesa dos PMs alega que eles agiram em legitima defesa, tendo em vista que, o homem teria esboçado reação, fazendo com que os militares efetuassem o disparo de arma de fogo.
A morte de Willian ocorreu no dia 22 de março, após equipe policial averiguar uma denúncia de que havia um homem sob posse de uma arma de fogo na área de ponte. Ao chegar no local, a equipe policial encontrou o suspeito e fez a abordagem.
Segundo a Diretoria de Comunicação da PM, em entrevista concedida a um portal de notícias local na época, o suspeito tentou fugir, mas foi capturado na parte de trás de uma casa pela equipe. Depois de ser preso, eles entraram na residência para procurar a arma de fogo, neste momento, o suspeito teria esboçado reação que causou o disparos dos policiais.
Ainda segundo os militares que atenderam a ocorrência, foi efetuado apenas um único disparo de arma de fogo para que cessasse a reação dele. O tiro atingiu o peito de Wiliam. A polícia acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que ao chegar no local constatou o óbito do suspeito.
Durante busca no sistema da polícia, foi constatado que Wiliam Natividade possuía uma extensa ficha criminal, com registro de crimes por porte ilegal de arma, roubo e furto. Além disso, a corporação informou que em junho de 2017 ele teria saído do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) do Amapá.
Dos seis policiais que estavam na ocorrência, somente os motoristas das viaturas não foram indiciados por homicídio. Na época, a família de Natividade disse que ele havia sido executado e que a bermuda teria sido trocada. No entanto, a defesa dos policiais nega as acusações.
O pedido de prisão foi solicitado pelo Ministério Público do Amapá (MP-AP) e expedido pela 4ª Vara Criminal de Macapá. Os policiais se apresentaram no Comando Geral onde ficaram detidos.
Em nota, a Associação dos Cabos e Soldados do Amapá (ACSEAP) informou que lamenta que a Justiça tenha decretado prisão preventiva ao militares, tendo em vista que, eles possuem todos os requisitos para responder ao processo em liberdade e se colocarem à disposição da Justiça.
Além disso, a associação ressalta que a prisão foi baseada somente em trechos de vídeos de origem duvidosa, sem averiguar a gravação original.
Redação